21° capítulo

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| Blue |

"Bom dia pai" Eu falo, assim que me sento á mesa da cozinha daquele casa que não será mais minha hoje á tarde

"Bom dia querida" Ele deixa um beijo na minha testa e  estende-me uma torrada, mas nego, pegando numa maçã

"Pai, ainda não falamos sobre a loucura que cometeste" Ele ri-se e sorri-me, sentando-se a meu lado

"Não foi uma loucura. A tua mãe sempre dizia que, quando tu quisesses ir embora, ter a tua vida, a tua casa, ela pagaria tudo. Eu cumpri a vontade dela" O meu pai bebe algum café e suspiro, ao lembrar-me e quanta falta a minha mãe me faz a das mil e uma memórias que tenho com ela

"Eu não sabia que ela dizia isso" Eu confesso

"Desde que fizeste dezoito anos, ela dizia-o todas as noites antes de apagar a luz e se deitar" Ele fala e posso ver os seus olhos brilharam
"Eu ainda amo a tua mãe. Vou sempre ama-la. Ela foi o amor da minha vida e é. Mas agora eu preciso duma companhia, não precisa de ser uma paixão mas sim alguém que precise de mim tanto quanto eu preciso dela" Eu assinto

Não podia concordar mais com o meu pai. Em questões de personalidade consigo sair um pouco a si e a forma de pensarmos nao podia deixar de ser a mesma. Acho que este seria o momento ideal para lhe falar do Harry. Ele vai vir buscar as minhas coisas e não vou poder mentir sobre ela ser apenas meu amigo, pois já passamos essa fase à mais duma semana.
Orgulho-me da relação que temos tido, mas ainda assim não sei como reagir a tudo o que se tem passado. Nunca tive um relacionamento sério  e isto é mais do completamente novo, é algo que tenho gostado. Não sei distinguir se gosto das relações calma ou se o Harry é que faz com que goste. Sempre que penso nele, posso lembrar-me da sua voz e do quao rouco o seu tom é quando está a sussurrar.

"Pai..." Eu chamo o seu nome, decidindo arrisca

"Sim?" Ele pergunta e pousa a da chávena com algum café

"Hoje eu vou levar as minhas coisas para a casa nova. Preciso de alguém que me ajude..." Ele para-me

"Eu ajudo" Ele diz e fito-o

"Pai, eu namoro" Ele arregala um pouco os seus olhos, mas sorri

Não me parece demasiado supreendido nem demasiado chateado. Parece calmo e seguro de si. Ele volta a beber um gole do seu café e vira a sua atenção, completamente, na minha direção.

"Já esperava isso" Ele afirma "E acho ótimo Blue. Não sou um bicho papão e não vou fazer um filme disto. Já estão na hora filha. Não vou constrangir o rapaz, podes ficar descansada. Tu tens direito a isto Blue" Ele fala e aperto a sua mão

"Obrigada pai" Eu nao consigo dizer mais nada e volto a trincar a minha maçã

"É ele que te vai ajudar nao é? Com as mudanças" Ele ri-se e eu sorrio

"É, ele vai" Pouso o prato do meu pequeno almoço no lava louças e suspiro

Pareceu mais fácil do que pensava que viesse a ser. O meu pai parece tão calmo, parece que não está preocupado e que as coisas que acabei de dizer o deixa mais calmo e não assustado. Com certeza o meu pai é diferente e isso deixa-me feliz.
Os meus pés descalços batem.l contra o chão da sala e sinto o meu pai sentar-se no sofá.

"Hoje já não dormes cá,  pois não?" Ele interroga e eu suspiro

"Não pai" Ele abraça-me e aconchego-me no seu peito

Algumas lembranças voltam à minha mente e sorrio. Ainda me consigo lembrar dos dias em que o vento soprava com força e trovejava fortemente. Eu corria para o quarto dos meus e aconchegava-me no peito do meu pai. A lembrança do meu aniversário de cinco anos preenche a minha mente e rio mentalmente. Durante a festa eu virei uma das jarras favoritas da minha mãe e quando ela tentou ralhar comigo, usei o peito do meu pai como proteção e abrigo. Quero sorrir e lembrar-me destas pequenas coisas para sempre, porque fora destas coisas que a minha infância fora feita. Fora feita de momentos marcantes que jamais esquecerei.

Winter ➳ Harry Styles ✍Onde histórias criam vida. Descubra agora