Seguir em frente

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Hey!!

Preparem os coletes!!!!

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Deana olhou para ele. Troye estava sentado na frente do copo de suco, mexendo-o com o canudinho.

  — Então... Como foi sábado? Você foi embora sem se despedir. — Troye respirou fundo.  Ele sabia o que viria a seguir.

  — Eu sinto muito, eu fui embora mais cedo.

— O quê? Por quê?

— Deana... Nós nos beijamos. — A garota olhou para o amigo de boca aberta.

— O quê? E por que você foi embora?

— D, por favor. — Troye não precisava responder.

— Por que você continua fazendo isso?

  — Você sabe o porquê.

— É. Eu sei. E, sabe... Eu achei que eu ia te fazer algum bem, sabe? Eu achei que ia mudar alguma coisa. Eu achei que você ia achar um jeito. Eu achei que eu ia, finalmente, parar de me preocupar com você, porque você está ficando maluco, Troye. Você continua naquele apartamento, você continua pagando a conta de telefone, só para deixar recados na caixa postal.

— Eu estou bem, Deana. — A mulher respirou fundo.

— Não. Você não está. Você é psicólogo e você não consegue lidar nem com os próprios sentimentos. Pelo amor de Deus, eu imploro, Troye, para, pensa. Ele não vai voltar. E não é sua culpa. Ele está...

Troye olhou para ela, o queixo erguido.

— Diga. — Deana balançou a cabeça. — Diga. Você quer que eu lide com os meus próprios sentimentos, Deana? Diga!

— Ele está morto, Troye. Shea está morto e ele não vai voltar. E eu não aguento mais ir dormir pensando em você, sozinho naquele apartamento, discando o número dele só para ouvir a voz dele. Por favor, eu só estou preocupada com você. Você não sabe como é, porque a última coisa que eu penso, antes de dormir é que a culpa é minha. — Troye sorriu, um sorriso pesado, um pouco irônico.

— Não é sua culpa.

— É. Shea está morto, Troye. Ele morreu e a culpa é minha. A ideia foi minha, não tem nada que tire isso de mim. Eu matei o seu namorado, eu matei o meu próprio primo.

— Não é sua culpa. Por favor, para. — Deana limpou as lágrimas com a manga da blusa e respirou fundo. — Eu vou ficar bem, De, okay?

Troye segurou a sua mão. Ele forçou um sorriso para ela, que assentiu.

— então... Você quer saber como foi o meu sábado? — Ela assentiu. — Ele é muito legal.

— E o que você está esperando?

— Espera. Nós nos conhecemos, eu acabei dizendo que o meu nome era Mike.

— O quê? Por quê?

— Eu não sei. Eu entrei em pânico.

— Okay. E o beijo? Você gostou do beijo? — Troye respirou fundo. Ele prendeu os lábios nos dedos.

— Foi... Delicado, sabe? Foi... — Troye respirou fundo. — Eu não sei, talvez seja só porque eu fiquei muito tempo sem beijar alguém, mas tinha... Deus, eu não consigo explicar.

— Por que é tão difícil para você seguir em frente? — Troye deu de ombros.

— Eu amei o seu primo. Eu ainda o amo. Eu não sei. Nós tivemos exatamente um ano, juntos. Eu o conheci no dia cinco, e eu o perdi, trezentos e sessenta e cinco dias depois. E eu morei com ele, eu vivi com ele, eu acordei com aqueles poemas e aqueles olhos cheios de alegria durante cinco meses, se você contar o tempo que ele passou morando no meu apartamento, antes de irmos morar juntos. E nós tivemos planos, sabe? Casar, ter filhos, construir o nosso consultório juntos...

Deana assentiu.

— Eu sinto muito, Troye. — Ele deu de ombros. — então, você gostou do beijo, porque você foi embora?

— Eu entrei em pânico. Nós conversamos por horas, mas eu não saberia por onde começar, sabe? E eu menti o meu próprio nome e eu devo estar destinado à morrer sozinho.

— Troye, isso é besteira.

— Eu sei, mas ele não acredita em destino. E eu acredito e eu acredito que se fosse para termos alguma coisa, então eu saberia.

— O que você queria? Chuva? Deus descendo e dizendo que vocês iam acabar namorando? — Deana revirou os olhos. — Eu só quero você feliz.

— Eu estou melhorando, okay? Eu tenho as minhas crianças, eu tenho o final da minha pesquisa e muito trabalho pela frente e eu só tenho mais um mês para deixar tudo pronto. Eu não tenho tempo para um "se".

— Se você o encontrasse novamente,você acha que vocês poderiam... Sair?

Troye riu.

— Talvez.

— E qual é o nome dele? — O rapaz balançou a cabeça. — Você não vai dizer o nome dele?

— Para você interferir e acabar forçando um encontro? De jeito nenhum. Vamos deixar Nova York decidir.

— Claro. Com certeza. — Deana revirou os olhos. — Mas você acha que está pronto para seguir em frente? Você acha que seguiria em frente com ele?

— Deus, eu não sei. É muita coisa para pensar. Ele era legal, mas eu não quero me deixar levar. Ele foi o primeiro cara que eu beijei em dois anos, eu preciso pensar, sabe?

Ela assentiu.

— Você sabe que pode perguntar para a Abby sobre ele, não é? — Troye deu de ombros.

— Nova York decide, Deana. — A mulher deu de ombros.

Ela esperava que Nova York fosse boa o suficiente, que Nova York trouxesse de volta parte da felicidade de Troye que ela mesma tirara, que consumia a garota todos os dias, há mais de dois anos. Aquele cinco de junho não ia mudar, não ia ser esquecido. A expressão no rosto de Troye não ia mudar. Os três meses que se seguiram, com Troye dormindo no hospital, porque ele não tinha coragem de voltar para casa nunca mudariam.

Os dois anos, desde a morte de shea até aquele dia eram seguidos por flashes frequentes do acontecimento, e ela só esperava que Nova York fizesse um bom trabalho.

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Não vai ter textinho no final. Vamos deixar Nova York decidir!

Até!!

Strange Love | TronnorOnde histórias criam vida. Descubra agora