Não tem nenhum Mike

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Como foi o feriado de vocês?? O meu foi <33333333

Até 00:00 é hoje, tchau!!

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Connor se jogou na cama, assim que ele chegou em casa. Ele afrouxou o nó da gravata e a jogou no sofá da sala, então ele foi até o quarto e deitou na cama, a cara amassada contra o travesseiro.

Ele acordou por volta do meio-dia, com o telefone tocando.

— Hmmmmmmmmmmmmm... — Fred riu, do outro lado da linha. Connor não quis acreditar. 

— Como você está? Nós chegamos em Belize, agora.

— Fred, você realmente me ligou da sua lua de mel? — Fred riu.

— Eu não consigo viver sem você, querido. — Connor riu, mesmo quase dormindo.

— Abby está ai?

— Sim. — A garota pegou o telefone. — Como você está? O que foi aquilo, ontem?

—  Mike. O nome dele é Mike. Eu queria saber se você tem o número dele.

— Do tio Mike? — Abby perguntou. Tio Mike?

— Tio Mike? Não... O rapaz que estava comigo. Mike. Você tem o número dele?

— Connor? Não tem nenhum Mike. O único Mike no meu casamento era o tio Mike. Você tem a lista, foi você que a mandou para Rosalee. — Connor respirou fundo.

— Tinha um Mike no seu casamento. Ele poderia estar lá como acompanhante, eu não sei.

— Você já pensou em procurar nos acompanhantes?

— Oitenta e cinco por cento dos convidados levaram um acompanhante, Abs. E o nome de nenhum deles está na lista. Eu pensei nisso, mas se esse é o caso nós não temos o nome dele.

— Certo. E por que você quer tanto o nome dele?

— Eu não sei. Ele simplesmente foi embora. Nós conversamos por mais de três horas e ele simplesmente foi embora, eu não sei o que aconteceu. — Abby sorriu. Ela olhou para Fred, que franziu a testa.

Abby conhecia cada pessoa daquele casamento. Não tinha uma única pessoa que ela não conhecia, nem mesmo dos acompanhantes, então ela sabia que o único Mike do casamento era o tio dela. Também não tinha nenhum Michael, o que deixava tudo um pouco pior. Ela sabia que quem quer que o rapaz que Connor conhecera era, ele mentira o próprio nome.

— Okay, você vai encontrá-lo, okay? Eu preciso ir. Nós nos falamos amanhã?

— Claro. Eu acho que vou dar uma volta. No Queens. — Abby riu.

— Claro que você vai. Tchau, querido. Amo você.

— Tchau, Abs. — A mulher desligou o telefone e o devolveu ao marido. 

— O seu amigo Connor... — Fred ergueu as sobrancelhas. — Ele está desesperado, atrás de um rapaz com o nome de Mike. — Abby sorriu. Fred parecia perdido. — Acho que, você sabe... Esse Mike, seja ele quem for, conseguiu mexer com Connor Franta e desapareceu em Nova York.

— O quê? — Fred riu, impressionado. — Isso é impossível. Ninguém atravessa aquela muralha.

— Alguém atravessou, amor. Ele está... Louco, ele está percorrendo todas as possibilidades, porque ele conversou com esse rapaz por algumas horas e o cara foi embora, sem avisar. Você consegue acreditar nisso?

— Não.— Abby assentiu. 

Connor levantou da cama. Ele tirou a camisa branca e a jogou no chão. Trinta minutos depois ele estava saindo do apartamento, de banho tomado.

Ele andou pela Houston, sem rumo. O que ele faria no Queens? Onde Mike fizera a faculdade? Quem era ele? 

Rosalee não atendeu o telefone. 

Connor não tinha pista nenhuma. E por que ele estava se importando tanto? Por que ele estava tão desesperado procurando? 

Quantos hospitais existiam no Queens? Ele era o maior distrito de Nova York, não deviam existir poucos. Provavelmente o Queens era muito maior do que Connor gostaria.

Foi um domingo perdido. Connor pegou um táxi de mais de uma hora até o Rockefeller Center e parou na calçada da quinta avenida, olhando para cima, para o Loft. Ele entrou no Plaza e voltou a olhar para cima. Ele conseguia ver a si mesmo e Mike no parapeito, os dois com os braços apoiados na pedra, olhando para baixo e conversando sem parar, por três horas.

Aquele não era Connor. E ele não sabia o que o psicólogo fizera, mas Connor não conseguia se reconhecer.

Ele andou pela quinta, sem rumo, novamente, então ele foi parado por uma cigana.

Connor tentou não ser tocado, não por nojo, mas ele tinha medo de ser amaldiçoado, ou algo do tipo.

Uma vez ele ouvira que se uma cigana toca em você e você não faz o que ela manda ela te joga uma praga. Desde então Connor tinha um pouco de medo.

— Desculpa, eu... — Ele tentou sair de perto, mas a mulher bloqueou o seu caminho.

— Tem alguma coisa acontecendo, querido.

— Eu estou bem.

— Não, não com você. Você também não está bem, mas tem alguma coisa acontecendo, com outra pessoa. Eu posso sentir. É uma energia negativa. — Connor respirou fundo. Ele tirou vinte dólares do bolso e entregou para a mulher. A última coisa que ele precisava era ser atropelado, ou assaltado, ou pior, perder o emprego.

— Obrigado. — Connor não sorriu. A mulher o deixou passar.

— Não se esqueça. — Ela pediu, antes de Connor se afastar. Com certeza ele não ia. Qualquer coisa que acontecesse com ele, dali para frente era culpa daquela mulher, ouviu, Nova York? Era culpa dela!

O rapaz respirou fundo e olhou para trás, quando ele virou o quarteirão, e ele continuou andando. A última coisa que ele queria era gastar mais trinta e oito dólares para voltar para casa. Ótimo, a brincadeira lhe custara cinquenta e oito dólares, bacana.

E Connor não chegara nem perto de o que quer que ele tenha ido procurar, naquele lugar.

Ele pegou o metrô de volta para casa. Connor odiava os metrôs. Ele os amava, mas a escuridão que ele via pela janela, enquanto aquela porcaria barulhenta estava debaixo da terra o deixava desesperado.

De volta ao apartamento ele olhou para a pasta e sentou na escrivaninha, a luminária acesa, uma caneta preta na mão e um bloco em cima da madeira.

Ele não tinha capa nenhuma para desenhar, porque ele tirara férias, no último mês, para se concentrar no casamento, mas ele queria desenhar.

Metade do bloco de papel acabou indo para a lixeira. Bloqueio criativo era uma merda. Ele decidiu culpar a cigana, e não ele mesmo, então assim foi mais fácil.

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Connor pirando o cabeção, adoro!!

Até amanhã!!!

Byee!!!

Strange Love | TronnorOnde histórias criam vida. Descubra agora