Onde tudo começou

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Sofia Sauber, era descendente de holandeses e russos, ela morava com sua avó Albertina, de 68 anos, numa pequena casa em um bairro em Curitiba.
Sofia, tinha 19 anos, e trabalhava em um mercado que pertencia a seu tio Renato.

Para pagar a sua faculdade, ela trabalhava das oito horas da manhã às cinco e meia da tarde, e às seis e vinte da noite, ela voltava para a casa de sua avó, se arrumava o mais rápido que podia, comia um lanche, pegava seu material e ia pra sua faculdade.

Sofia, tinha um grande sonho de ser professora de história, e isso ninguém tirava da cabeça dela, já que sua família, tinha uma grande obsessão por artes, um era desenhista, outro era pintor, vários eram professores de artes, e assim por diante...
Ela, não tinha o dom para pintar, muito menos para desenhar, mas ela tinha uma mente brilhante. E o seu dom, era sua força e sua determinação pra tudo. Sem falar do seu jeito de ver o lado bom das coisas.
Sofia, sempre andava com um sorriso estampado na cara, com um brilho imenso no olhar, as pessoas com quem conversava, nunca se esqueciam daqueles brilhantes e sinceros olhos azuis.

Sempre no caminho da para faculdade, passava em frente a uma loja de instrumentos musicais, e de vez em quando, ela avistava um garoto sentado de cabelos negros até o ombro, com um violão velho no seu colo, arriscando alguns acordes, e às vezes, ela o avistava fechando a loja.
Sofia nunca falou com aquele garoto, nem se quer sabia seu nome, mas Sofia sentia algo de estranho em seu coração, sempre que o avistava.

Como era sexta-feira, ela estava super animada, já que no dia seguinte, poderia descansar, após uma semana corrida de muito trabalho, ela poderia ir para a praça na manhã seguinte para ler seu livro, como era de costume, Sofia sempre fazia isso aos sábados.

Ainda na Sexta, voltou para casa, como sua avó tinha costume de ir dormir mais cedo, ela fazia o mínimo de barulho possível para não acorda-la.
Ela foi ao banheiro, escovou seus dentes e ficou um tempo se encarando em frente ao espelho...

"Essa sou eu mesma? Pra quê eu existido? Qual é o motivo da minha existência e a das outras pessoas?"

Então, Sofia, foi para seu quarto, se deitou e dormiu.
No dia seguinte, ela acordou com um tremendo incômodo em suas costas, por ter dormido toda torta em sua cama.
Se levantou fez café, depois de alguns minutos, sua avó acordou.

- Vovó... Como é que você consegue dormir tanto assim?

- Acredite, minha neta... A idade chega para todos, e com ela vem os problemas de saúde, a ferrugem em seus ossos e principalmente o sono em dobro.

Sofia se imaginou com 70 anos de idade, mas achou melhor não comentar.
Então ela foi até seu quarto, pegou seu livro e foi para a praça.

Chegando lá, sentou-se em um banco, minutos depois, ela se deparou com um cachorro cheirando a sua perna, Sofia ficou um pouco incomodada, mas logo em seguida, avistou um garoto de cabelo preto e grande e correndo em sua direção, com uma corda e uma coleira na mão, gritando "Billy!...Billy!... Venha aqui agora..." mas o cachorro com o tal nome "Billy" nem ligou...

Quando ela avistou o garoto vindo em sua direção, seu coração disparou, sua barriga gelou e ela ficou meio sem jeito.
O garoto chegou perto dela e disse:

- desculpa por atrapalhar sua leitura, meu cachorro Billy, não me obedece a maioria das vezes, passear com ele é quase uma tarefa impossível.

Sofia olhou sorrindo para os olhos do tal garoto, e disse:

- imagina, ele não atrapalhou em nada.

Então, o garoto se curvou diante de seu cachorro, e o prendeu na coleira.
Quando ele se levantou, viu o livro o qual Sofia estava lendo.

Skye Sauber: Heróis do Nosso TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora