Capítulo 15

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Maria estava pronta, porém muito insegura, e se tudo desse errado? Não queria decepcionar Belisário e por outro lado precisava do dinheiro, não queria voltar pro La Luna. Muitas perguntas que só o futuro traria as respostas.

-Belisário: Maria, sabia ficaria perfeito em você, não sabe o quanto estou emocionado, esse vestido significa muito pra mim - ela se acerca a ele e o abraça - obrigado filha, obrigado por tudo.

-Maria: Eu é que te agraço, nunca ninguém foi tão atento e carinhoso comigo como o senhor.

-Belisário: Vamos filha todos esperam por ti, sei que serão felizes.

Ele entrelaça seu braço com o de Maria e a leva até o jardim onde aconteceria a cerimonia, onde Esteban à esperava. Passaram pelos convidados até chegar ao pequeno altar improvisado no coreto.

-Belisário: Esteban te entrego esta preciosa moça e espero que a faça muito feliz - ele beija a testa de Maria -

-Esteban: Sim vô, assim será.

Desde que viu Maria entrar com seu avô Esteban não conseguia parar de olhar para ela, ela estava simplesmente linda, o vestido que ela usava era de uma beleza clássica e se amoldava perfeitamente as curvas dela. A única coisa que vinha a mente dele era que ela seria sua esposa, somente sua.

-Esteban: Maria você parece uma deusa, possui uma beleza única - Maria estava aturdida pela situação e anestesiada pelas palavras de Estaban-

- Maria: Obrigada !

Então assinaram os documentos concretizando aquele casamento, tudo ocorreu muito rápido, quando disseram por fim estão casados e já pode beijar a noiva, Esteban surpreendeu Maria com um suave e carinhoso beijo na testa, ela sabia que era melhor assim mas ao mesmo tempo sentiu uma certa desilusão, queria voltar a sentir os lábios dele sobre os dela.

A festa tomou conta do ambiente, a música era suave e o buffet servido com muito requinte os convidados se aproximavam e cumprimentavam os noivos. Maria se sentia deslocada, não conhecia praticamente ninguém ali e era o centro da atenção de todos.

-Esteban: Maria vamos aproveitar a festa apesar de tudo é o nosso casamento (rs) com certeza a primeira e a última vez que me caso.

- Maria: Não creio que seja assim, sei que um dia encontrará alguém que roube seu coração e se casará novamente, melhor dizendo se casará de verdade...

-Esteban: Não Maria, não será assim não acredito nessa bobagem que a sociedade chama de "Casamento", quanto ao amor isso jamais, jamais vou amar alguém, ele é uma arma letal Maria.

Casamento essa palavra, esse rito sempre trazia velhas e más recordações pra Esteban, pois o fim trágico do casamento de seus pais lhe deixou marcado. Quando tinha apenas 4 anos de idade sua mãe (Carmela) foi embora de casa, fugiu deixando pra trás um filho pequeno e um marido (Rufino) esse desolado. O pai de Esteban não aguentou o abando da esposa, pois a amava muito, tornou-se um alcoólatra e dois anos depois acabou se suicidando. Ao perder os pais ele foi acolhido por seu avô paterno (Belisário), mas toda vez que olhava pro seu neto de 6 anos, era a o seu filho a quem via, então decidiu mandá-lo a um colégio interno. Onde permaneceu até seus 18 anos, durante sua estadia no colégio, foi passar algumas férias com seu avô, mas sempre o sentiu distante e frio, então deixou de ir visitá-lo aos 14 anos, até sua saída do colégio. Apesar de não querer morar com seu avó, dependia dele e assim tinha que ser.

Maria percebeu que Esteban de repente tinha um olhar triste, inseguro, se aproximou mais dele colocou a mão dela sobre a dele.

- Maria: Quem te machucou assim Esteban, o que te fez desacreditar do amor?

- Esteban: A vida me ensinou de uma maneira muito dura que o amor mata e deixa as pessoas débeis, não quero isso pra mim Maria...

-Maria: Isso não é verdade Esteban o amor é um sentimento puro, o mais belo de todos. Seu avô por exemplo a todo tempo te olha de uma maneira tão terna, dá pra perceber o quanto te ama.

-Esteban: Não tinha pior exemplo não é (rs)- ri de maneira sínica porém meio triste - eu tinha apenas 6 anos quando ele quis se livrar de mim, eu tinha acabado de perder meu pai e isso não lhe importou muito, agora me obriga a casar, ou casa ou te deserdo, sim isso é o mais belo dos sentimentos ele me ama muito.

- Maria: Não sei quais foram os motivos do seu avô, mais sinto que ele quer se aproximar de você. E sua mãe ... - ela a interrompe -

- Esteban : Ela foi a desgraça da minha família, provocou a morte do meu pai, ele a amava e ela nos abandonou sem olhar pra trás. Não sei porque te contei tudo isso, nunca falei com ninguém sobre esse assunto, melhor deixarmos isso tudo no passado bem enterrado.

-Maria: Desculpa não queria te recordar coisas ruins, de qualquer forma sei que um dia encontrará o amor e será feliz.

-Esteba: Duvido, tenho uma ideia melhor agora, vamos dançar Maria está tocando sua música sei que é sua favorita.

Maria não esperava que Esteban se recordasse de sua música favorita, essa noite ele estava sendo tão amável e atencioso, que a pesar de tudo Maria estava se deixando levar estava tão à vontade com ele. Ele a ajudou a se levantar e como um cavalheiro a conduziu para a pista de dança, a melodia ditava seus passos, ali abraçados apenas sentido a música e o calor que emanava dos corpos deles.

Belisário de longe os observava, sentia que havia feito o correto eles se completariam.

- Esteban: Sabe Maria quando te tenho assim tão perto de mim, sinto coisas entranhas.

- Maria: Eu... eu também- confessou ela-

Nesse momento Esteban ia se acercando a ela na intenção de beijá-la, mas se recordou que havia prometido que não a tocaria mais a não ser que fosse ela quem tomasse a iniciativa. Maria por sua vez queria que ele continuasse, que a beijasse, mas ficou parada sem demostrar sua vontade. A música acabou a festa já estava chegando ao fim, os convidados já se retiravam.

- Belisário: Parecem dois pombinhos apaixonados (rs) mas acho que já é hora de irem, meu presente - entrega para Esteban um cartão, era a chave de uma suíte de uma dos melhores hotéis da cidade- espero que gostem e que aproveitem- o rubor tomou conta do rosto de Maria ao perceber do que se tratava - boa noite filhos, o chofer os espera lá fora para levá-los ao hotel. - se retira -

-Esteban: Maria não precisa fazer essa cara, já te disse que não te forçarei a nada que você não queira, vamos afinal é a nossa noite de nupcias (rs)

Dito isso seguiram para hotel. 

O DESPERTAR DE UM AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora