Capítulo 3

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   Pov – Nick

─Boa noite John. – Cumprimento o porteiro quando entro no saguão.

─Boa noite. Chegou cedo senhor Stefanos, bom descanso. A senhora Kalais já foi.

─Eu sei John, vim trabalhar em casa hoje. Bom trabalho. – O elevador chega e subo olhando o celular. A porta se abre e chego na sala ainda conferindo as dúzias de mensagens dos insistentes Stefanos.

─Quem é você e o que faz aqui? Acho que não é nada elegante subir sem ser anunciado. – Ergo meus olhos e dou de cara com um anjo no meio da minha sala. Tem qualquer coisa naquele rosto e olhos que me lembra ela, é como um susto. O que é claro só pode ser coisa da minha cabeça. A senhora Kalais disse que era jovem, mas podia ter dito que era também linda.

Olhos azuis como os dela, cabelos loiros e longos, pequena e delicada. Pisco encarando a garota de braços cruzados no meio da minha sala.

─A pergunta devia ser quem é você e o que faz na minha casa? – Ela se espanta, abre a boca chocada.

─Sua casa? Você é o senhor Stefanos? – Afirmo para sua total surpresa. – Mas você não é nenhum velho babão. – Ela exclama e ergo uma sobrancelha. Essa é nova, mas Ulisses iria adorar.

─Velho depende do ponto de vista. Meus sobrinhos diriam que sim. Sobre babão, terá que me dizer como chegou a essa conclusão.

─Eu... eu... Achei que para ser rico assim devia ser velho. – Ela faz um movimento amplo mostrando o apartamento.

─Isso explica o velho, e quanto ao babão? – Evito sorrir apesar de estar achando aquele rosto confuso e assustado muito divertido.

─Você vai me obrigar a dizer? – Afirmo para seu desespero. Ela suspira, descruza os braços e a manga da camiseta cede mostrando o ombro nu, como se não bastasse as pernas torneadas e bronzeadas. – A senhora Kalais foi um tanto indiscreta, disse que troca muito de namoradas ou coisa do gênero. Como eu achava que era um velho...

─Concluiu que eu era um velho babão. – Ela afirma desolada. – Qual seu nome? – Me dou conta que ainda não sei como se chama minha nova governanta.

─Annie Keller. Você está furioso. Não é? – Ela tampa a boca com a mão, revira os olhos. – Te chamei de você. Que começo ruim. Essa minha boca grande, quando fico nervosa... Desculpe senhor Stefanos.

Não gosto do modo formal vindo dela, prefiro assim em todos os outros casos, mas quando vem dela me irrita um pouco.

─Prefiro que me chame de Nick apenas. Como todo mundo. – Só minha família e mais duas ou três pessoas no mundo me chamam assim, mas ela não precisa saber.

─Que bom! – Ela não esconde o alivio. – É muito jovem para ser o senhor Stefanos. Já basta essa casa de revista de decoração e sem nenhuma.... – Annie se cala de modo abrupto.

─Continue? – Peço a ela que balança a cabeça negando.

─Deve querer jantar. Vou servir. – Ela me sorri e aquilo é tão absurdo, o quanto me lembra ela.

─Veio de onde?

─Eu? – Ela balança a cabeça. – Claro quem mais seria? Los Angeles. Fome? – Ela pergunta mais uma vez e afirmo, não é ela. Claro que não seria. Meu coração fica pulando e fico tentando dizer a ele para parar porque simplesmente não é ela.

─Vou subir. Vinte minutos e pode servir. – Ela dá dois passos e depois olha para si mesma. Linda, com sua pouca roupa e os pés descalços, isso nem parece estar acontecendo. As coisas aqui não vão ser nada fáceis.

Paixões Gregas - Sempre te amei (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora