Capítulo 3. - Medo.

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A caixa estava aberta, Edward e Phantys ficavam se olhando com o cenho ligeiramente franzido.

– Chega, chega, chega! – Praticamente berrou April, empurrando os dois para que pudesse se aproximar da caixa. – Vamos logo com isso, não vale só vocês saberem o que tem aí dentro, né?

Finalmente pega a caixa e, ao vê-la, se vira para o lado dos companheiros enquanto percorre o olhar por cada um, até finalmente parar o mesmo em Phantys com a sobrancelha esquerda arqueada. Estende a caixinha em direção à ela e com a feição um tanto irritada, acaba fungando.

– Porra, toda aquela enrolação pra isso? – Ela volta a olhar para a caixa e solta um riso irônico antes de completar a própria frase. – Ou melhor... pra nada?

April tinha razão, afinal de contas, se não havia nada ali, pra que tanto suspense? Como se eles tivessem achado a arma que os ajudaria a matar Arkhanor, ou pelo menos dinheiro ou... alguma coisa. Ignus ficava quieto, ele era meio que o novato da turma, o que conviveu menos tempo e que teve menos aventuras ao lado dos outros, tinha certo medo de Phantys por causa de seu poder e isso martelava em sua mente sempre que pensava em se opor a qualquer opinião da mesma, mesmo que fosse apenas para dar um pequeno palpite do tipo que não muda nada e apenas continua no raciocínio sendo que o ponto de vista é ligeiramente diferente. Phantys suspira, olha para Edward e, "droga!", é o que acabara de passar em sua mente.

– O problema é esse, April. Deveria ter uma pedra dourada aí dentro. Essa que nos ajudaria, se não a derrotar Arkhanor, mas pelo menos para enfraquece-lo. – Agora faz sentido, a preocupação nas feições de Phantys e Edward ao abrirem a caixa. A maldita pedra simplesmente desaparecera, e agora? Sem ela, as chances de conseguir derrota-lo diminuíam muito, coisa que a April – a "viciada" em estatística – Sabia muito bem. – Isso não significa que não vamos conseguir encontrá-lo e derrota-lo.

– Não sei não... – Diz April, balançando a cabeça em negativa, em um tom que não demonstrava muitas esperanças. – Se isso aí que ia ajudar a gente, não existe mais, ou pelo menos não para nós, como é que vamos conseguir?

– Espera... – Finalmente Ignus se pronunciou no meio daquela quase confusão. – Você.... bom, nós nem sabíamos dessa tal pedra e mesmo assim tínhamos confiança e alguma esperança que pudéssemos, por que agora é diferente? É como se não nos tivessem contado nada, afinal de contas, nós não voltamos à estaca zero até porque nem saímos dela!

O garoto tinha razão, ninguém além de Phantys sabia da pedra, Edward só sabia que algo valioso deveria estar ocupando aquele recipiente, e os outros dois apenas estavam ali. A pedra não estar ali não mudava em nada a situação atual deles. April franziu o cenho e o manteve assim por um tempo, estava pensando no que o mago acabara de dizer e finalmente concluiu que ele estava certo.

– Mas, agora, pra onde nós vamos? – Ele realmente havia perdido o medo de falar, tanto que se dirigiu diretamente à Phantys.

– Vamos ficar por aqui, por enquanto, parece que não mas já se passou muito tempo e precisamos descansar um pouco. Enquanto isso, vou pensar no que fazer. Provavelmente esse é um dos poucos lugares em Atlantis que não está coberto de água, impedindo-nos de estar aqui, por isso precisamos aproveitar enquanto o temos. – Diz voltando a observar o lugar a sua volta, aquilo era um tanto estranho. Atlantis, pelo que seus 'estudos' permitissem saber, era /todo/ tomado por água. Mas, como ela mesma acabara de dizer, deveria descansar um pouco e aproveitar aquele lugar seco enquanto ainda podia, pensaria no resto depois.

Guardiã. - O paraíso corre perigo.Onde histórias criam vida. Descubra agora