Capítulo 2

70 15 0
                                    

O dia começou a clarear e a chuva foi se esvaindo. Adams saiu do tronco da árvore e ao abrir o caixote, agradeceu silenciosamente a seu avô, por tê-lo feito tão resistente, a ponto da água não conseguir entrar e o pergaminho ainda permanecer intacto. Após alimentar seu cavalo com uma maçã, comeu um pão de mandioca e seguiu viagem. Devido à noite chuvosa, a estrada estava escorregadia e, isso fazia seu cavalo galopar com dificuldade.
Adams puxou subitamente a corda do cavalo após ouvir um som de gritos abafados, emitido na lateral de uma montanha rochosa que localizava-se perto da trilha que ele seguia. Ele retirou uma flecha de seu casaco, pegou seu arco e adentrou na montanha, mais precisamente, onde ouvira os gritos. Quando aproximou-se da enorme pedra, os gritos em pedido de socorro estavam mais intensos.

-Quem está aí? -Adams gritou, enquanto se aproximava-se da rocha.

Ouve um grande rugido e uma ave de penas rosadas, jogou duas garras nas costas de Adams, ele abaixou-se e mirou na cabeça da ave, sua flecha.

-Fratya.. -Um grito rouco ecoou por todo o lugar.

Adams abaixou a flecha quando a ave voou até a pedra que tapava a entrada da rocha. Ele seguiu até a mesma e ainda em alerta, começou a empurrar a pedra, mesmo sem força ou estrutura para aquilo, a ave precionou seu bico na pedra e fez pressão no intuito de ajudá-lo. Instantes depois, conseguiram remover a pedra e uma garotinha baixa, de cabelos longos e verdes, saiu correndo em direção à ave.

-Fratya, você está bem? -Ela jogou as mãos em volta do pescoço da ave e, a abraçou enquanto lágrimas escorriam em sua face.

Adams virou-se e dirigiu-se para onde deixara seu cavalo.

-Espera..

-Oi? -Adams fora surpreendido com um abraço.

-Eu sou a Sacha.. Obrigada por me salvar! -Ela o soltou do abraço e Adams permaneceu com a cabeça baixa, para não mostrar que estava corado.

-Tudo bem..

Adams montou no cavalo e saiu. Minutos depois, ouve um outro grito.

-Ei, eu posso ir com você? -Sacha subiu em Fratya.

Adams olhou para trás, viu a pequena garota indefesa e engoliu em seco. Depois assentiu e sorriu largo, nesse momento, ela corou.

-Obrigada.. -Ela desviou o olhar e prosseguiu. -Qual o seu nome?

-Adams! -Ele olhou para ela, depois para a trilha e precionou seu cavalo para galopar. -Sobre você está presa naquela rocha.. O que aconteceu?

-Bom, eu vivia ali.. Fratya havia saído quando a tempestade começou. Um raio acabou acertando a rocha, trazendo uma pedra até a saída. -As palavras falharam em sua boca e ela esforçou-se para prosseguir. - Cheguei a pensar que nunca mais veria Fratya novamente.

-Que bom que isso não aconteceu! -Adams sorriu e corou. -Fratya é o que sua?

-Ela é minha família. -Ela sorriu e afagou sua mão na penugem da ave. -Quando eu era menor, meus pais me abandonaram naquela rocha, para minha sorte, Fratya morava ali e cuidou de mim.

-Você tem muita sorte por tê-la como protetora, pois ela é bastante forte. -Adams passou a mão onde a ave havia fincado suas garras e sentiu o ardor que ela causara.

-É sim! -Sacha sorriu e corou.

A Chave Mágica Do DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora