Depois de um dia calmo e interessante no trabalho, Júlia foi até a estação de ônibus mais próxima da academia "Viva Bem", que era onde estava trabalhando, e se sentou para esperar o transporte. Sua casa era à aproximadamente 40 minutos dali, se não houvesse engarrafamento.
Ela pegou seu Smartphone - que ainda estava pagando - e conferiu as horas. 20:09. Seu horário para sair do trabalho era às 20:00, pois o seu patrão não queria que ela chegasse muito tarde em casa. Ela sorriu ao reparar em seu papel de parede, onde seu irmãozinho de 6 anos estampava um lindo sorriso (sem um dos dentes da frente, mas ainda assim, lindo). Ah, ela amava tanto aquele garotinho que às vezes esse sentimento nem cabia no peito. Ela guardou o celular logo depois, pois se lembrou que lhe haviam dito que aquela área era muito propícia à assaltos.
Alguns minutos depois, enquanto ela cantarolava alguma música nova da Ariana Grande, o ônibus chegou. Ela entrou junto com duas senhoras que conversavam sobre o quanto a novela das 21h estava interessante. Já dentro do veículo, após sentar e se sentir mais segura, ela tirou o celular da sua bolsa dos Minions, junto com o fone de ouvido que trouxera, e colocou uma música aleatória pra tocar, colocando os fones e guardando o aparelho telefônico na bolsa novamente. A música era Miss Movin'On - Fifth Harmony na versão acústica. Ela amava aquela música. Quando a mesma terminou, veio a música Meu universo - PG. Apesar de não se considerar cristã, ela gostava de algumas músicas do tipo. À trazia paz.
Depois de muitas músicas tocadas, muitos odores desagradáveis sentidos, muitas paixões passageiras e muitos quase-acidentes, ela finalmente chegou no seu ponto. Deu boa noite ao motorista e ao cobrador e desceu do ônibus. Andou cerca de 3 minutos, então avistou sua casa, que era grande, embora simples, e adiantou um pouco os passos ao ouvir vozes alteradas vindas de lá. Ela já deveria imaginar, afinal.
Ouviu algo se quebrando e então sua vizinha, Dona Marta, que ela sempre amou e considerou como mãe, saiu do portão de sua casa e veio na direção dela.
— Ô filha, graças à Deus você chegou. Eles estão nessa briga há quase 30 minutos, já estava indo lá ver o Juninho.
Meus olhos se encheram de lágrimas. Meu irmão não merecia aquilo.
— Obrigada, Tia Marta. Eu cheguei agora do trabalho, vou dar um jeito de acalmar eles. Boa noite.
— Boa noite, princesa. Qualquer coisa grita, viu?
Dei um sorrisinho, beijei seu rosto e entrei em casa. Assim que abri a porta, ouvi os gritos ainda mais fortes, mas não conseguia ver ninguém. Fui andando mais um pouco e vi a minha madrasta e o meu pai na cozinha, brigando como sempre. Eles me viram, mas não pararam a discussão. Entrei no meio deles e tirei a panela que estava na mão da minha madrasta dali, a colocando na pia.
— Cadê o Junior?
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Minha paz
Teen FictionVictor Almeida é um jovem de 19 anos que aparentemente tem uma vida ótima, mas que lá no fundo sofre por algo que aconteceu no seu passado e lhe quebrou por dentro. Júlia Mattos é uma adolescente de 17 anos extremamente responsável e esforçada, e me...