"Ainda sou uma mulher livre"

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Capítulo 4

" Ainda sou uma mulher livre"
Especial pt.1 - O Bar






Hinata POV'S





Eu sei, eu sei, é loucura...
É loucura discutir com meu pai no jantar de anúncio de noivado, em frente ao padrinho, minha melhor amiga, a dama de honra, os pais do noivo, e do próprio noivo. Eu sei que é loucura jogar na cara de meu pai que minha mãe foi, pra mim, mais pai do que ele. Eu sei que é loucura deixar todos eles lá plantados depois do meu surto, fugir pela porta dos fundos com minha cúmplice, e dizer ao meu pai que não me sentia bem.

Eu sei, sei que isso tudo não faz meu tipo, certo ?
ERRADO !
Eu tinha que mostrar pra ele, tinha de dizer pra Hiashi tudo que estava entalado em minha garganta durante tanto tempo. Eu passei vinte e três anos de minha vida baixando a cabeça e acatando todas as ordens dele. Engoli broncas sem sentido, aguentei sermões intermináveis, superei brigas sem fundamentos, tudo calada. Eu não reclamei quando ele me mudou de escola por causa de um garoto, eu fiquei quieta quando ele escolheu a faculdade que eu faria, eu aceitei quando ele traçou meu futuro em meu lugar. Mas eu não podia simplesmente ser a menina boazinha e submissa que sempre fui, e sorrir enquanto ele dizia descaradamente que Okã-san estaria feliz vendo tudo isso.

Meu Kami! Pode até parecer imaturo e infantil de minha parte, mas é meu casamento. Até um marido ele escolheu pra mim! Tudo bem que é um marido lindo, pelo qual sou apaixonada desde os quatorze anos de idade - bom, acho que ainda sou.
Mas ainda sim, não posso aceitar.

Agora, aqui, sozinha, guiando minha moto para a casa de Kiba, parei pra pensar que parece mesmo loucura.
Sorri comigo mesma ao pensar que mamãe, onde quer que esteja, está orgulhosa por eu ter reagido.
Na época da faculdade, eu era assim. Bom, não com Hiashi, mas com todo mundo. Passei por aquela fase de "rebeldia" quando a adolescente reprimida, quer mostrar sua presença no mundo. Fiz muitas loucuras, passei um ano e meio sem nem ver meu pai, arrumei brigas, namorados, bebi, fumei, experimentei tudo o que tinha direito, e mais um pouco.

Mas, depois que voltei pra casa, retomei minha personalidade "original". Se bem que, eu meio que fui obrigada pelo meu pai a ser assim. Não tem como ser altiva e durona sendo filha de Hyuuga Hiashi. Na verdade, é impossível ser assim apenas por ser uma Hyuuga criado segundo a tradição.
É cansativo carregar esse sobrenome, é muito mais pesado que qualquer outro. Deve ter sido por isso que Neji-niisan renegou seu sobrenome, desacatou as ordens do Otou-san e fugiu pra se casar com Ten-chan.
Ah, ele é meu modelo de inspiração!

Parei a moto ao lado do carro de Tenten e desci, parando ao lado da janela.

- Eu vou pra casa, trocar de roupa e avisar seu primo que vamos sair.- ela me informou.

- Hm, e eu te espero aqui ? - perguntei.

- Pergunta ao Kiba se ele vem também, combinem onde, e me liguem. Ok ? - indagou.

- Claro.- sorri gentil.- Mande um beijo ao Nii-san por mim.

- Pode deixa ! - mandou um beijo pelo ar, e me deixou sozinha no estacionamento.

Depois de travar a moto, andei em direção à entrada do condomínio, dando de cara com Kawachima, a recepcionista - que parece me odiar.
Ela é até bonita, mas é muito exibida, e eu sei lá por que não vai com minha cara.
Ia passando direto por ela, quando aquela voz irritante me parou.

- Onde vai ? - perguntou, me olhando com ostilidade.

- Sabe bem onde vou.- sorri sarcástica.

- Eu tenho que pedir permissão, pra ver se pode subir.- essa voz nojenta está me dando raiva.

Roubando A NoivaOnde histórias criam vida. Descubra agora