Entregue-se a mim

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Antes de ir para casa, passei em um local que eu não visitava há algum tempo. Estacionei e olhei para a casa acolhedora a minha frente e pude ver pela janela Rose pulando sobre o sofá.

Abri um sorriso terno que só se alargou ainda mais quando eu vi o garoto loiro com a barriga já bem grande por conta da gravidez aparecer na janela e repreender a filha pela bagunça que fazia, abrindo um sorriso sapeca assim que a garota não podia mais vê-lo.

Desci do carro e toquei a campainha, que foi aberta rapidamente revelando uma garotinha animada que correu para abraçar minhas pernas.

– Rose! – Seu pai a repreendeu novamente. – O que eu disse sobre abrir a porta para estranhos?! – Ele apareceu logo depois e sua expressão se aliviou ao me ver.

– Não é um estranho, papai. – Ela disse como se aquilo fosse óbvio.

– E agora você tem um detector para saber quando é seu tio ou não?

– Tenho. – Ela me pediu colo e eu dei, sorrindo. – Nós dois estamos interligados. – Os três rimos.

– Tem razão, amor. – Eu me intrometi. – Temos uma super ligação mental de padrinho e afilhada. – Dei um beijo em seus cabelos e ela deu a língua para seu pai, que revirou os olhos e me deu passagem para finalmente entrar na casa.

– Agora a senhorita Interligada aqui tem que ir tomar banho, não é mesmo? – Eu a coloquei no chão para que obedecesse.

– Mas paaaaai... – Ela fez um bico fofo que me convenceu totalmente, mas não pareceu ter o mesmo efeito sobre seu pai.

– Sem mas, Rose. Se você não for agora esquece a história de ir dormir na casa de Elisa amanhã.

E como se algo estalasse em sua mente ou ela tivesse levado um beliscão, a garotinha correu escadaria acima, quase tropeçando nos últimos degraus e me fazendo rir.

– Sério, nunca vi uma garota tão terrível. – Niall comentou, sentando-se no sofá visivelmente cansado. – Ela é tão arteira!

– Liam disse que ela é igualzinha a você quando criança. – Eu respondi me sentando também.

– Parece mesmo que eu estou me vendo em Rose e Elisa, sabe? Elisa cuida dela da mesma forma que Liam cuidava de mim, ela faz tudo que a garota quer e Rose que não é nem um pouco boba já percebeu isso.

– Dizem que acontece às vezes. – Ele me olhou confuso. – Esses fenômenos de soulmate. Acontecem antes mesmo da mordida. E olhando para as duas, realmente parece ser isso.

– Assustador. – Niall murmurou e eu sabia que ele estava pensando em todos os problemas que isso poderia acarretar para as duas, principalmente Elisa.

– Não se preocupe. – Eu afaguei sua coxa e ele sorriu. – Nós vamos estar por perto, monitorando tudo. – Ele assentiu. – E como estão os bebês?

Toquei no assunto que havia se tornado um tabu em minha vida e levei minha mão até a barriga saliente de Niall, acariciando por um tempo até perceber que eles estavam mexendo, deixando a experiência ainda mais marcante para mim.

– Eles estão ótimos, está sendo bem tranquilo, bem diferente de como foi com Rose. Eu até estou trabalhando ainda, embora agora Liam já ache que é melhor ficar em casa.

– E de quanto tempo você está?

– Entrei no sétimo mês essa semana.

– Uou! – Exclamei assustado. – Quanto tempo eu estive fora? – Disse me referindo ao tempo em que fiquei em casa, remoendo o que havia acontecido em minha vida.

After the dream - l.s (a/b/o)Onde histórias criam vida. Descubra agora