Capítulo 4

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A sigo com o olhar, ela corre sem olhar para trás.

Afinal, não há nada que eu podia ter feito, vendo de outro ângulo o melhor a fazer é deixa-la ir, nos meus romances policiais sempre diz que não há maneiras de conter uma fera ferida. Tá, tá, eu nem a conheço direito mas é sempre bom citar.

- Nathaniel. - uma voz cansada me chama, viro e é a diretora. - vou passar dando um comunicado para todas as salas e você precisa entregar essas convocações para os pais dos alunos. No caso você agora não irá para a aula agora, não levará mais de três aulas, você irá me acompanhar.

Balanço a cabeça positivamente e a acompanho.

- Senhora diretora, onde a Melody está? Essa também é uma das funções dela, não?

- Sim, mas ela não estava aqui no momento em que eu precisei, que no caso foi nesse instante. - ela sorriu. - E preciso de alguém que demonstre liderança, e você se encaixa nesse quesito.

Acho que essa foi uma das poucas vezes que vi a diretora sorrindo, ela sempre está muito apressada e estressada por causa do trabalho. Mas é bom vê-la sorrindo em plena manhã de segunda.

Passamos por quase todas as salas, e em nenhuma delas eu vi Esther, será que ela foi embora? espero que não, me sentiria muito culpado por isso, ou talvez... será quecaímos na mesma turma? Seria muita coincidência.

Estávamos indo para a última sala do corredor (a da minha turma), e estava um silêncio tão raro que nem parecia que havia mais de vinte alunos.

Sou o tipo de aluno que dificilmente chega atrasado, sempre sou um dos primeiros a chegar na sala porquê segundo a diretora, supostamente estimula os outros alunos a chegarem também, como um "líder", mas dessa vez foi diferente, A diretora entrou primeiro, deu umas orientações e em seguida fez um sinal que era para entrar entregando a ficha.

- Com licença diretora. - Entrei na sala e todos me olharam, senti um frio na espinha, qualquer passo em falso todos me olhariam fazendo com que pareça que estou fazendo algo errado.

Sei que parece besteira ou até mesmo exagero mas querendo ou não há uma grande pressão sobre mim, meu pai, todos que me conhecem à mais de anos sempre estão acostumados a me verem formal, as vezes eu solto algo que não lhes agrada e todos vêem com uma pedra na mão. Não estou querendo me transformar na vítima da história, pelo contrário, com toda a "autoridade" que foi proposta a mim, foi EU que permiti.

- Parece que o nosso querido representante de turma tem vergonha de chegar atrasado sem motivo algum. - disse Castiel em um tom irônico, todos riram.

Respire fundo, olhei para os lados, todos estavam observando qual seria minha reação, nem sequer a diretora resolveu interferir.

- Olha Castiel, eu não vou atrapalhar a aula discutindo com você, principalmente porque eu tenho motivo para ter chegado atrasado. - ando com fúria até a sua mesa e coloco um papel sobre ela, estico até ele apoiando três dedos na mesa de modo intimidador.

Sem exitar ele pega um isqueiro de seu bolso e acende fazendo a folha pegar fogo.

- ISSO É UMA COISA INTOLERÁVEL, SAIA DA SALA AGORA, VOCÊ ESTÁ SUSPENSO CASTIEL.

Ele levanta todo orgulhoso, passa por mim rindo, e saí.

- Professora - uma voz doce a chama, era Esther - posso ir ao banheiro?

A diretora faz um sinal com a cabeça permitindo, ela estava na minha direção, no fundo da sala, perto da carteira do sem noção do castiel, ela passa por mim com a famosa "cara fechada" e vai.

- Af, essa daí faz tudo para chamar atenção. - murmurou minha irmã.

- Que comentário mais desnecessário. - sussurro e ela ignora.

Logo depois dessa cena que, definitivamente foi bem desnecessária, a diretora continua a dar o comunicado, me retiro da sala discretamente indo atrás de Esther.

Chego no pátio e a vejo encostada com a cabeça nos joelhos. Não sei o que houve mas sei que posso deixa-la sozinha.

Vou caminhando devagar, e ao ouvir meus passos levanta o rosto. Abaixo e a abraço, sem questionar nem falar nada, eu já imaginava que havia acontecido algo.

- Vem, deixa eu te ajudar. - digo a puxando para cima.- Castiel te fez algo?

Ela balança a cabeça negativamente, enquanto passa as mangas da blusa em seu rosto.

- O gato sai e os ratos fazem a festa não é mesmo.- diz ele olhando para mim, ao ver Esther sua expressão muda completamente e avança ao me olhar

Em um piscar de olhos me vejo contra a parede e ele com suas mãos em minha camisa, colocando cada vez mais força em seu punho.

- PAREM, PAREM.- grita Esther tentando nos separar.

Ele estava no controle da situação, mas consegui reverter isso, o jogando no chão.

- Não vale a pena.- digo saíndo pegando na mão de Esther.

A acompanho até sua casa, até que foi tranquilo, ela consegue mudar o clima tão facilmente, isso é muito bom.

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olá galera, desculpa pelo capítulo curto e a demora, ultimamente eu ando pensando muito sobre a fic, mas é isso, espero que tenham gostado.
já sabem o jabá de sempre né, avalie o capítulo, deixe sua crítica. obrigadaaaa<3

NathanielOnde histórias criam vida. Descubra agora