Capítulo 15 - Vamos comigo,Miley?/1

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  - Miley, onde você está? - Marina vasculhava cada canto da sala. - Não estou brincando!

Ergueu o olhar para as escadas. Fechou com certa força, procurava coragem para subir.

- Júlia! - Gritou em busca da nova amiga da neta.

Escorreu a mão no corrimão e subiu vagarosamente as escadas. Olhou o corredor verificando cada detalhe.

Onde estão essas garotas?! Só para lhe dar o trabalho de procura-las.

- Miley, se não aparecer irei ligar para Letícia, e dizer que não esta me obedecendo. - Sua voz estava trêmula, as mãos gélidas passavam nas paredes.

Ouviu um gemido vindo do quarto de Miley. Parecia choro. Encostou a mão na maçaneta e girou, abrindo a porta.

Lá estava Júlia. Quieta. As lágrimas finas inundavam seu rosto. O desespero tomou conta de Marina. Onde estava Miley?

- Onde está Miley? - perguntou  receosa da resposta.

A garota não pronunciou uma palavra, mas apontou para janela onde as cortinas voavam denunciando que alguém havia pulado dali. O choro veio logo. Não conseguia se conter. Chegou mais perto vendo uma faixa de cabelo, que Miley estava usando, deixada lá.

- Q-quem? - Olhou fixamente para Júlia.

-Khiara. - disse quase sussurrando.

- Não era esse o combinado! - Soltou, fazendo a menina fixa seus olhos nela.

- Que combinado?

- Não se meta. Isso não tem nada haver com você.

- Então, você conhece Richard? - Abriu a boca em um verdadeiro círculo.

- O que você sabe sobre ele, é só uma criança! - Revirou os olhos, nervosa.

- Meu pai irá mata-lo.

- O quê? - Perguntou em tom de voz forte.

- Meu pai... - Fez uma pequena pausa. - irá mata - lo.

Sua cabeça girava. Ela cambaleou quando se levantou em um impulso. Passou a mão no rosto limpando-o.

- Vó, está tudo bem? - Miley perguntou observando Marina parada.

- Estou bem. - forçou um sorriso.

- Se precisar de ajuda, estou aqui.- Ele Sorriu.

- O que? - Arregalou os olhos. - Você?

- Estava com saudades? - Gargalhou.

- Richard, o que está fazendo aqui? - Marina perguntou aflita.

- Eu vim buscar minha herdeira. - Fitou Miley sentada no sofá.

- Você não pode leva-la. - Disse desperada.

- Para onde ela vai? - Júlia perguntou segurando a mão de Miley.

- Irá morar comigo. - Sorriu se aproximando das meninas. - Você quer morar comigo,Miley?

- Minha mãe me disse que não devo falar com estranhos. Sinto muito, Richard. - Miley tocou o rosto dele com uma de suas mãos. 

- Mas, Miley... - Ele deu um passo para trás franzindo a testa. - Eu não sou um estranho!

- Richard,não! - Marina o repreendeu.

- Ela precisa saber. - Ele colocou as mãos na cintura.

Marina mordeu o lábio inferior. Não sabia como Miley reagiria. E se algo acontecesse, algo de ruim, acontecesse? Seria culpa dela.

- Do ele está falando, vovó? - Perguntou a ingênua,Miley.

- Miley... vai para o seu quarto. Você também,Júlia. - Ela suspirou.

- Não. Ela vai ouvir o que eu tenho a dizer. - Richard insistiu.

- Diga logo. - Júlia revirou os olhos.

- Miley... Eu sou o seu avô. - Disse ele todo orgulhoso. Enquanto a menina tentava digerir tudo o que acontecia. - Não vai me abracar?

- Hum... - Ela retorceu a boca. - Mas eu já tenho um avô.

- O que? - arqueou as sobrancelhas.

- O Vovô Fernando.

- Eu sou o pai do seu pai. - Ele sorriu forçado.

- O pai do papai Ian morreu. - Ela explicou.

- Miley, por favor facilite. Não seja burra. - Se irritou.

- Não sou burra. - cruzou os braços.

- Meu amor, o que ele quer dizer é que, ele é o pai do seu pai, biológico. - Marina explicou.

- O que? - ela se assustou. - Ele é meu avô?

- Então, Garota. Não vai me abraçar? - falou abrindo os braços sentindo a força do corpo da menina contra o seu.

- Meu avô! - Gargalhava e corria pela casa.

Júlia estava incrédula. Sempre abria a boca para falar algo,mas fechava porque as palavras não saiam. Marina sentou ao lado de Júlia, ela estava prevendo algo de ruim. Ele iria levar Miley para Ares.

- E o meu pai, vovô? Onde ele está? - Quase não parava para respirar. - Você sabe onde ele estar, não sabe?

Richard logo abriu seu sorriso malicioso. Tudo estava indo as mil maravilhas.

- É claro que sei, meu amor. Eu posso te levar lá? O que me diz? - O olhar tenebroso fitou Marina que estava nervosa.

- Miley, eu acho que sua mãe não vai gostar. - Júlia tentou conter a menina.

- É verdade. - Ela pensou um pouco. - E se você for comigo, e a vovó também pode ir.

- Miley... - Júlia tentou mas foi interrompida.

- Claro! vamos, Miley. - Richard falava com medo de que elas desistissem.

- Eu não vou poder ir. - Marina levantou suas mãos trêmulas passavam nos cabelos.

- Tudo bem. Vamos logo, Miley. - Richard insistia.

- Podemos ao menos ligar para Letícia? - Júlia perguntou desconfiada. - Ela pode ficar preocupada.

- Não precisa, querida. - Marina atropelou as palavras. - Eu mesma aviso. Agora podem ir.

Richard estendeu a mão para Miley que olhou para Júlia assim que a amiga a puxou. Os olhos de Júlia penetravam em Miley, ela parecia querer avisar-la de algo. Mas Miley era teimosa e não deu tanta importância para o que a menina queria dizer.

Miley estendeu sua mão até a Richard. Marina estava apreensiva. O medo tomava conta dela, e se algo desse errado, ela estava ferrada. Se Letícia desconfiasse que ela estava por trás do provável sumiço de Miley, Letícia nunca iria perdoar Marina.

- Miley....- Júlia tentou chamar a atenção dela mais uma vez.

Herdeira Das Sombras| A ERA DOS ANJOS Onde histórias criam vida. Descubra agora