Capítulo 1

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16 anos depois...

Culinária, confirma; estética, confirma; línguas, confirma; geografia, confirma; história, confirma; cálculo, confirma. Ok, material organizado. Penteei meu cabelo, coloquei o uniforme, meu crucifixo, meu sapato, olhei-me ao espelho.

   Hoje era o primeiro dia de aula do ensino médio. Mas um ano. Já tinha estudado as férias toda, os livros que posso ler são somente os da escola, além de é claro passar minhas férias todas aprendendo a cozinhar, costurar, ajudando minha mãe com a casa, coisas que meu pai e minha mãe diziam que me fariam uma dona de casa excepcional.

   Desde pequena eu fui prometida para o filho dos Patrick's, Louis Patrick's, os mesmos assim como minha família , os Coast, tem uma influência muito grande no governo, mas de uns tempos para cá Louis foi incriminado por ser contra os princípios do governo e consequentemente foi detido. Isso foi a 7 meses atrás. Ninguém sabe o que aconteceu com ele.

   Devido ao ocorrido, meu pai e minha mãe possuem mais um problema, saber quem será o meu futuro marido.

   Enquanto isso eu estudo, aprofundo-me mais nas técnicas de cozinha e costura.

   O que mais gosto é de imaginar como foi antes da guerra, ouvi dizer que as mulheres chegavam a ser presidentes, médicas, advogadas ou até militares. Uma vez peguei-me perguntando a meu pai o porque de as mulheres não poderem ser como antes, ele apenas mandou-me calar a boca e voltar a ler meu livro.

   Terminei de ajeitar-me, desci para a sala, indo até a cozinha, vendo minha mãe lavando a louça:

- Mãe?- chamei e ela sorriu quando me viu.

- Oi meu amor- continuou com o sorriso.

- To saindo- falei dando um beijo na bochecha de minha mãe- papai tá onde?- perguntei.

- Foi para o anexo- falou seca.

- De tarde?- perguntei.

- Não perguntei- entendi, uma das regras do meu pai era, nunca perguntar, mas eu descobria toda vez para onde meu pai ia, dessa vez, o governador veio
conversar com meu pai , o porque? Não sei.

- Ok- falei pegando minha mala que estava próxima a cadeira da mesa- tchau mãe- falei indo abraçá-la.

- Vou sentir sua falta, meu amor- ela falou beijando minha bochecha- comporte-se, e não se esqueça, eu te amo- limpei uma lágrima do meu rosto e afastei-me de minha mãe.

- Tchau mãe- falei e sai da cozinha, abri a porta de casa, coloquei minha mala para fora. Minha mochila tava pesada, meus novos livros estariam no meu armário. Um ônibus parou na frente da minha casa, fui até ele, o motorista desceu, pegando minha mala e guardando no porta mala do ônibus, subi, e quando eu entrei, senti um frio na barriga, várias meninas olhavam-me como se metralhassem a mim só com um olhar. Então lá no fundo vi Diana, ela sorriu ao ver-me e acenou para que eu a visse, sorri e fui até ela.

Coloquei minha mochila no chão do ônibus ao meu lado e sentei-me ao lado de Diana:

- Ansiosa para o primeiro dia de aula?- pergunta.

- Não sei para o que, todo ano é a mesma coisa- respiro fundo olhando pela janela.

- Fale por você- olho para ela confusa- ah, por favor né Daisy, todo mundo sabe que você está entre uma das garotas mais cobiçadas do campos- reviro os olhos.

- Cobiçada entre aspas, né Diana?- volto a olhar para a janela.

- Você está falando de interesse?- ela pergunta- porque se for, ah por Deus, né Daisy?- Diana revira os olhos- todo mundo sabe que esse lance de amor não pode existir em nossas vidas- ela fala como se fosse óbvio.

- Tá, tá eu sei- bufo derrotada.

   Encostei minha cabeça na janela e adormeci vendo a paisagem passar. Acordei com uma cutucada:

- Acorda, criatura- Diana dá um tapa na minha testa, dou uma olhada feia para Diana e logo a mesma finge que não fez nada. Observo pela janela o muro do campus, logo o ônibus entra e consigo ver vários dormitórios, até o ônibus parar. Descemos. Eu olhava tudo curiosa:

- Sejam Bem Vindas- uma madre interrompe meus devaneios- escolham seus devidos quartos e acomodem-se, mas é claro não muito- ótimo vai começar.

Entrei em meu dormitório. O dormitório na verdade eram uma espécie de prédio no caso de 2 andares, todos com capacidade para 30 garotas, nos quais cada garota terá seu próprio quarto. A biblioteca, o refeitório, as quadras, as salas de aula ficavam no Campos.

Subi as escadas e encontrei meu quarto. Número 202. Abri a porta. O quarto era um pouco menor que o meu em casa. Ao entrar eu deparava-me com uma janela que ficava em um mini-corredor, o quarto todo ficava para a esquerda, ao adentrar o resto do quarto, a cama e a escrivaninha ficavam a direita, e a frente do mini-corredor tinha um mini-closet e em frente ao mini-closet tinha um banheiro.

Organizei todas as minhas coisas, e quando eu olhei o relógio da parede já eram 8pm, eu estava atrasada para dormir, logo a madre viria. Tomei um banho, coloquei meu pijama e deitei-me naquele "saco de tijolos" que chamam de cama.

Ouvi a porta sendo aberta um momento. Abri os olhos um pouco e vi que era a madre verificando se eu estava dormindo. Ela nem percebeu que eu ainda mantinha-me acordada e depois saiu.

Ao longo da noite eu fiquei pensando como será amanhã. E de repente as palavras de Diana veio a minha cabeça " Todo mundo sabe que você está entre uma das garotas mais cobiçadas do campos" "Você está falando de interesse? Porque se for, ah por Deus, né Daisy? Todo mundo sabe que esse lance de amor não pode existir em nossas vidas".

Amanham vários olhos interesseiros vão cair em cima de mim, e não sei se estou preparada para isso.

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Mais um, espero que gostem 😘😘😘😘

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⏰ Last updated: Oct 30, 2016 ⏰

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