Lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto. O quarto que eu estava era semelhante ao anterior e novamente não havia portas. Não havia qualquer lâmpada, mas de alguma forma que era capaz de ver tudo com clareza. O quarto estava completamente vazio, mas antes que eu tivesse tempo de pensar no que fazer em seguida, ele ficou escuro e o zumbido de antes voltou.
Tapei meus ouvidos em protesto, era mais alto do que jamais foi, mas acabou em um momento e as luzes voltaram, só que desta vez algo foi adicionado ao quarto. E então eu gritei. Lá no meio da sala, amarrado por correntes, completamente nu estava David.
Parecia que ele foi torturado, cheio de marcas de facadas no peito e braços.
-DAVID! – Eu corri até ele o mais rápido que pude. Ele estava consciente, eu vi seu peito se encher e esvaziar, ele estava respirando, mas não estava falando. E foi ai que eu vi o que estava gravado em seu peito. Eu caí de joelhos quando vi. Um “7” olhou para mim como se tivesse olhos. Ouvi David tentar falar, e fui até mais perto do que conseguia.
- David! Davi, você pode me ouvir?!
- Maggie... O que você tá... O que você tá fazendo aqui? – Sua voz era suave, mas ele estava falando e eu era grata por isso.
- David! Estou tentando salvá-lo. Como posso te soltar? – Olhei ao redor da sala para tentar encontrar qualquer tipo de chave, mas tudo que encontrei foi uma faca pelos cantos. O metal era muito grosso, era uma faca mortal. Voltei para David, parecia que ele estava à beira da morte, então senti meu bolso vibrar. Eu me assustei e peguei o telefone no meu bolso. Como eu suspeitava uma mensagem não lida. Eu abri a mensagem que dizia:
“Este não sou eu.”
Eu não sabia o que pensar. David estava bem ali na minha frente, mas essa mensagem veio do mesmo número que me contatou. É da primeira mensagem que recebi onde David mencionou sobre a Casa Sem Fim.
- Maggie... – Eu ouvi a voz dele claramente com meus ouvidos. Parecia que a voz vinha de todos os lados. – Maggie... Você tem que ir em frente.
- O que você está falando? Como? – Eu estava cara a cara com David, ou quem quer que fosse acorrentado ali.
- Essa faca... – Ele fez um leve movimento com a cabeça em direção ao canto. – Vá buscá-la. – Eu corri e imediatamente voltei com a faca apertada em minhas mãos. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas eu precisava salvá-lo e faria alguma coisa...
- Agora me esfaqueie no peito.
- O que? – Fiquei chocada. David pendurado ali, olhando diretamente nos meus olhos.
- Você tem que enfiar essa faca no meio desse “7” em meu peito. É a única maneira de nos salvar.
- Não... - Eu tropecei para trás – Não, o que você está dizendo não faz nenhum sentindo!
- Maggie! – Ele estava gritando agora, seus olhos parecia frenéticos, o lado de sua boca se curvou em um sorriso torcido. – Maggie, me apunhalar agora é o único caminho!
Olhei para a faca na minha mão, minha cabeça parecia como se tivesse sito atingida por um bastão. Eu estava perdida completamente. Eu apertei meus olhos fechados e senti a faca na minha mão.
- MAGGIE! – E com o grito e um impulso esfaqueei o peito de David.
Eu não sei o que deu em mim, eu só aceitei que era a única maneira. Abri meus olhos e vi o rosto dele. Ele estava apavorado. Lágrimas deslizavam por suas bochechas e David me olhou nos olhos.
- Por que... Você... Fez isso...?
Ele não podia me enganar. Eu sei que não era David. Não podia ser! Seus olhos rolaram para trás quando morreu, mas foi ai que ele mudou. O “7” em seu peito se foi, o sangue escorria no chão formando uma piscina abaixo de mim. O líquido vermelho se estendendo em todas as direções, o círculo quase encheu a sala, e eu comecei a afundar. Tentei me mover, mas não conseguia. Era como areia movediça.
O sangue estava até meus joelhos agora, quanto mais eu tentava lutar, mais eu afundava. Estava até meu peito agora. O corpo sem vida de David estava pendurado acima de mim, sorrindo. O sangue chegou ao meu pescoço, eu estava apavorada e em pouco tempo submersa eu caí na escuridão.
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A Casa Sem Fim
Paranormal"...As regras eram bem simples e clichês: Chegue na saída final e você ganha 500 dolares, nove cômodos no total..."