Cap. 17 - Armação.

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AIDEN:

- Eu já disse mil vezes...Eu sou inocente.-

- Claro que é. Olha garoto, a droga foi encontrada em seu carro, enquanto você dirigia para fora do estado. Você foi preso em flagrante.- O delegando se aproxima e apoia os cotovelos na mesa, reparo nos seus dentes manchados pela cafeína, sua barba por fazer e seus olhos cansados.

- Se você me ajudar eu posso te ajudar. Apenas me diga, para onde você estava levando os 30kg de cocaína?-

Estou prestes a chorar de frustração. O que eu posso fazer para que ele acredite em mim? Eu já falei a verdade. Não sei como aquela cocaína foi parar no meu carro.

- Senhor delegado, eu já disse, eu não tenho a menor ideia de como aquela droga foi parar no meu carro. Eu sou inocente, alguém deve ter armado pra mim.- Digo tentando manter a calma na voz.

- E quem faria isso?- Ele pergunta me olhando desconfiadamente. Já vi que não adianta, ele não vai acreditar em nada do que eu disser. Na sua mente ele já me julgou e me culpou.

Mas o que me desespera mesmo é saber que a Gwen também fez isso. Eu vi o jeito que ela olhou pra mim, e quando eu jurei que era inocente, ela apenas desviou o olhar e ficou em silêncio. Não posso acreditar que ela me tenha em tão baixa conta.

- Eu não sei.- Dou um suspiro e abaixo o olhar, derrotadamente.

- Talvez eu tenha que perguntar para aquela jovem que estava com você. Talvez ela saiba de alguma coisa.-

- Não, a Gwen não sabe de nada. Deixe ela em paz, soltem ela.- Digo olhando para o homem barrigudo e de meia idade sentado na minha frente.

- Você não está ajudando em nada. Talvez uma noite atrás das grades faça você falar.- Ele faz sinal para um guarda me levar dali.

Sou conduzido, ainda algemado, até uma pequena cela vazia.

O guarda me empurra para dentro e fecha a cela. O espaço é minúsculo, há um vaso sanitário em um canto, quase encostado na pequena e suja cama.

Passo minhas mãos pelas barras e me tiram as algemas.

- Eu quero falar com a Gwen. Onde ela está? Ela está bem?- Exijo saber.

O guarda apenas ri e se vira, me deixando sozinho.

Só de pensar que a Gwen, a minha princesa, está em uma cela imunda e fedorenta como essa me deixa doente.

Ando de um lado para o outro.

Como? Como que aquela droga foi para no meu carro? Eu prometi para Gwen que não me envolveria mais com esse tipo de coisa, e eu cumpri minha promessa.

Não tenho a mínima ideia de como aquilo foi parar lá.

Continuo andando pelo espaço limitado da cela, matando o tempo.

- Aiden Landon.- Uma voz de homem me chama.

- Sim?- Vejo que é o mesmo guarda que me trouxe para cá.

- Você tem visita.- Ele diz e sai sem dizer mais nada.

Quem poderia ser?

Escuto o barulho de salto alto no chão. Não sei porque mas esse som me dá calafrios.

Uma mulher na faixa dos 40 anos, bem vestida em um terninho caro, com o cabelo e maquiagem impecável e uma expressão assustadoramente fria para em frente a minha cela.

Olho-a com confusão por um segundo, mas é apenas por um segundo porque logo eu a reconheço. Eu a vi apenas uma vez, mas já foi o suficiente para que eu nunca me esqueça de sua expressão cruel.

Paixão a Mil por Hora (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora