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Início da obra : 03/04/2018

Boa Leitura!

Rebeca Garcia

Ah, como eu queria que minha mãe estivesse aqui. Ela veria a mulher maravilhosa que me tornei, esfregaria na cara dela que sou capaz de ser alguém na vida, diferente dela.
Fui abandonada pela mesma com quatorze anos, eu nunca tinha visto o meu pai, e a mulher que chamo de mãe nunca me falou do mesmo. Desde do dia que ela me abandonou eu continuei estudando e trabalhando. E só com um pensamento: vou me tornar a melhor pessoa, se eu tiver filhos jamais os abandonaria e seria alguém formada e capaz de conseguir as coisa; porque se tem uma coisa que contribuiu para que a minha mãe me abandonasse foi a pobreza. Aqui, na Rocinha, não é nada bom. Claro que tem seus lados legais, mas 90% é coisa ruim.

Hoje, aos meus 18 anos, sou uma pessoa madura e linda. Trabalho em um mercadinho aqui na Rocinha mesmo.

Termino de amarrar meu cabelo em um coque e passo a mão pelo uniforme do mercadinho. Calço uma sapatilha preta e saio de casa. Não costumo levar nada para o serviço, o medo de roubarem meu Motorola C139 é maior, mesmo que seja um treco que só dá para ligar. Ele é o único que consegui comprar, já que custava só R$ 90,00.

Cheguei no mercadinho e fui logo para o caixa. Minha amiga, Alana, também trabalhava aqui, só que ela ficava na parte do açougue. Ela pirava, já que saía de lá com cheiro de carne.

_ Bom dia _ cumprimento o meu chefe, Sr José.

Ele é super legal

_ Bom dia, querida _ sorriu amigável _ como foi sua noite?

_ Muito boa, obrigada por perguntar _ sorri

Logo os clientes começaram a chegar e assim o tempo passou. Quando deu 12:00 horas fui até a parte do açougue chamar Alana para podermos irmos almoçar.

_ Fala aí, raparinga _ me cumprimentou, com se jeito fofo de ser

_ Oi, carnuda _ sorri da cara estranha que a mesma fez _ vamos almoçar

Ela assentiu. Tirou o avental e lavou a mão.

_ Sabe, eu estava pensando _ ela dizia enquanto caminhávamos em direção a pensão da Dona Joana. _ que tal irmos no baile hoje? _ perguntou, e pelo seu tom de voz ela aparentava estar bastante animada.

Chegamos na pensão e sentamos em uma mesa no canto, nossa mesa.

_ Não sei, Alana. Sabe que esses bailes não são nada legais. _ digo olhando o "cardápio".

Ela sorriu

_ Para de ser medrosa, você nunca saí de casa. Vamos, bicha _ tentou fazer uma carinha legal, mas parecia um louca

Suspiro

_ Tudo bem _ ela sorri mais

_ Pensei que ia ser mais difícil, _ deu risada. Louca _ já tinha até preparado o discurso

A olhei espantada, nem parece ser minha amiga de tão doida que é.

Dei risada

_ Você é doida _ falei e ela deu de ombros

Dono do Morro - Livro 1 ( REVISÃO ) Onde histórias criam vida. Descubra agora