06. past

65 7 5
                                    

N/A: Gente, resolvi fazer esse capitulo aqui pra vocês poderem conhecer a Camila de Intrusive melhor e entender que porra tá acontecendo. Espero que funcione. Só vou explicar mais um pouquinho da história dela, mas sem spoilers.

OUTRA COISA: Estava tentando fazer faz um BOM TEMPO um trailer pra fic porque acho isso muito legal e tal, mas cacete dá muito trabalho. Ficou meio merdinha mas esqueçam e não desistam de mim. Coloquei ele ali em cima mas não sei se vai funcionar, então qualquer coisa é só pesquisar intrusive fanfic camren que deve aparecer. Beijinhos (heart emoji).

          Camila não saía de seu quarto faziam três longos dias e sua mãe já estava ficando preocupada.

    - Ale, algo está errado com a Kaki. Ela só sai para ir ao banheiro e comer, e nem isto faz direito - Sinu cochichava com o marido enquanto olhava sua filha de seis anos separando um alimento do outro no prato com a cabeça pendendo em sua mão.

          - Eu sei, eu sei. Não se preocupa, mi amor, eu chamei uma psicóloga que me indicaram para atender Camila. Ela vem amanhã de manhã.

          Sinu suspirou e continuou roendo as unhas. Não saber o que estava acontecendo com sua filha era aterrorizante.
Camila foi até seu quarto de cabeça baixa e trancou a porta, começando a chorar no mesmo instante com as mãozinhas envolvendo seu rosto infantil. Aquilo doía muito em seu peito. Não entendia porque papai do céu tinha que fazer crianças tão más.

(...)

- Hija, esta é a senhora Jauregui, ela vai conversar com você um pouquinho. Você pode falar tudo pra ela, tá? - Camila permaneceu em silêncio enquanto a mulher com uma saia social e blazer sorria em sua frente com a mão estendida, que a pequena nem cogitou apertar, a fazendo abaixá-la logo em seguida.

- Olá, pode me chamar de Clara. Papai e mamãe vão dar uma saidinha, mas eu vou ficar aqui com você, pode ser? - Camila a olhava desconfiada, ganhando um olhar encorajador dos pais, mas que claramente estavam nervosos com a reação da menina. Alejandro e Sinu deixaram a sala com um olhar apreensivo, apenas pensando que fariam de tudo para descobrir o que acontecia com a pequena.

- Você é a Camila, certo? - a mesma balançou a cabeça repetidas vezes.
- Pode me contar o que está acontecendo? - a pequena fez um movimento oposto ao anterior, negando.

Clara soltou um suspiro e continuou conversando com a menina, mas sem conseguir respostas satisfatórias. E assim foi a próxima consulta. E a próxima. E a próxima. Até que Clara resolveu usar um de seus artifícios que guardava para um último caso. Naquela tarde, chegou determinada a fazer a menina falar naquela sessão. Sentou-se em seu lugar habitual no quarto de Camila, uma cadeira roxa colocada ali apenas para a psicóloga. A pequena odiava aquela cadeira.

- Querida, eu preciso conversar sério com você.
Os olhinhos de Camila se apavoraram prontamente.
- É o seguinte - Clara fez um sinal com a mão para Camila sentar-se na cama em sua frente, o que ela fez, colocando as mãozinhas em cima das coxas apreensiva - Criança tem que ir pra escola, você sabe, né? - a pequena sacudiu a cabeça afirmativamente - Então, se ela não vai pra escola, eles acham que o papai e a mamãe da criança não estão cuidando bem dela, você entende? E então eles resolvem a pegar e levar pra uma outra família cuidar, para que essa nova família possa dar estudo e carinho para  a. - Camila já lacrimejava prendendo um soluço. Nada do que Clara falava era invenção ou uma mentira qualquer, apenas um pouco dramático, mas só estava usando a realidade para ajudar a garota. - Então a tia precisa que você volte pra escola. Só que o papai e a mamãe estão preocupados com você e eles não querem forçar você a ir, mas eles também não querer perder você pra outra família - a menor tinha lágrimas rolando pelas bochechinhas - Você precisa contar pra tia Clara o que está acontecendo, meu amor, pra gente poder resolver.

Camila desabou a chorar e agarrou as pernas da mais velha, que sentiu seu coração apertar. Tinha uma filha da mesma idade, não conseguia ver os pequenos infelizes.

- Eu não posso voltar! A Amanda disse que eu sou esquisita e que ninguém quer ficar perto de mim! - Clara abraçou o corpinho da menor, que soluçava - E eles ficam colocando a mão em mim só porque eu disse que eu não gosto!

- E por que você não gosta? Conta pra mim - a mais velha dobrou a perna dando umas batidinhas com a mão e a pequena Camila escalou para sentar-se em sua coxa.

- Porque aí eu tenho que fazer a coisa que eu tô fazendo 10 vezes, e eu fico muito cansada aqui! - pôs as duas mãos na cabeça e a afundou no peito da psicóloga, chorando mais. Uma ideia estalou na mente de Jauregui, que, de repente, tinha respostas. Consolou a menina o máximo que pôde até a mesma estar mais calma. Depois conversou com seus pais.

Camila foi encaminhada para uma psiquiatra e teve mais algumas sessões com Clara, mas parou quando a mesma começou a trabalhar em um projeto particular e teve que mudar de cidade por algum tempo, deixando assim seus pacientes.

Seis anos. Camila era tão pequena, mas já se sentia igualmente deslocada. Anormal. Esquisita. Era isso o que todos falavam para ela. Era o que se repetia constantemente em sua mente. E era o que ela achava que sempre seria dito sobre ela. Tinha a certeza inocente de que todos no mundo pensavam assim sobre ela.

O que ela não sabia era que existiam pessoas que a amariam do jeito que ela era, sem nenhum julgamento. Além de seus pais, Camila não conhecia ninguém assim. Todo mundo era mau com ela. Mas uma dessas pessoas estava mais perto do que ela imaginava.

Alguém que, definitivamente, não era "todo mundo".

• intrusive •Onde histórias criam vida. Descubra agora