Há 30 anos, um grupo de amigos desapareceu em uma floresta ao norte da pacata cidade de Canterville por duas semanas, no décimo quarto dia após o desaparecimento o grupo é encontrado... mortos. Nos dias atuais, a história é contada como lenda para m...
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Tyler
Andamos por horas e horas, a floresta parecia não ter fim. Cada passo que eu dava nesse chão lamacento me prendia mais a ele. O pequeno tronco logo a frente estava longe demais para eu alcançar... Sinto que estou perdendo minhas energias, mas não posso desistir agora, não posso descansar até... precisamos achar o nosso amigo... Precisamos achar esse maldito Evan!!!
23:30
- Aah. - Inspiro. - Uff. - Expiro.
Sento-me no tronco partido. Aparentemente por um raio que caiu e o derrubou.
O cansaço é evidente em todos que me rodeiam, estamos em onze, antes fosse doze, onde será que o maldito décimo segundo se meteu?
Andamos tanto por essa floresta, que a vegetação nem é mais a mesma, a poluição humana não conseguiu alcançar esse ponto. É completamente diferente de onde estávamos, está mais viva, as cores agora inundam-a.
Em uma floresta antes escura, sombria e com sons perturbadores, nos apresenta agora sua versão mais agradável, com suas belas árvores e suas folhas caídas pelo chão, particularmente me irritando a cada passo dado. Porém uma coisa me alegra, quem não gosta de sentir aquele suave cheiro de chuva? Sim, há alguns minutos um leve chuvisco vem ofuscando o som sereno da floresta. Árvores cobrem uma grande área, nada de campos ao ar livre, apenas grandes troncos plantíferos que embelezam o lugar. Estamos mais a vontade, isto é certo. Mas sem nos deixarmos levar pela beleza, duvidamos: O que faríamos para nos proteger de algo? Essa é uma das perguntas que eu temo saber a resposta.
- Aqui, Tyler. - Diz Sophia enquanto me entrega uma garrafa d'água. - não tome tudo, só temos esse bocado de água.
- Obrigado. - Dou um leve sorriso demonstrando minha gratidão.
Ela sabia que estávamos todos cansados, assim, em sua pequena cabecinha oca, ela se perguntava: Quem melhor do que eu para ajudar a todos? Porém, sem ninguém reparar, nem mesmo Dilan, que ao beber o último gole de água, deixara Sophia com seus lábios ressecados por mais algumas horas, pois atenciosamente deu de beber para todos, a fim de que pudessem estar preparados para o que viria pela frente. É como dizem em Canterville, "Se você não pode, ajude quem possa".
- Sabe, eu venderia todos vocês para comer um belo Hambúrguer agora, mas infelizmente aqui só tem pinhas! - Lucy chuta a pinha mais próxima.
Todos os nossos esforços estão sendo para o Evan, cada passo, cada gota de suor, é para resgatarmos nosso amigo. Estamos seguindo suas pegadas faz horas. Nem ao menos sabemos como ele sumiu... Evan nem sequer é sonâmbulo. Mesmo eu odiando aquele imbecil, ele ainda é meu amigo, e agora, mais do que nunca, precisa de nós.
Dante se levanta e chama a atenção de todos: - Pessoal, precisamos resolver o que faremos daqui em diante. - Ele se encosta em uma árvore, cerrando seus olhos heterocromáticos. - hm, vamos começar pelo fato de estarmos perdidos.
