A garota do outro lado da rua

Tudo bem

Arthur #on
Hoje eu acordei pensando na Val. Só espero que ela não perdoe o Gustavo, não quero ela perto dele. Vai que ele beija ela de novo...
Fico me perguntando se aquele beijo teve algum significado pra ela. Acendi um cigarro e  tomei uma xícara de café e fui para a casa da Val. Toquei a campainha e ela abriu a porta com um sorriso enorme eu retribui só que um pouco mais triste. Ela logo percebeu e me deu um sorriso de lado.
Fomos andando mesmo até a escola e no caminho não trocamos uma só palavra, estava um silêncio constrangedor, quando chegamos no portão da escola, o Gustavo estava encostado na parede, provavelmente esperando a Val.
Ela estava prestes a ir na direção dele quando eu peguei em sua mão, mas uma vez sem dizer nada ela apenas assentiu. Como se soubesse o que eu queria dizer. Ela largou a minha mão e foi falar com ele. Não queria ficar ali pra ver aquela cena então resolvi entrar...
Valentina #on
Hoje senti que o Arthur estava estranho, acho que ele está inseguro em relação ao Gustavo. Hoje de manhã ele me mandou uma mensagem perguntando se a gente podia conversar antes das aulas começarem e eu apenas concordei. Senti que o Arthur ficou um pouco machucado por que deixei ele e fui até o Gustavo, só que eu preciso resolver as coisas...
- oi - disse meio triste e dei um sorriso de lado
- oi - ele disse e retribuiu o sorriso - pensou no que eu te falei ??
- sim, olha Gu eu queria mesmo poder tentar uma chance só que o que você fez foi muito, muito errado. Eu quase perdi a única pessoa que me fez bem pelas idiotices que você me disse - eu
- eu sei disso Val e eu quero que me perdoe. Eu saí dessa droga de plano por que pensei em você, não queria te ver mais magoada - ele disse e pude ver que ele estava mesmo arrependido
- tudo bem eu te perdoou. Só que você tem que me prometer que nunca mais vai fazer isso - eu disse e dei um largo sorriso que logo foi retribuído
- é claro que eu nunca vou fazer isso de novo - ele disse e fechou a cara - Val posso te contar uma coisa ??
- claro, o que ouve ?? - eu disse preocupada
- eu preciso falar isso longe daqui, tenho medo que alguém escute - Gustavo
- você não vai me sequestrar ou algo do tipo vai ?? - eu disse e ele riu
- óbvio que não, vem logo - ele disse e fomos para um Starbucks que tinha ali perto. Fizemos os nossos pedidos e nos sentamos em uma mesa que ficava perto da janela
- pode começar a falar - eu disse e ele abaixou a cabeça
- eu descobri esses dias que a minha ex namorada a Rayssa, teve duas filhas gêmeas - ele disse e pude sentir preocupação na sua voz
- nossa, quantos anos ela tem ?? - eu
- 16, mas o problema não é esse. A mãe dela está ajudando ela, ela está bem... - ele disse e deu uma pausa - o problema é que as meninas são minhas
Eu não sabia o que dizer, apenas segurei em sua mão e levantei a sua cabeça. Fiquei encarando ele por alguns segundos e vi uma lágrima caindo de seus olhos
- não sei o que fazer Val, minha avó vai me matar se ela descobrir e minha mãe vai ajudar e o pior é que ela quer que eu  comece a pegar as meninas nos fins de semana e eu não posso levar elas lá pra casa e eu não sei cuidar de duas crianças. Eu preciso de ajuda. - ele disse e desmoronou.
Ver ele daquele jeito me magoou bastante, então tive uma brilhante ideia.
- que tal você levar elas lá pra casa ?? Já que eu moro sozinha vai ser bom pra mim. Assim eu te ajudo a cuidar delas, você me faz companhia e tudo se resolve... - eu
- você faria isso por mim ?? Mesmo depois de tudo o que eu fiz com você ?? - ele disse surpreso
- claro, nunca deixaria duas crianças sozinhas com você - eu disse e nós caímos na risada
- muito obrigado Val - ele disse se levantando e me abraçando
- de nada - eu
• no fim de semana •
A campainha toca e eu já até sei quem é. Fui atender e vi uma menina com duas bebês pequenininhas e lindas bebês idênticas nos braços.
- você deve ser a Valentina a namorada do Gustavo, certo ?? - menina
- ham - não sabia o que responder até que o Gustavo apareceu atrás da menina e fez que sim com os dedos - sim sou eu
- aqui as minhas pequeninas - ela disse me entregando as meninas - muito obrigada por ajudar ele a cuidar delas, eu estou esgotada estava precisando de um fim de semana para descansar - ela disse e me deu um sorriso amigável
- não precisa agradecer vai ser uma honra cuidar dessas coisinhas lindas, como são os nomes das pequenas ?? - eu perguntei e o Gustavo entrou na minha casa e pegou uma do meu colo para me ajudar
- Violet e Melanie - ela disse sorrindo
- adorei os nomes - respondi e retribui o sorriso
- bom eu já vou indo, obrigada mais uma vez - ela disse e foi embora.
O Gustavo fechou a porta e eu olhei incrédula pra ele. Ele mentiu pra menina que eu era namorada dele, esse menino não tem jeito mesmo.
- me desculpa, mas ela disse que não ia deixar eu ver as minhas meninas se eu não tivesse a companhia da minha mãe ou da minha avó, ela sabe que eu não dou conta... - Gustavo
- tudo bem, só que me avisa antes Okay ?? E meu deus, o que eu vou falar para o Arthur ?? - eu disse e entrei em choque
- calma, qualquer coisa eu converso com ele - Gustavo
- tá obrigada, vou fazer alguma coisa pra gente comer e a mamadeira delas - eu disse e fui para a cozinha
As meninas são uma gracinha, nem parece que são filhas do Gustavo. Quero dizer, são tão pequenas e delicadas. Mas alguns traços delas são iguais ao dele.
Só espero que o Arthur entenda