Wonderland - A Coroa de Marfim (CANCELADA)

CAPÍTULO 5: CADA VEZ MAIS CURIOSO

Alex se levantou no escuro. Sua mente estava a mil com o que havia acontecido.

No lugar onde antes havia o homem que queria lhe matar, apenas uma cartola gasta e empoeirada podia ser vista. A sala antes destruída pelos feitiços do ser das sombras estava intocada, e as velas acesas por ele ainda estavam queimando.

Eu vou me tornar aquilo? Alex estava perplexo com a possibilidade. Porém não podia tirar da mente a exibição de poder que o ser podia demonstrar.

Quando passou a se preocupar com uma saída, uma porta se abriu ao seu lado, uma luz forte e o som de pássaros entravam por ali. Alex se aproximou com cautela da porta, segurando firmemente a adaga em sua mão direita. Uma fumaça preta ainda circundava a lâmina prateada.

Então ouviu a voz de Mainfred.

- ELE JOGOU FOGO?

- Não literalmente jogou – dizia Stanford. – E Mainfred, pelo amor de Absolem, pare de gritar!

- COMO? – continuou gritando Mainfred. – ELE JOGOU FOGO! HÁ, HÁ!

Stan suspirou derrotado.

Alex atravessou a porta e viu os dois parados debaixo de uma árvore.

- Alex! – Mainfred veio correndo ao seu encontro.

Sim, correndo. Pois apesar de manter sua forma de coelho, suas pernas eram humanoides. Portanto ele não precisava pular.

Stan se aproximou também enquanto a passagem atrás de Alex desaparecia.

- Alex, como você está? – Stan colocou suas mãos enormes na cabeça de Alex e ficou girando a procura de algum ferimento. Parecia que havia encontrado alguma coisa na parte de trás da cabeça, porque ficava estalando a língua impacientemente.

- O que foi isso? – perguntou Stan.

Em meio aos berros de Mainfred sobre sua habilidade de colocar fogo em arbustos, Alex contou sobre o homem das sombras que dizia ser sua mente.

- Wonderland costuma nos pregar peças – disse Stan ainda preocupado com a lesão no pescoço de Alex. – Não leve tudo muito a sério.

- Leve a sério sua magia! – disse Mainfred pulando. – Pode jogar fogo naquela flor?

Alex começou a rir, mas mesmo que decidisse testar sua magia mais uma vez, não encontrou nenhuma flor para ser queimada. Tinha alguma coisa errada com o local.

- Bom, não podemos ficar desse tamanho para sempre – disse Stan olhando para os lados. – Você ainda está com os bolos mofados, Alex?

- O que quer dizer com tamanho? – perguntou o garoto.

- Você deve achar muito confortável estar do tamanho de um inseto insignificante – disse Mainfred. – Eu sei que eu não estou.

Inseto? Alex começou a se perguntar sobre o que estavam falando. Então percebeu o que havia de errado com o local.

Eles estavam minúsculos, menores que as flores que rodeavam o lugar. E a flor que Mainfred se referia, deveria ser aquela em que eles estavam debaixo.

Alex tirou a mochila das costas e procurou a pequena caixa de madeira, tirou três bolinhos de dentro e entregou dois aos amigos.

- Como encolheram sem a poção? – perguntou Alex olhando desconfiado para o bolo.

- Eu encontrei uma assim que deixei o jardim em chamas – disse Stan comendo um pedaço do bolo. – Você devia comer.

- Eu caí no desafio mais fácil da toca, mas que também requer a poção de encolhimento – explicou Mainfred com a boca cheia de bolo.