Um momento, um segundo, uma decisão errada, é suficiente para mudar todo o curso de uma história? De um destino?
Nunca fui igual a essas meninas que sonham um dia ter um conto de fadas como vida, se casar com alguém que consideram , ter filhos de monte, morar em uma casa perfeita, todos os domingos ter almoços em família com toda a família reunida, ter uma mãe e um pai a todo momento para cuidar de meus filhos, sempre ter noites maravilhosas em família e assim durante toda vida para sempre...
É, definitivamente essa nunca foi e nunca será minha vida, não desejo isso, nunca desejei, na verdade nunca acreditei no amor, sempre achei que o amor era um sentimento inventado por pessoas solitárias para dizerem que não estão sozinhos para viver uma vida miserável, se submetendo a ver uma pessoa, que depois de um tempo se torna insuportável de ver todos os dias, em todos os momentos, dando satisfação de onde foi, está ou vai.
Afirmo pra vocês que essa vida não é pra mim nem será, não faço questão de nada nem nenhum sentimento desde a morte dos meus pais, acabando com o conceito de "almoço com a família" de uma vida perfeita.
Uma mera discussão, uma pequena distração e do nada, um caminhão na direção do carro.
Como sei de tudo isso? Bom, eu estava no carro, e juro que a pior sensação é você saber que não pode dar um último "eu te amo" para seus pais antes de eles irem dessa para melhor.
Meu pensamento era "porquê? Porquê não me levou também?" Sim, eu sei que é um pensamento péssimo, mas foi exatamente isso que pensei na hora do acidente.
No início, todos ficaram em prantos e cuidando de mim, porque eles tinham uma consciência que dizia que "Uma menina de apenas 16 anos, doce e meiga, tinha acabado de perder seus pais em um acidente horrível e que ela presenteou" eu, aceitava isso, gostava de ver que não estava sozinha naquele mundo horrível.
Passaram alguns meses e eu fiquei pulando de casa em casa, fui pra minha tia, depois pra minha avó, ninguém se adaptava, ninguém aguentava me ver e lembrar do ocorrido, o que os faziam sofrer.
Depois de 10 meses, finalmente alguém da família me aceitou, minha prima Melissa, de 19 anos, nunca pensei que moraria com ela mas foi o que me restou depois do ocorrido.
Melissa é a ovelha negra da família, aos 18 terminou o colégio, saiu de casa, fez 3 tatuagens, 4 piercings, pintou o cabelo de azul e alugou um apartamento, muitos acontecimentos em menos de um ano, o que assustou a família, que acabou afastando-a de nós.Mesmo com toda essa maluquice dela, ela continuava a prima mais engraçada que eu tinha.
Só havia um pequeno problema... ELA MORA NO RIO DE JANEIRO, sei que lá é maravilhoso, passei minhas férias de fim de ano lá há uns 2 anos, mas nunca me imaginei morando lá, uma nova cidade, um novo colégio, uma nova vida, um recomeço para quem perdeu tudo e todos porém bem longe de "casa", na verdade não sei bem o que chamar de casa mais...
Para uma paulista se acostumar em outra cidade é difícil, mas não impossível.
Então assim foi, cheguei no rio ainda pouco, espero que esse recomeço me ajude a esquecer o passado e viver o presente...
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Os opostos: Como tudo começou (LIVRO 1)
Romance(Reescrevendo, em revisão) "Toda menina sempre tem o sonho de achar seu príncipe encantado, de casar, ter muitos filhos e ser feliz pra sempre... bom, minha história é um pouco diferente desses planos... isso eu garanto..." - Mia Telles