Capítulo 4

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Melissa: não, tudo bem. Eu consigo falar sobre isso, só não consigo lidar com ela.. então foi assim...
Desde pequena, mesmo eu sendo a mais velha, minha mãe sempre preferiu a Natália, pra ela, Naty era a princesinha dela e eu sempre ficava sobrando.
Ela nunca ligou pra mim, o que eu fazia ou deixava de fazer, sempre fui muito boa no colégio, mas por um tempo, tirei notas baixas para tentar chamar a atenção dela e isso só me fez mal, assim que fui para o terceiro ano, minhas notas foram as melhores e fui a primeira da turma, mas minha mãe, nunca ligou para isso, só queria saber da Natália.
Um dia eu resolvi fazer muitas coisas para ver se funcionava, pintei meus cabelos, botei piercings, fiz tatuagens temporárias fingindo que eram reais na esperança dela lembrar que não tinha somente uma filha.
Quando cheguei em casa dessa forma... Ela finalmente me notou..
Falou que eu era "um desgosto pra família e que influenciaria a Natália para esse meu lado negro" depois disso discutimos e ela me bateu pela primeira vez na vida, no momento em que fez isso eu chorei muito e ela disse "eu quero você fora dessa casa até o final desse ano, não quero ter uma vergonha como você em minha casa".
E assim foi, acabei o colégio e no dia seguinte fui embora sem informar ninguém.

Eu: Melissa... Que situação péssima.. como você... passou esse tempo?

Melissa: eu vivi, iria morar em São Paulo, mas depois de muita procura por emprego, achei uma oferta no Rio. De início, achei que seria impossível conseguir dinheiro para vir e ainda alugar um apartamento, ainda não sabendo se teria o emprego... até que, sem ninguém saber, tia Carla veio falar comigo...

Eu: Minha mãe? Mas... falar o que?

Melissa: Ela foi o anjo que eu precisava no momento mais difícil da minha vida, me aconselhou, me ajudou psicologicamente e financeiramente a seguir essa oferta.

Eu estava sem reação, não sabia o que dizer ou o que pensar, mamãe nunca comentou nada sobre ajudar Melissa, eu não sabia mesmo sobre nada disso, isso era uma novidade para mim.

Finalmente, voltando a conversa com a minha prima, perguntei:

Eu: e aí... depois disso, como acabou tendo essa vida maravilhosa?

Melissa: Nem tudo foi um mar de rosas no início, assim que cheguei no Rio, tudo deu errado, o apartamento que eu tinha alugado? Na época, não tive condições de pagar, O emprego? Não tive resposta por muito tempo, tive que morar de favor na casa de um amigo meu em Copacabana durante uns 3 meses...

Eu: Não sabia que tinha passado tanta dificuldade aqui... por que não voltou? tentou se resolver com a tia Mariana?

Melissa: Depois do que ela me fez, não tinha esperança de mais nada que a envolvesse. Mas continuando, assim que já tinha perdido toda a esperança que me restava, tudo mudou de uma hora para a outra. A oferta de emprego me aceitou, consegui alugar um apartamento bom e estabilizar minha vida. Depois de um tempo, evolui no trabalho o suficiente para ter uma vida boa, aluguei esse apartamento e comecei a mudar meu visual, foi tudo muito rápido mas graças a Deus consegui mudar minha vida e estou aqui até hoje, cada vez melhorando mais e mais...

Eu não podia acreditar como minha prima tinha superado todas essas dificuldades e se manteve intacta e hoje está melhor do que jamais pensaria que estaria, tenho agora um exemplo que em meio a imprevistos eu sempre posso manter a esperança e seguir em frente, por mais difícil que isso seja.

Depois de nossa conversa, fui dormir, porque no dia seguinte, iria sair com melissa para procurar colégios para que voltasse a estudar..

Os opostos: Como tudo começou (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora