Após bater inúmeras vezes na porta ela finalmente se abre, Anne me olha e sorri, sua cara de sono denuncia que ela estava dormindo.
Anne: Oi Mia, porque não me avisou que vinha?- ela abre passagem para que eu entre.
Mia: É que eu não sabia pra onde ir e eu precisava conversar com alguém.
Ela se sentou e me sentei ao seu lado, contei tudo que havia acontecido a ela, ela me ouviu atentamente e assim que terminei ela se levantou e parou na minha frente.
Anne: E você acha que sua prima tem alguma coisa a ver com o James? E a Melissa não a odiava?
Mia: Eu não sei mais de nada, só acho que está acontecendo alguma coisa e tenho a impressão que todos estão mentindo pra mim- Anne me olhou por um tempo e depois deu um sorriso- o que foi?
Anne: Isso parece história de novela e livros, várias pessoas importantes pra você tem uma ligação secreta que só você não sabe qual é - ela começou a gargalhar descontroladamente e eu a acompanhei- agora só falta aparecer alguém aqui em casa falando que sabe toda a verdade.
Começamos a rir mais e momentos depois, a campainha toca, nos olhamos assustadas com a conhecidencia e vou abrir a porta, já que Anne não pode fazer muito esforço.
Abro a porta e vejo quem eu menos esperava ver e logo em seguida, tudo se apaga.
[...]
- Você apagou ela? Você é maluco?
- Ela ficou espantada, não iria acreditar em mim.
-Ela deve achar que você a sequestrou, você tem noção que ela deve achar que nós que somos os vilões da história?
- ela não sabe de nada, se ela soubesse ela poderia estar em um buraco qualquer no meio do mato sem vida.
Ouço vozes ainda conversando algo que não entendo, não reconheço nenhuma delas, tudo está girando e não consigo falar nem abrir os olhos, só escuto tudo que essas pessoas falam, estou deitada em um colchão acho que em uma cama talvez, estou coberta, sinto um frio tremendo mas não consigo me mover, rapidamente não escuto mais nada e um breu toma conta de mim novamente.
[...]
Abro meus olhos e vejo paredes azuis claras, uma grande janela aberta entrando um vento frio, está de noite e a luz da lua entra pela janela, há um ventilador ligado logo ao meu lado, uma porta de madeira fechada com uma pequena janela nela.
Me levanto e sinto uma forte dor em todo o meu corpo, olho para onde estava deitada e vejo uma cama de madeira com um colchão e lençóis vermelhos, antes que possa levantar, escuto vozes do lado de fora da porta, deito novamente em uma tentativa falha de dormir novamente mas minha atenção se fixa em um porta retrato encima de uma escrivaninha dentro do quarto, me levanto devagar para que não volte as dores no corpo e vou em direção ao objeto, era uma foto de uma pequena menina ao lado de seu pai e sua mãe, em um quintal grande e a luz do sol batia em um balanço vermelho que se localizava em uma árvore logo ao lado da pequena menina, ao fundo uma linda casa em tons amadeirados com uma porta azul, reconheço em instantes as pessoas da foto, uma lágrima solitária desce do meu olho e falo como um sussurro.-Mamãe, papai
Olho para o quarto onde estou e lembranças me vêm a cabeça, estou no meu quarto, na minha casa, quem me trouxe aqui? Pra que relembrar um passado tão triste?
Volto minha atenção a escrivaninha e abro uma das gavetas, vejo roupas em pilhas muito bem organizadas, isso me lembra... Não isso não seria possível.
Levo um susto com o ranger da porta, ela se abre mas não olho quem entra por ela, continuo virada de costas até que sinto um pequeno toque em meu ombro, eu não tenho mais forças e choro com vontade, eu sei a quem pertence esse toque, só não posso acreditar que isso seja possível.
Me viro rapidamente para a pessoa atrás de mim e a abraço, como se fosse a primeira e última vez que a visse, em um breve sussurro percebo saudade em sua voz.
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Os opostos: Como tudo começou (LIVRO 1)
Romansa(Reescrevendo, em revisão) "Toda menina sempre tem o sonho de achar seu príncipe encantado, de casar, ter muitos filhos e ser feliz pra sempre... bom, minha história é um pouco diferente desses planos... isso eu garanto..." - Mia Telles