Emilly

86 7 4
                                    

Olhei fixamente para eles dois, beijando-se na quadra da escola, sim são eles, meu namorado Peter e minha melhor amiga Allison. Gelei por uns 5 segundos

- Emi, venha você não precisa ver essa ceninha ridícula - Diz Brenda me puxando em direção a quadra. - Ele é um babaca.

- Não Brenda me larga - Ando pelo meio da quadra quase me arrastando.

Parei bem na frente deles, continuei olhando. Até que Peter me avistou, depois de uns 10 segundos.

- Emilly, não é isso que você está pensando

- COMO VOCÊ PODE? COM ELA? - Grito.

- Emi descul... - interrompi Allison antes que ela terminasse de falar

- CALA A BOCA SUA VADIA, NUNCA MAIS DIRIGI SE QUER UMA PALAVRA PRA MIM, EU TENHO NOJO DE VOCÊ, DE VOCÊS DOIS.

Peter pega no meu braço, querendo me puxar pra falar comigo.

- ME SOLTA AGORA! TENHO NOJO DE VOCÊ.

- Emi, eu posso explicar...

Saiu em direção a porta da quadra, Brenda está vindo logo atrás de mim, com passos rápidos, pois estou quase correndo. Vou em direção ao meu carro.

- Emilly Hope você não vai sair por aí sem rumo, com a cabeça quente. CALMA - Brenda diz

- BRENDA EU ACABEI DE VER O MEU NAMORADO OU MELHOR EX-NAMORADO BEIJANDO MINHA MELHOR AMIGA, COMO VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA, CALMA UMA MERDA - Grito chutando o pneu do meu carro - Por favor, vai embora me deixa sozinha. Ligo o carro, pego um maço de cigarros, fecho os vidros, e saiu sem ideia pra onde vou. Vejo Brenda parada olhando meu carro ir embora.

Pensei: Vou para um lago, fico em baixo d'água até meus pulmões enxerem de água.
Pensei : Vou beber até meu sangue virar álcool.
Pensei: devo ir pra casa? Não, quero esvaziar minha mente, não posso fazer isso em casa.

Ligo o rádio, esta tocando Lana del Rey - Born to die, uma das minhas músicas favoritas, ela me faz relaxar um pouco. Estava chovendo, são mais de 23:00 horas, parei em um bar (acho que o único que está aberto essa hora) comprei uma cerveja, mais preciso de uma coisa mais forte, pedi uma garrafa de Whisky ( Jack Daniels), comprei mais um maço de cigarros. Entrei no meu carro, bebendo e fumando, na minha mente só vinha a cena do Peter e a Allison se beijando, no momento ainda está no CD da Lana del Rey "Dark Paradise", a música Vídeo Game. De repente, vejo tudo embaçado, acho que o álcool está consumindo meu sangue, vejo uns vultos no meio da pista, dou uma freada que meu carro capota 3 vezes, pois a pista ainda estava molhada. Acordei...

Pensei: Acho que quebrei meu braço
Pensei: tem cerveja no meu carro, álcool, VAI EXPLODIR!

Sai me arrastando, o carro estava capotado, eu estava com um arranhão enorme no braço, isso é o de menos, vi o meu carro sair fumaça. Deixei ele lá e sai andando pela pista em busca de uma carona. Não podia ligar pros meus pais, meu celular ficou no carro ( que por sinal, acho que pegou fogo)

Encontrei um posto de gasolina, tinha um orelhão, liguei pra Brenda, disse pra ela avisar a meus pais que eu estava bem.

Peguei um ônibus pra voltar pra casa. Comprei uns cigarros para " Viagem".
Finalmente depois de 2 horas de ônibus cheguei em casa. Minha mãe perguntou se eu estava realmente bem, eu disse que sim, eu estava de casaco não dava pra ver o arranhão no meu braço, disse que fui assaltada e levaram meu carro.

- Minha filha, você foi assaltada, e disse que está bem, não Emilly você não está bem.

- Mãe eu estou bem, por favor, me deixa ir tomar um banho.

- Eu soube do que aconteceu... - Ela falou trêmula, olhando pra mim - Filha, vai ficar tudo bem.

- Eu sei mãe, eu não amava mesmo ele. ( Amava sim, e amava muito) - Deixa eu tomar meu banho.

- tá certo

Fui para o banheiro do meu quarto, entrei no box e la sim eu realmente desmoronei, eu estava realmente desesperada, eu queria que ele tivesse misericórdia de mim, mais ele não teve, refletia enquanto a água do chuveiro caia sobre mim, eu queria que ele fosse honesto comigo e ele não foi. Sai do box, me olhei no espelho, vi o rímel todo barrado no meu rosto.

Pensei: Devo me aliviar...
Pensei : onde estão minhas lâminas?
Peguei uma lâmina, e...

Todos nós temos um lado sombrio, um lado que nos mesmo não conhecemos, esse lado está em constante conflito com nosso "lado do bem", as vezes o mal vence o bem.
Fico ali por um longo tempo, parada, sentada no chão do banheiro.
Depois volto para o quarto, pego uma roupa, um casaco para que ninguém percebe nada no meu corpo de " diferente" e me jogo na cama.

Lágrimas Do PoçoOnde histórias criam vida. Descubra agora