Uma Chance, Uma Alma

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-Chara! Espera! Você está indo muito rápido, a montanha tem muitos buracos, cuidado!

-Não se preocupe! Eu ja volto!

Subi despreocupadamente a montanha, era um dia frio e nebuloso, quanto mais subia, percebia que mais difícil parecia a decida. Olhava para baixo a cada 5 min e lá estava ela, me observando com um ar de preocupação e medo.

-Você já está muito no alto Chara, consegue ver algo?

-Não.- subi mais um pouco, você deve se perguntar o que está acontecendo, não? Então irei explicar.

A algum tempo está acontecendo uma guerra entre os humanos e os monstros, antes os dois reinavam sobre a terra. E todos estão planejando colocar os monstros no subsolo para que não haja mais conflito, selando-os com um feitiço.
Só que, a muito eu presto atenção em uma coisa... os monstros nunca nos contra atacaram mesmo sendo atacados violentamente. Eu acho isso injusto. Como pode? Eles estão em desvantagem e não estão tentando nos matar. Agora, aqui de cima talvez eu consiga...

Pfft...

Vi um buraco grande em meio a cascalhos no chão, tive que me segurar em um galho para que não caísse.

-Chara, está bem? Se segure vou chama ajuda!

-Não precisa! Eu juro está tudo bem! -me lancei de volta para a beirada, peguei um pequena pedra e o joguei para ter consciência da profundidade. Após alguns minutos finalmente ecoou um barulho.

-Esse buraco é muito fundo!

-Talvez seja ai que eles vão selar os monstros, desça! Esta ficando tarde.

Desci com relutância a montanha, ela pegou minha mão e voltamos para a aldeia.

-O que você acha?

-O que?

-Que os humanos iram vencer ou os monstros...?

- Eu não sei querida.

- Eu não quero que eles sejam presos. É injusto!

-A vida é injusta - quando chegamos em casa tomei banho, escovei os dentes e fui para cama, ela me deu um beijo no alto da cabeça.

-Você acha que eles também vão me trancar no subsolo se os monstros perderem?

-Chara, você nasceu com um poder especial e além de nós mais ninguém sabe disso e mais ninguém precisa saber - Ela voltou-se para o lampião e o apagou - Boa noite minha pequena.

***

8 meses depois...

Os humanos ainda continuavam cantando sobre sua vitória. Os meses passaram com festas e gritos de alegria, os monstros estão agora a 7 meses trancados sem poder ver o sol, tomar ar fresco. Agora? Só eles governavam a terra.

-Você estava certa, os os trancaram mesmo lá. -todo dia ia até a bairada do buraco para ver se conseguia ver algo, um sinal de vida, mas era tudo tão silêncio, triste e sombrio -Será que ainda estão vivos?

-Não se sabe, mas muitas pessoas acham que eles morreram por fome ou sede... -olhava atentamente a montanha todos os seus detalhes e a coloração marrom acinzentada.

-Quero descer o buraco.

Ela me olhou como se eu fosse louca.

-Enlouqueceu de vez?

- Eu só quero ter certeza... de que estão vivos...

-Chara você não...

Voltei para casa correndo, peguei uma corda e fui em direção a montanha. Até que ela segurou meu braço.

-NAO, você não vai Chara.

- Eu vou.

-Se você for... Não precisa mais voltar.

Ficamos em silêncio nos encarando. Eu sabia, eu sabia que ela tinha mudado, ela estava com vergonha?

- Tem vergonha de mim?

- Tenho vergonha de você nos humilhando indo para aquela montanha todo Santo dia. Sabia que o vilarejo inteiro ja sabe? Eles estão com nojo de nós! Você está me humilhando! - quando ela percebeu o que acabou de falar tampou a boca com as duas mãos -sinto muito Chara... Eu... Eu não quis...

-Sim, você quis - me soltei e corri para o buraco o mais rápido possível, lágrima brotaram em meus olhos e ainda ouvia seus gritos ao longe para que eu voltasse e que havia errado. Continuei subindo, subindo, subindo... amarrei uma ponta da corda em um dos galhos soltos e fui descendo, estava escuro e silencioso. Chegou uma hora em que a corda acabou, então ouvi:

-Chara! Chara! Volte! -eram gritos de várias pessoas diferentes e vozes que desconhecia.

- Não farei falta - Então, pulei.

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