As Flores Douradas

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-Você está bem?

-Minha cabeça... -resmunguei, senti-o pegando em meu braço e me puxando para cima até que fiquei de pé.

-Venha, vou te levar para um lugar seguro -ele me levou por uma pequena estradinha de terra até chegar a um... o que era aquilo? Um Palácio? Eu não sei, mas estava rodeada por várias flores douradas, ele bateu na porta e minha visão clareou. Eles não haviam morrido.

-Mãe, ela caiu do buraco enquanto estava passando pelas colinas - então ela apareceu na porta, parecia me analisar, por que ela iria me ajudar? Sou humano, provavelmente acharia um absurdo ajudar alguém que os trancou em um lugar onde pouco conseguiam ver a luz do dia.

-Entre. Asriel? Querido? Poderia colocá-lo no quarto para visitas por enquanto?

-Sim! - ele me guiou até o quarto onde haviam várias coisas legais, era um quarto normal.

-Qual seu nome?

-Chara.

-Por que está aqui? Você devia estar la em cima, só os monstros moram aqui.

-Acho que também sou... -sussurrei.

- Não entendi.

- Eu cai, acho que tropecei -menti.

-Entendi, o problema é como você vai voltar la pra cima.

- Eu não quero -respondi olhando para meus sapatos.

- Eles devem estar preocupados com você...

-Quem?

- Seu pai e sua mãe.

Como poderia explicar a ele?

-Meus pais morreram. -falei reprimindo o soluço.

-Sinto muito...

-Tudo bem.

-Vou ajudar mamãe com o jantar, ja volto.

Ele saiu do quarto, ouvi uma conversa distante por alguns minutos. Explorei um pouco o quarto e entao a mãe de Asriel aparece com um prato de torta.
-Gosta de canela e caramelo? -perguntou ela em um tom gentil.

-Sim, obrigado... senhora...

-Me chame de Toriel - Ela se aproximou deixando o prato em cima da cama - Determinação?

-O que?

-Sua alma... determinação.

Como ela sabe? Me levantei quase de imediato me deslocando para outro canto do quarto.

-Esta tudo bem. Isso é normal para nós, nem todos os humanos tem esse poder. É muito raro.

-Não conte para ninguém.

-Esta tudo bem, mas quanto mais ficar aqui, mais os outros vão perceber, não irá ser segredo para sempre.

- Eu... posso ficar aqui?

-O tempo que quiser minha criança - Ela foi até a janela -melhor você dormir, Está ficando tarde - sentei na cama, ela foi ao meu encontro, colocou o cobertor até meus ombros e deu um beijo no alto de minha cabeça - Boa noite -foi até a porta, desligou a luz e fechou-a devagar. Olhei para o teto até meus olhos pesarem.

***
*3 anos depois (Asriel)*

-Vamos Asri! Temos que ajudar a mãe com a torta, a receita diz que tem algumas flores douradas.

-Calma Chara! Não sou tão rápido como você.

Chegamos num canteiro e coletamos algumas flores. Já faziam mais ou menos 2 anos e meio que Chara fora adotado por meu pai e minha mãe, agora sendo meu irmão. Levamos a cesta de volta para a cozinha onde tentavamos acertar a receita e as quantidades de cada coisa, após a torta pronta, tomamos um banho e voltamos.

-Não ficou tão bonita quanto a da mãe.

-Não mesmo, mas acho que é comestível, quer ter a honra majestade? - ela fez uma reverência tão exagerada e mau feita que me fez dar risada -tudo bem, mas se eu morrer a culpa é sua.

- Eu não fiz a torta sozinho! -Retrucou.

Então eu cortei um pedaço de torta e comi, quando chegou o último pedaço eu não me senti muito bem.

-O que foi? -perguntou Chara.

-Acho que estou me sentindo mal. -Ela começou a rir.

-Okay, é oficial, somos péssimos cozinheiros - Ela começou a rir mais. Eu dei algumas risadinhas, mas eu estava realmente muito mal.

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