Anatomia do amor.

Capítulo 9

Helena Capizzano. ☪

Acordei assustada. Eram exatamente 6h da manhã e eu estava dormindo ao lado de um completo estranho. Ok, tirando o fato de que transamos quase uma noite inteira , ele ainda era um estranho. Mas um estranho gostoso, e dormia feito bebê. Repetimos o sexo por mais uma vez ,tomamos banho e caímos cansados na cama.Fiquei o observando dormir por um tempo e não demorou muito pra ele acordar assustado, querendo desligar o despertador que na verdade nem existe.

— Que horas são? — Ele disse preocupado. 
— 6 e 15. É um pouco cedo , mas eu sofro de insônia. Desde a época da faculdade. O que é horrível pras minhas olheiras , mas eu melhorei bastante — eu disse sorrindo e ele revirou os olhos e deitou na cama de novo.
— Eu perguntei que horas são...Você costuma a tagarelar sempre? Porque são 6h da manhã e você parece mais uma vitrola — ele disse fechando os olhos. — E por que você me observava enquanto eu estava dormindo? — Ele levantou , sentando-se na cama — Não vai me dizer que você se apaixonou? Já vou te adiantando que você está proibida de se apaixonar por mim — ele disse levantando da cama e procurando sua cueca.
— Por que você sempre duvida de mim? Eu tenho cara de que não sabe fazer nada? Sempre acha que sou uma retardada que não sabe fazer nada direito. Mas que saco! — Eu disse um pouco revoltada. Ele parou de procurar e me olhou — Foi só sexo , eu sei disso. — eu disse irritada e ele fez uma expressão de surpreso —Afinal , eu nem sei o seu nome. — eu o olhei. Deus,ele parece mais uma pintura. Eu já havia reparado na sua beleza desde o bar. Agora vendo-o completamente sóbria , posso admirar cada detalhe. Eu poderia ficar o dia inteiro aqui olhando pra ele...Parece um Deus grego.
— Antônio! — ele estendeu sua mão pra me cumprimentar e eu o olhei , achando a coisa mais bizarra do mundo.
— Tem noção do quanto isso é estranho? Não precisamos fazer isso. — ele me olhou sem entender e eu ri,levantando da cama — Helena, meu nome é Helena — eu disse colocando apenas a minha calcinha — Vou preparar o café da manhã pra pra gente! Você gosta de torrada com nutella ? — eu perguntei caminhando pra porta — 
— Então Helena, eu preciso ir. E como já te disse , não sou um cara pra você querer tomar um café depois de uma noite de sexo.Não quero ter que sentar na mesa ,conversar sobre a minha vida e saber sobre a sua. Eu não preciso disso — ele disse friamente. Eu não estava chamando ele pra entrar na minha vida , era apenas um café.Ou não...— E eu odeio ter que admitir que estava errado ,mas você é realmente muito boa na cama.Foi uma surpresa e tanta — ele riu e eu sorri sem mostrar os dentes, ainda decepcionada com o meu fora do ano.
— Você poderia tomar café sem ter que falar nada. É que gastamos bastante energia , achei que um café ajudaria a repor — eu ri ainda sem graça. Era uma das situações mais constrangedoras da vida. — Mas.... Como quiser! Foi uma experiência ótima e ainda bem que você não foi um assassino/estuprador de meninas bêbadas que convidam estranhos pra fazer sexo. — nós dois rimos e logo após um silêncio reinou. 
— Vou nessa Helena , não posso me atrasar. — ele disse colocando suas roupas — Obrigada pela noite incrível — ele disse parando próximo a mim na saída do quarto. Eu sorri concordando com a cabeça.Nós ficamos nos olhando sem saber como nos despedir e ele piscou pra mim ,dando o seu sorriso de canto e saindo em direção à porta ,tornando a minha vontade de tomar um café e conversar sobre a vida, incontrolável.