Twenty Three (Final)

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LOUIS

Estava sentado com olhar baixo em uma das cadeiras em frente ao balcão na minha, agora, favorita padaria/bistrô. 

- O que foi, querido? - Lisa me pergunto enquanto servia alguém ao lado.

- Eu fiz algo que me arrependerei a vida toda, deixei o amor da minha vida ir embora.

- Amores reais  nunca acabam meu bem! - Ela sorriu.

- Bom, esse parece que sim. Eu o magoei fortemente e agora viajar pelo mundo é sua nova casa.

- Oh querido, eu estive em varios lugares, eu estive em várias partes do mundo, vi muitos rostos. E quando você olha para o horizonte você sempre saberá onde é sua casa, seu lar. Talvez o refugio dele seja em você e nesse momento ele deve estar se sentindo sozinho, não faça isso com ele. Não deixe ele se sentir sozinho, mostre que se importa. Se você o ama, vá atrás dele. 

Prestei atenção em cada palavra que saia da boca de Lisa, ela estava certa.

- Eu irei tenta Lis, você tem papel aí?

- Sim, querido. - Sorriu pegando algumas folhas e uma caneta tinteiro.

- Obrigada Lis, eu amo você garota!

- Uma garota de 63 anos. - Riu e foi atender a um cliente que a chamou.

Olhei para o papel mas logo fechei os olhos deixando os sentimentos tomarem conta de mim e fiz a caneta deslizar sobre o papel branco.

"Olá Harry,

Já fazem dois meses desde a ultima carta e não vou mentir, nos últimos dois dias 28 eu fiquei em casa, talvez com aquela pequena esperança de que o porteiro me traria mais uma de suas cartas. "suspiro"

A última vez em que estive com você eu estava deitado em seu peito, e por mais drogado que eu pudesse estar eu ainda me lembro  das batidas do seu coração. Naquele momento eu percebi que enquanto seu coração estivesse a bater era eu que continuaria vivo.

Sabe, desde o começo você me perguntava o "por que?" de tudo isso e eu nunca me senti preparado o bastante para te dizer. E agora  eu sinto a necessidade dizer isso.

Vamos começar.

Quando eu saí da escola e fui para a universidade eu senti o impacto da vida, vi que todas as festas, amigos de escola, curtidas no instagram, bebidas em bares caros, nada absolutamente nada faria diferença agora e você me disse isso naquele telhado a quatro anos atrás.

 Era sua primeira festa, aaa aquela festa, você realmente não tinha gostado e subiu no telhado para ver o céu, eu saí para tomar um ar depois de "pegar" alguém e vi aquele garoto novinho de cabelos encaracolados com as estrelas sendo refletidas nos seus olhos e me perguntei o porque de estar sentado no telhado seria melhor do que uma maravilhosa festa acontecendo em baixo de seus pés. Você me falou o porque e eu estava fascinado nas palavras de um garoto tão novo mas tudo o que eu pude dizer foi "riquinhos tem a mania de ser idiotas?", me desculpe babe, eu não podia sair do meu papel de festeiro pegador de merda.

E agora, aquele garotinho que estava em cima do telhado está mais preparado para vida do que eu, você sabe lidar com tudo, você é educado e tem paciência quando  estou um saco de ressaca. Parece que mudamos os papeis, mas eu continuo fascinado por você.

Mas voltando para o assunto do medonho "por que?". 

Quando eu recebi esse choque de realidade você ainda estava começando o ultimo ano da escola e eu percebi que eu não conseguia nem cuidar de mim mesmo, como iria cuidar de você? Não que você precise de uma babá, mas na minha cabeça me mostrar fraco e despreparado para alguém tão feito como você seria horrível. E  no mesmo dia em que minha cabeça só se focava nisso alguém me perguntou o porque de eu não comprar uma casa e morar nós dois nela. Nunca uma pergunta me assustou tanto.

Let's play,Lou. | l.sWhere stories live. Discover now