Capítulo 2

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 Louise chegou atrasada na escola, então assim que entrou na sala de aula os olhares de todos os alunos pararam nela. A menina corou e caminhou constrangida até seu lugar. Mas antes que pudesse chegar, tropeçou no pé de alguém e caiu de cara no chão, arrancando risadas da turma. Lila.

- Devia olhar por onde anda, garota. - falou a italiana metida. Louise bufou e andou até seu lugar. Pelo menos eu não vou estar mentindo se disser que sou Volpina.

Louise queria tanto jogar na cara da pequena mentirosa, mas não podia. Sua kwami disse que manter a identidade secreta era uma parte importante da sua vida de super heroína.

A menina passou a aula toda rabiscando em seu caderno e imaginando como seria sua primeira missão como Volpina.

Na hora do intervalo, Louise correu para o banheiro e entrou em uma cabine. Foxy saiu de sua mochila e as duas lancharam enquanto conversavam sobre hoje à noite.

- Acha que é uma boa ideia?

- Você tem que tentar, Louise. - falou a kwami. A menina ficou pensativa. Ela queria muito salvar sua comuna, mas estava muito insegura.

- E se eu fizer uma burrada? Quer dizer, isso é típico da minha pessoa. Eu sempre estrago as coisas. - falou cabisbaixa.

- Todo mundo comete erros. Não deve se sentir mal por isso.

- Acho que tem razão. - suspirou. - Queria ser como Ladybug e Chat Noir.

- Bom, eles provavelmente já cometeram erros enquanto estavam com suas máscaras.

- Você acha?

- Sim. Como eu disse, todos cometemos erros. O importante é ser corajoso o suficiente para admiti-los e até repará-los se puder. - a kwami sorriu, fazendo Louise sorrir também. Logo o sinal tocou.

- Muito obrigada, Foxy. Agora temos que ir.

Quando chegou na sala de aula, esbarrou sem querer em Lila. A garota olhou Louise com desdém.

- Você realmente não sabe olhar enquanto anda. - disse a italiana brava.

- Desculpe, eu não te vi aí. - ela falou e foi até seu lugar.

- Olha, você sabe falar. - Lila debochou e toda a sala riu. Ela sempre me tira do sério e eu não faço ideia do porque, mas hoje não vou deixar ela fazer com que eu me sinta mal.

- Sei também que mentir é errado. Já não posso dizer o mesmo de você, "Volpina". - os alunos riram novamente e Lila fuzilou Louise com o olhar.

O resto da aula passou rápido, com olhares mortais de Lila sobre Louise. Mas a garota não se importava, pois Lila teve o que merecia.

*

Assim que chegou da aula, correu para dentro de casa e se trancou no quarto durante a tarde toda conversando com Foxy.

- Foxy, me transforme! - a kwami foi sugada pelo colar e um brilho laranja tomou conta do cômodo. Assim que a transformação estava completa, Louise se olhou no espelho. - Uau, eu pareço uma super heroína mesmo. - sorriu.

Já estava de noite e Volpina decidiu que tinha uma cidade para defender. Saiu pela janela saltando de telhado em telhado. Sua transformação lhe concedia mais agilidade e força. Porém ela não sabia como voar, mas conseguia planar. Nas suas costas estava presa uma flauta, cujo poder era invocar as chamas. Ao contrário de Lila, Louise só utilizaria a habilidade das ilusões se fosse necessário, mas não era seu principal dom.

Assim que chegou perto do porto, notou uma gangue de malfeitores conversando entre si. Durante à noite, o local virava ponto de encontro dos criminosos de Honfleur.

- Não sei se estou pronta. - sussurrou para si mesma enquanto estava abaixada no topo de um prédio observando tudo.

Louise levantou e virou de costas pronta para ir embora. O medo de fazer algo errado era maior do que a determinação.

Mas antes que pudesse sair, ouviu um grito feminino. Uma enfermeira do hospital local - a qual ela conhecia por ser amiga de sua mãe - estava voltando do serviço e para isso teria que passar por ali. Ela sempre vinha de ônibus, mas dessa vez ocorreu um imprevisto e ela precisou ir a pé. Tentou passar despercebida, mas não conseguiu. A gangue de criminosos foi na direção dela.

A garota entrou em desespero e começou a respirar fundo.

- Eu preciso fazer alguma coisa. - fechou sua mão em punho e seu olhar medroso se transformou em determinado.

Assim que os malfeitores encurralaram a mulher, uma melodia de flauta ecoou na noite fazendo os mesmos pararem subitamente. Depois de alguns segundos uma bola de fogo veio na direção deles, fazendo eles correrem. A enfermeira aproveitou a deixa e escondeu-se atrás de um caixote.

- Quem é você? - questionou um dos caras assim que viu uma garota trajada de raposa pousar no chão.

- Eu sou Volpina e é hora de aniquilar a maldade da minha cidade. - falou confiante e saltou em direção os homens. Vez ou outra os acertava com sua flauta e dava chutes e socos usando sua incrível agilidade.

- Você acha que vai nos derrotar com uma simples flauta? - Volpina sorriu de canto e saltou para trás. Tocou uma melodia rápida invocando mais chamas e jogando contra os criminosos, fazendo os mesmos caírem no chão.

- O que dizia sobre a flauta? - falou sorrindo.

Não foi fácil, mas Volpina derrotou quase todos, porém dois deles haviam fugido - para ela era um progresso e tanto, pois era sua primeira atividade heroica. Ela os prendeu com uma corda que achou ali e logo ouviu sirenes. A polícia.

Virou-se para ir mas foi interrompida pela enfermeira que chamou sua atenção.

- Obrigada, Volpina! - disse a mulher com um olhar de esperança estampado na face. A heroína sorriu e assentiu em reconhecimento. Logo correu e saltou no topo do prédio. Prendeu sua flauta nas costas e foi para casa.

Era uma cidade pequena (uma comuna), mas Volpina iria a proteger com sua própria vida.

**

Agora Honfleur estará livre da criminalidade e quando a grande batalha chegar, Ladybug e Chat Noir terão uma grande aliada lutando à seu favor: Volpina, a mestra Kitsune.

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