Capítulo 5

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 Coragem Louise, coragem. A garota apertou os olhos e respirou fundo.

- Está com medo, querida? - Lila riu - Vamos ver se os heróis realmente levantam depois que caem. - a vilã tocou uma melodia em sua flauta e mirou em Louise, mas a mesma desviou. A italiana começou a tocar outras notas lançando vários disparos na heroína que estava correndo com dificuldades para desviar.

- Para que tudo isso, Lila?

- É Nogitsune. E você não entende, não é? Você não sabe como é ser humilhada pelas pessoas, ser tratada como lixo. - a italiana ficou com raiva e finalmente acertou Louise no braço. A mesma parou e ficou de joelhos com a mão em cima do hematoma.

- Acredite, eu sei bem como é. - cerrou os dentes.

- Não, você não sabe. NINGUÉM SABE! - Lila gritou e logo seus olhos ficaram negros. Sua face demonstrava angústia, raiva, fúria e rancor. A alma dela estava totalmente contaminada. É isso. O akuma. O akuma estava no coração dela. - É verdade, eu quis ser akumatizada, pois se não posso ter o que quero, se não posso ser a Volpina, NINGUÉM MAIS PODERÁ! - a vilã tocou uma nota em sua flauta e um raio de luz negra foi lançado para cima tornando o céu uma escuridão imensa e logo várias imagens de Nogitsune surgiram ao redor de Louise.

- Pare Lila! Não precisa ser assim. - disse a garota com lágrimas nos olhos. Seu braço estava doendo e sua mente prestes a explodir, pois estava totalmente apavorada. Pelo canto do olho pôde ver Ladybug e Chat Noir ainda desacordados. - Sua alma... está contaminada por um ódio que não levará a nada. - todas as imagens de Lila riram.

- Não fale do que você não sabe. - Louise apertou os olhos e chorou. Se falhasse agora como heroína, sua felicidade em poder ajudar as pessoas não teria passado de uma terrível ilusão. Ilusão. Era isso, não importava se Lila estivesse vestida de Volpina, ou de Nogitsune, ou até se não estivesse akumatizada, seu poder seria sempre mentir.

Volpina juntou suas forças e ficou de pé. As ilusões de Lila avançaram na direção dela, que ficou parada. Todas as imagens de Nogitsune foram sumindo conforme atravessavam seu corpo, porém conforme iam sumindo, mais iam aparecendo.

- Eu sei que você mesma não virá até mim, pois seu poder sempre foi e sempre serão as mentiras. - falou Louise. A mesma tocou uma nota em sua flauta e em seguida bateu o instrumento com força no chão. Todas as ilusões sumiram, porém ela não viu Lila.

A garota correu até Ladybug e Chat Noir, mas foi interrompida por algo se jogando nela. Nogitsune e Volpina rolaram e começaram a brigar. As duas ficaram de pé, trocando chutes e socos. Lila investiu com sua flauta em Louise, que girou o corpo fazendo os dois instrumentos se chocarem e logo a arma da inimiga voou longe.

Louise tocou uma melodia e jogou uma bola de fogo em Lila que desviou com um salto, mas antes que conseguisse se recuperar do ataque, foi atingida por outra bola de fogo e logo caiu.

- Para uma heroína você não entende nada de justiça quando luta comigo usando sua flauta enquanto eu estou desarmada. - Lila ficou de pé e Volpina aproveitou o momento do discurso e acertou Lila forte no estômago com seu instrumento.

- Não venha me falar sobre justiça, pois você é a última pessoa que tem moral para falar disso. - a raposa se aproximou da vilã que ainda estava caída.

- Ah, por favor. O que acha que estou fazendo aqui? - riu com desdém e logo começou a tossir..

- Isso é vingança.

- VINGANÇA É JUSTIÇA! - gritou e Louise riu.

- Você realmente não entende nada, Nogitsune. - por fim a raposa deu uma última pancada em Lila que caiu desacordada. - Nine Tails! - Volpina gritou e impulsionou seu corpo para cima, lançando de sua flauta um raio de luz para o céu, que antes estava escuro e agora havia voltado ao alaranjado de um fim de tarde parisiense.

Ladybug e Chat Noir acordaram e ficaram de pé com dificuldades. Volpina correu até eles, carregando Lila nos braços.

- Ela precisa de ajuda. - a dupla trocou um olhar de confusão. - A alma dela... está contaminada.

*

Os três heróis levaram Lila à única pessoa na qual poderiam confiar, Mestre Fu.

- Não sabia que akumas podiam possuir algo além de objetos. - falou Chat Noir, que agora Louise tinha descoberto ser ninguém menos que Adrien Agreste, modelo adolescente e filho do maior estilista da França.

- Isso é bem intenso. - falou Ladybug, ou melhor, Marinette. Os três esperavam sentados na sala do velho chinês enquanto o mesmo estava no quarto vendo o que podia fazer por Lila - Como conseguiu derrotá-la?

- Acertei a cabeça dela com força. - falou Louise. Os dois soltaram uma risada fraca.

- Hawk Moth está ficando mais forte. - falou Adrien - Está história da Lila, ou melhor Nogitsune, é só o começo.

- Acham que vai ficar tudo bem? - perguntou Louise receosa. Embora Lila fosse uma mentirosa e tivesse feito mal às pessoas, não queria que ela morresse nem fosse gravemente ferida, acima de tudo a menina era humana.

Marinette colocou a mão no ombro dela e deu um sorriso consolador. Ela sabia que não se conheciam a muito tempo, mas via na azulada uma grande - e no momento, única - amiga.

- Obrigada. - falou Louise deixando algumas lágrimas escaparem.

- Porque está chorando?

- Eu nunca senti como é ter um amigo. Por mais que você não me considere, eu... - foi interrompida por um abraço.

- Você tem amigos. Adrien e eu estaremos do seu lado, sempre. - falou e Louise quis chorar mais ainda, mas se segurou. O modelo ficou de pé, pousou a mão no outro ombro dela e sorriu também.

- Obrigada. - as duas levantaram também assim que viram Mestre Fu vindo até eles.

- Ela vai ficar bem. - o trio soltou um suspiro de alívio - Mas não se lembrará de nada desde o aparecimento da verdadeira Volpina, até agora. Você terá que se aproximar dela e contar os fatos de acordo com que achar melhor. - falou dirigindo seu olhar para Louise - O importante é que ela lembre o menos possível sobre esses acontecimentos, se não o akuma voltará e contaminará sua alma de vez.

- Como assim? - perguntou Marinette.

- Quando um akuma contamina a alma de uma pessoa, é diferente de quando contamina um objeto, pois se você quebrá-lo, o libertará do mal. Mas uma alma não pode ser quebrada e depois ser consertada com um miraculous.

- Ou seja, o akuma ainda está nela? - indagou Adrien.

- Não exatamente. - Mestre Fu tirou uma de suas mãos das costas, revelando um pote de vidro com uma borboleta negra dentro. - Ladybug, acho que pode cuidar disso. - Marinette assentiu e segurou o vidro. - O akuma fisicamente não está lá, mas sua presença ainda pode ser sentida e assim que um sentimento ruim tomar conta do coração dela, tudo estará perdido. - o velho olhou para Louise novamente - Não deixe que isso aconteça, Volpina.

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