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O que você me fazia sentir era tão quente como Mercúrio.

Uma intensa atividade vulcânica dentro de mim.

Tal qual foi necessária para Vênus se tornar Vênus. 

A sua atmosfera interagia com os meus seres vivos. 

E eu fazia de lá a sua mente.

Da mesma forma como eu faço a da Terra a minha casa.

A sua estrutura interna não era bem conhecida.

E mesmo que eu passasse 686 dias pra fazer a rotação no seu sol.

Cada descoberta que eu fazia sobre você deixava o meu rosto mais vermelho que Marte.

Sim, o que eu sentia por você era bem maior que Júpiter.

Eu inocentemente esperava ficar igual a Saturno, carregando um anel comigo.

Desses que a gente ganha quando tá namorando, sabe?

Mas você começou a ficar tão ausente, como Urano.

E eu só conseguia te ver em condições especialmente favoráveis.

Você começou a desaparecer da minha vida como se os gases de Netuno estivessem entre nós e te tornassem invisível.

Em tão pouco tempo a nossa relação ficou mais gelada que Plutão.

Era impossível chegar até você.

E aí você foi desconsiderado do meu sistema solar. 

Sim, eu podia ter guardado a nossa galáxia num pote. 

Mas eu resolvi tatuar.


— Karyna Rangel.

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