32. Lie

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Gente, os comentários caíram muito o que tá acontecendo? Tem algo que vocês não estão gostando?

Ela não está acostumada a receber visitas, então muito cuidado com o que vão dizer, é muito comum em pacientes assim terem um deslize ou piora em seu quadro depois de uma visita inesperada - A enfermeira disse enquanto andava à nossa frente.

Como eles não sabiam sobre a farsa que era a doença de Donna Hamilton?

- Mas então, como ela está? O quadro é avançado? - Perguntei.

- Sou nova por aqui e não sou tão familiarizada com os pacientes mas ela não tem tido tantos surtos como antes.

- Surtos? - Normani perguntou.

- Pelo o que fui informada, ela tentava escapar e agredir funcionários dizendo ter algo como AMO para impedir, ela chegava a perturbar alguns pacientes e até liderou uma rebelião, desde que cheguei ela está praticamente lúcida.

Então a mulher abriu a porta.

- Vovó?

- Nem chega perto se for pra me chamar de maluca - A mulher disse ajeitando seus óculos meia lua enquanto uma de suas mãos segurava um leque de cartas.

- Não, pelo contrário. - Normani disse e olhou para mim, em seguida para enfermeira como se pedisse um momento à sós, a mesma se afastou enquanto eu e minha amiga nos aproximamos da senhora sentada na mesa, de frente para um homem velho e careca que parecia não ter muita noção do que fazer com as diversas cartas à sua frente.

- Nós acreditamos em você - Eu disse.

- Caralho! Você me pegou, Jonas! - A senhora gritou desbocada - Porra, você está cada dia melhor.

- Vovó, preste atenção- Normani pediu.

- Normani Hamilton, eu já ouvi o discurso sobre acreditarem em mim um milhão de vezes, solidariedade por pena é a rola do capitalismo, onde se fazem de piedosos para extorquir, já não bastou sua mãe e seu pai antes de sumirem por aí, o que você quer? - Ela disse, focada apenas em seu jogo, onde o homem mais novo que ela parecia feliz por perceber que estava ganhando, ao menos sabia que ela estava simplesmente jogando cartas na mesa para agrada-lo.

- Você tem razão, eu quero algo.

- Viu? Só não te falo que tô doida porque é verdade.

- Qual é o plano de Sinuhe Cabello? - Minha amiga foi direta.

- Algo ligado à criar unicórnios que vomitam glitter - Disse irônica, dessa vez se virou para mim - O que acha que um cientista faz?

- Sabemos sobre a A.N.O, Donna. - Me pronunciei falando baixo para que ninguém escutasse - Nós precisamos de você e vamos te tirar daqui.

A mulher levantou bruscamente e segurou em nossos pulsos fortemente, nos levando à um corredor que saía do salão, depois de virar duas vezes, estávamos numa ala onde as paredes eram cinzas, a madeira do chão não estava ruim mas não era tão cuidada quanto à dos outros lugares do sanatório.

Uma porta foi aberta pela Sra. Hamilton, ela era de algum tipo de ferro com trancas pelo lado de fora.

Pude reconhecer o local como seu quarto, havia uma menina muito mais nova que ela numa segunda cama, perto de um armário.

- Eu juro que dessa não trouxe nenhum remédio, não cancelem minha alta de novo! - A menina deu um pulo da cama mostrando suas mãos livres.

- Elas não são do conselho, garota! - A velha disse.

Super Girl ;; lj + ccOnde histórias criam vida. Descubra agora