VI

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Aqui vai mais um capítulo. Espero que gostem! :)

O mundo é muito grande comparado à mim...

E às vezes isso me assusta. Não porque você pode se perder nele, ou porque deve ter várias coisas ruins acontecendo em cada canto... Mas pelo motivo de várias pessoas nele estarem precisando de alguém.

Como quase todas as pessoas nele; bebês, adolescentes, adultos, velhos... Estão em algum lugar com a necessidade de estar precisando de alguém. Nesse momento, a qualquer momento. Ou em tudo. Apenas alguém para lhe ouvir, abraçar, beijar, lhe segurar ou apenas para ficar lá e não oferecer nada. Mas porra, eles estão lá.

O engraçado é, existem 7 bilhões de pessoas nesse mundo, e todos são solitários.

Flashback:

Depois de ir contra a vontade e de discutir várias vezes com Dona Herlinda, eu finalmente estava em New Orleans. Para estudar. E morar sozinha, ser independente, ter que aprender a cozinhar, lavar, passar, pagar as contas... Não pagar com o trabalho que eu não tinha, mas ir pagá-las. Eu ainda não estava no nível de sustar o meu próprio umbigo mas morar sozinha era um começo. E aliás, Carlos Vives nunca deixaria de me ajudar financeiramente. Depois do que ele e minha mãe passaram e o fato de isso ter afetado à mim diretamente o deixaram com uma obrigação a mais de me proporcionar ao menos as coisas materiais. No momento eu aceitava, no futuro não pretendo.

Depois de um tempo morando em New Orleans, percebi que aqui era meu lugar favorito nos Estados Unidos. Eu nem tinha tanta vontade de ir à Miami nas folgas. Em noventa porcento delas eu estava com meu pai em Santa Marta ou em algum país em que ele estivesse por causa do trabalho. O resto da porcentagem se dividia entre Porto Rico para ver minha mãe, que continuava magoada por eu ter saido de casa e alguns dos poucos amigos que eu tinha fora de Nola. E poucas vezes para visitar Sophia em New York. A única amiga da época de escola que mantive de verdade.

Fiz alguns amigos aqui e estou muito feliz por não ser a estranha e solitária na faculdade como fui na escola. Nesse meio tempo conheci Sabrina, que me apresentou Nicole. Não estava nos meus planos me envolver com ninguém, muito menos ser um dependente dela. Nem que essa dependência fosse mínima. Depois de "todo mundo sabe quem, menos ela" ter saído da minha vida o meu interesse em outros seres humanos estava em zero porcento. Até Nicole. No começo nós apenas eramos amigas, ficamos cada vez mais próximas até que eu consegui me abrir sobre "todo mundo sabe quem" com ela. E até então eu não havia falado sobre com ninguém, as pessoas só notaram nosso afastamento mas eu nunca expliquei o porquê. E sinceramente? nem precisava, quem me conhece sabia. Já estava há cinco meses sem notícias dela.

Voltando ao importante, Nicole e eu acabamos nos deixando levar e eu me sentia querida por alguém de verdade em 18 anos de existência. New Orleans era mais do que um recomeço para mim.

Fim do flashback.

POV Lucy

Havíamos acabado de sair do bar, nenhuma de nós duas estava em condições de continuar naquele lugar. Por sorte estava passando um táxi logo em frente, o que facilitou nossa ida rápida para casa. Nosso caminho de volta foi acompanhado por um completo silêncio que durou até nossa chegada em casa.

Assim que chegamos, ela se jogou no sofá e pôs as mãos em seu no rosto. Queria saber o porquê daquela cena toda no bar, mas sabia que no estado em que estávamos iríamos acabar discutindo, então era melhor evitar. A deixei no sofá e fui para o quarto, precisava tomar um banho para aliviar a tensão e colocar a cabeça no lugar antes de ter minha primeira briga com Lauren pós "reatamento". O banho não foi longo, assim que saí fui ao quarto vestir um pijama e voltei para sala para chamar Lauren que parecia estar dormindo.

The Two Of UsOnde histórias criam vida. Descubra agora