Capítulo 6

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                           Já havia se passado sete dias desde o dia em que tive o prazer de conhecer o pai de Hanna.  Ela não voltou a me procurar desde aquele dia. Cheguei a conclusão que ele não tinha apenas discutido comigo, mas com ela também e provavelmente pediu para ela não me procurar. 

          Eu não conseguia entender qual risco eu significava para a menina, claro, tirando o fato de eu quase explodir minha cozinha com um micro-ondas. Mas fora isso, não era como se eu fosse machuca-lá ou a manipular contra o pai. Eu realmente não entendia o motivo dele não deixar ela manter contato comigo.

        Ele é pai, devia amar a filha e com certeza deve querer protegê-la, mas quem abandonava ela o dia todo sozinha não sou eu. E muito pelo contrário, ele deveria ficar feliz por ela ter me conhecido, por ela estar com alguém responsável, uma pessoa boa, sem segundas intenções. Ele deveria ficar feliz por ela estar com amizade com alguém do próprio prédio em vez de alguém de outro lugar.

     Claro que ele não me conhecia e não podia ter garantia nenhuma de que eu não era uma pedófila ou uma pessoa com interesse de a sequestrar e vender seus órgãos. Mas ao julgar pela minha aparência, que no caso é a única coisa que ele conhece de mim, não parecia uma pessoa ruim. Pelo menos achava que não, minha tia costumava dizer que pessoas tatuadas à assustava, na verdade ela tinha certo preconceito com pessoas tatuadas que usavam preto e tinham piercing. Ela falava que eles pareciam pessoas de filme de suspense que ficavam loucos e começavam a matar todo mundo.

    Eu nunca tive essa opinião de pessoas que se vestiam diferente e tal, mas se a opinião de Aron sobre como pessoas perigosas parecem era essa, eu com certeza não havia me encaixado no termo. Não usava piercing nem tatuagem, não tinha cara de brava e eu estava com uma roupa clara no dia, na verdade achei que estava parecendo uma pessoa de muita paz e eu nem ofendi ele.

    Os últimos sete dias passaram lentamente, voltava do trabalho e nem o som da televisão do andar de Hanna eu escutava, ele deveria ter pedido para ela abaixar para eu não ouvir, com certeza ele fez isso.

   
Parabéns para mim, eu merecia até uma festa depois disso!

    Não tinha me mudado nem a dois meses e meus dois vizinhos já não gostavam de mim. Acho que eu realmente deveria dar uma festa depois das oito da noite, só para realmente ter motivo para ser odiada. Por os dois não gostavam de mim e nem motivo tinha. Eu com toda certeza deveria dar uma festa depois das oito, com drogas e convidar Hanna.

       Mas possivelmente isso me faria ser despachada e eu estava tão feliz com meu emprego e com tudo que havia conseguido sozinha. Tudo incluía aprender a fazer chá e a fazer macarrão.

        - Licença moça... - Uma voz fina me tirou de meus pensamentos. - Você parece estar super ocupada. - a garota loira de sardas disse em tom zombeteiro. - Mas eu preciso de ajuda a respeito de um livro e estou com pressa.

    - Ai meu Deus! - exclamei me levantando do banco rápido. - Me desculpe, de verdade, eu sinto muito. - falo sem jeito arrumando o crachá com meu nome. - Faz tempo que está me chamando?

  - Na verdade não faz não.  - A garota comentou rindo enquanto me olhava por inteiro. - Vai poder me ajudar ou quer continuar brisando?

  - Claro que eu ajudo. -  sorrio profissional fazendo um coque com uma caneta. - Como posso te ajudar....- Merda!   Eu sempre esquecia de perguntar o nome da cliente até precisar falar, já haviam chamado minha atenção para isso duas vezes e eu realmente não estava ansiosa para saber o que aconteceria quando chegasse a terceira vez.

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⏰ Última atualização: Nov 18, 2016 ⏰

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