Quarto capítulo, amanhã tem o último capítulo da semana, espero que vocês gostem e não deixe de indicar.
Estou amando os comentários.Só quem andou cavalgando feito um homem contra o sereno do oeste sabe o que é liberdade!
Eu sou livre, livre e serei sempre livre.
Ulisses galopa pela terra vermelha, meu cavalo também sente a liberdade de sair de um condado da Luisiana, diminuo o ritmo e arranco a aliança do meu dedo esquerdo, penso se Eddie possuí Betsy naquele momento, julgando ser eu. Gargalho, como nunca gargalhei na minha vida, a escuridão ao meu redor é uma companhia muito agradável, não posso negar.
— Michelle Aniston, você é uma mulher muito sortuda, você é a mulher mais sortuda do oeste, nunca vão lavar coeiros, ou cerzir meias, nunca vai ser domada.
Melhor do que falar comigo, é gritar comigo mesma, estou excitada e muito feliz, desde que mamãe morreu que não me sinto tão absurdamente feliz como naquele momento.
O vale está calmo demais, aproveito a oportunidade e arreio o cavalo, estou sedenta.
Paro em um riacho para beber água, e quando ouço passos atrás de mim, sei que cai numa cilada, são salteadores.
— O que faz um moleque sozinho a essa hora da noite?— Estou levando uma mensagem — engrosso a voz ao mesmo tempo que agradeço por ter colocado o dinheiro na faixa que aperta meus seios, e meu revólver num bolso falso na bota.
— Moleque você tem um cavalo muito caro para quem leva uma mensagem, acho que vou ficar com ele.— Não — dou um passo a frente, no entanto um grandalhão que estava oculto nas sombras vem em minha direção, olho o baixinho que me falava e começo a ver que eles são muitos, se souberem que sou uma mulher, as coisas vão piorar, me maldigo mentalmente, eu devia ter procurado uma pousada.
Agora é tarde, devo rezar para sobreviver a surra, porque sei que vou apanhar, quantas vezes ouvi relatos de sobreviventes de salteadores, evite viajar a noite, eles roubam o dinheiro, as provisões e deitam com as mulheres a força, não era segredo.
O baixinho corre na minha direção e investe contra mim, me joga no rio, tento me debater, ou pegar a arma na minha bota, porém estou engolindo água demais, a correnteza parece querer me levar nesse momento perco a consciência, acordo sendo tirada da água, o homem me leva nos ombros como um saco de batatas.— Quase mataram o moleque, eu já falei que com moleques e mulheres não devem se meter, se eu não chego a tempo...
Tento descer, no entanto meu salvador me segura com firmeza.
— Calma rapaz eu já te coloco no chão — ele para e me deixa em pé, pela primeira vez nossos olhares se cruzam, estou diante daquele homem cruel que matou meu pai, o nervoso é tanto que sinto minhas mãos suadas dentro das luvas, meu estômago revira, ele não desvia os olhos, morde os lábios e só então olha para o chão.— Tire o lenço do rosto menino.
Dou graças a Deus por estar com o cabelo bem trançado em baixo da bandana, tiro o lenço, ele contempla meu rosto, faz um ar de dúvida.— O que foi? — Engrosso a voz.
— Tire o casaco, fique só de camisa, você é tão delicado. Nem parece homem...
Tiro o casaco e sei que ele procura meus seios, porém sei que não os verá, estão amassados a exaustão por sob a faixa.— Não sou delicado, eu sou um homem.
— Qual sua idade rapaz, parece uma criança, não tem sequer um sinal de pelos no rosto.
Vejo o bando se espalhar, aceitaram que sou homem, provavelmente pensam que sou um afeminado, não me importa, só preciso ficar com eles.
— Tenho dezoito — minto a idade, em seis anos, não passaria nunca por um homem de vinte e quatro anos. nos olhamos de novo por um minuto além do necessário.
— Que mensagem você leva?
— Nenhuma, perdi meus pais. E minha irmã casou com um sádico.
— Somos ladrões, se quiser ficar será bem vindo.
— Obrigado, senhor...
— Fred Boyle, qual seu nome rapaz?
— Wilson Turner.
Fred vira as costas, e agradeço por ser uma noite tão escura, ele me achou delicado, precisarei de truques para ganhar o tempo necessário para matá-lo.
— Anda, moleque...
A voz dele é quase uma ordem, sinto meu corpo tremer, mesmo assim o sigo. É uma proximidade estranha, o assassino de meu pai caminha entre os outros ladrões, posso ver os ombros largos, ele usa uma manta marrom, eu estou completamente encharcada, minhas meias estão me incomodando dentro das botas, tudo me incomoda, 3 mesmo assim é agradável tê-lo por perto, sinto que isso é o sabor da vingança.
— Faremos uma fogueira aqui, Ted e Johnny vão atrás de gravetos, menino você pode dormir próximo ao fogo sob as minhas vistas, os outros podem armar o acampamento.
Os homens dispersam e se põe rapidamente a trabalhar, sento-me em uma pedra e Fred ajoelha-se a minha frente.
— De onde você veio?
— Um pequeno condado na Luisiana, não estou muito distante de casa, mas não quero voltar.
— Entendo, um dia sai do Texas e nunca mais coloquei os pés lá, minha vida era um caos. Meu pai me batia, vendia minha irmã, é um lugar que não sinto falta. Desde que Rosallyn morreu, não tenho mais lar.
— Rosallyn é...
— Minha irmã, se não pude ser um bom homem e salvar minha menina, me tornei o pior de todos. Devia fazer o mesmo...
Olho para o homem a minha frente, é um assassino, no entanto não posso negar que é lindo, tem uma presença máscula e forte. É quase como um imã. Quando ele levanta o rosto, nossos olhares se cruzam, ficamos um tempo olhando um para o outro. Ele não desvia o foco, tão menos eu.
— Muita folga, senhor Boyle —um homem atira uma manta para ele, que a estende pra mim, nossas mãos se tocam, porém ele tira a dele rápido demais, como se houvesse queimado.
— O rapaz é da Luisiana, sabe o que lembrei do xerife, foi uma merda aquilo que aconteceu — Fred faz sinal para o homem que o segue.
O fogo que havia me consumido some, eu o vejo se afastando e meu corpo queima mais do que a fogueira que acedem na minha frente, eu o odeio e vou matá-lo.
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Vingança
Chick-LitUma história de Faroeste. Michelle Aniston viu o pai ser morto por um bandido no dia do casamento de sua irmã caçula. A morena jura vingança no túmulo de seu progenitor, matará Fred Boyle. Numa noite Michelle foge de seu povoado, ela teve a ideia...