Segredos Ocultos

Capítulo 3

Acordei depois de muito tempo eu presumo, pois já estava escuro e eu não estava mais na infermaria mas sim no meu quarto.
Mas como eu vim parar aqui?! Eu estava no colégio.
Isso esta ficando estranho demais, desço da minha cama e vou em direção à porta do quarto mas assim que vou abrir ouço passos vindos da escada, corro o mais rápido de volta para a cama.
- Acha que ela está dormindo? - disse mamãe.
- Sim, está dormindo desde a hora que a tiramos do colégio. - dessa vez quem disse foi meu pai.
- Está ficando perigoso para ela Sam.
- Eu sei, e foi por isso que nos mudamos.
Do que eles estavam falando? Nos mudamos pois o papai conseguiu um emprego em uma empresa nova e o salário era melhor, estavam mentindo pra mim esse tempo todo?
- Vamos deixá-la dormir Clara.
Fecharam a porta e se foram me deixando com meus pensamentos que não me deixavam dormir, só consigo pensar em tudo o que aconteceu hoje na escola e a pouco em meu quarto.

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Quando finalmente peguei no sono, comecei a ver aquele homem que estava atrás daquela árvore do bosque perto do colégio, bom, eu acho que era um homem. Ele tinha olhos negros, usava uma capa preta com gorro que escondia seu rosto e deixavam só seus olhos a mostra, no meu sonho vi ele erguendo uma espécie de graveto e seus olhos mudarem do preto pro vermelho e as folhas das árvores balançarem com o vento.
Gritei de desespero e acordei suada na cama, eu estava ensopada então fui para o chuveiro para me lavar, a água é a única coisa que me acalma, gosto muito de sentir ela caindo sobre meu corpo e levando tudo de ruim embora. Termino meu banho e coloco outro pijama de calor pois hoje esta meio abafado, volto para o quarto checo meu celular e para minha surpresa são 02:00 da manhã. Vou para o terraço da minha janela para pensar um pouco.
Foi muito difícil nossa mudança de willset para Fort smith uma cidadezinha americana, eu gostava de morar na nossa pequena ilha onde ficávamos meio que escondidos do resto do mundo, lá não tinha muitos habitantes como aqui em Fort Smith mas todos éramos unidos, já não posso dizer o mesmo das pessoas daqui.
Como eu tenho saudades da minha antiga vida, volto para o quarto e deito em minha cama, enquanto pego no sono tenho uma forte sensação de que tudo está prestes a mudar.

Acordo com o barulho do despertador e corro para me arrumar, depois de pronta passei pela cozinha para tomar um café da manhã rapidinho, ainda eram 06:50 e minhas aulas começavam as 07:10 Por isso não vejo papai e mamãe aqui, ainda estão dormindo.
Decido ir caminhando ja que tenho mais tempo hoje, pego Minha mochila do sofá e abro a porta da frente e me deparo com o Sr.Montgomery, fico boquiaberta pois ele está muito bonito vestido com uma camisa branca com gola V que deixa o seu peitoral um pouquinho a mostra, uma calça jeans, um sapato preto e uma mochila pendurada nas costas só por uma alça.
  - O que está fazendo aqui? - pergunto irritada.
- Eu estava preocupado com você.
- Como sabia onde eu morava?
- Olhei na sua ficha médica quando estava com você na enfermaria e lá tinha seu endereço.
  Isso estava muito estranho, minha intuição estava gritando para mim não confiar nele. Sai para fora fechei a porta e sentei no banco que tínhamos na varanda e ele me seguiu sentando ao meu lado.
  - Por que estaria preocupado comigo?
  - Você faz muitas perguntas sabia?
  - É que eu não confio em você, nem ao menos sei seu nome pra começar. - Digo indignada.
  - Ah sim, eu me chamo Carlos, Carlos Montgomery.
  - Eu me chamo Jenna Marshel.
  - É eu sei, olhei na sua ficha. - Disse ele com um enorme sorriso na cara.
  Dei um sorriso amarelo pois aquilo me assustava e muito, será que ele já  ouviu falar em privacidade?!
  - Espera aí um segundo, você disse que estava comigo na enfermaria ontem? O que estava fazendo lá?
- Sim eu estava pois fui eu quem te levou pra lá depois que desmaiou, como já lhe disse eu estava preocupado com você. 
Agora faz sentido, era dele a voz familiar que eu havia escutado enquanto estava desmaiada.
  - Ah, obrigado. Acho que desmaiei pois não tinha tomado café da manhã direto.
  - Não acho que tenha sido isso - Ele disse tão baixo que não tenho certeza de que ele disse isso mesmo.
- Como é? - Pergunto na tentativa de saber mais sobre isso.
- Nada não, fico feliz de que esteja bem e queria saber se podemos esquecer tudo o que aconteceu entre a gente ontem de manhã e ser amigos. O que acha?
  Minha intuição dizia que não era boa ideia mas assim que olhei em seus olhos pude ver que falava a verdade.
- Claro, acho que podemos ser amigos.
- Que bom. Quer carona pro colégio?
  Olhei no relógio e já estava quase na hora de ir, eu iria me atrasar se fosse a pé ou de ônibus então decido ir com ele.
  Aceno com a cabeça e ele me leva até o carro, abre a porta do banco do passageiro e se dirige ao banco do motorista.
- Amigos? - Pergunta ele depois de dar a ignição.
- Amigos - Respondo com certeza.
 

   O que pode acontecer de ruim?