Nunca fui um garoto como os outros, nunca gostei de brincadeiras, bem, não as que todo mundo joga, eu sempre fui fascinado pelo lado obscuro, pelo medo que todos mantém em sí, eu nunca quis o que os outros garotos queriam, eu nunca quis uma bola de futebol, eu nunca quis ir a um jogo com o meu pai, até porque meu pai não falava comigo, mas claro, onde ja se viu mortos falaram não é?
Eu não pedia um carro de controle remoto no Natal ou um videogame, eu estava bem ganhando livros, enquanto eu me saciava com eles, outros garotos iriam achar entediante mas, quem disse que eram livros normais? Eu não. Enquanto outros garotos tinham fotos de jogadores, pôsteres da sua banda favorita, skates, pornôs, eu tinha relatos de assassinatos, tinha artigos sobre Serial Killers, eu tinha listas de como uma pessoa poderia ser morta, e o que eu mais amava, meus experimentos com animais, podem me chamar de louco mas eu os amava, bem, até ficarem entediantes e sem utilidade, quando chegassem a esse ponto eu os descartava, mas eu os amei em um momento, não? Mas eu também tinha o Tom, meu amado hamster, ele sempre estava comigo, eu guardei seu coração comigo, literalmente, estava em um pote próprio.
Na minha adolescência enquanto outros garotos tinham playboys e camisinhas espalhadas pelo quarto ou tentavam levar patricinhas estúpidas para fode-las, eu estava colecionando grunhidos de meus pacientes, meus cobaias, era assim que eu os chamava, meus adoráveis animais, enquanto outros garotos esperavam seus pais irem dormir para poderem se masturbar, eu queria descobrir por quanto tempo meus fiéis cobaias poderiam sobreviver.
Na escola enquanto eu procurava pensar em outras formas de experiências, os outros garotos procuravam não serem pegos comprando drogas pela diretora, eu me perguntava a graça de ficar chapado, quando eu cansei dos meus cobaias decidi que queria algo além deles, resolvi andar um pouco, caminhar me ajudava a ter novas idéias. Estava andando pelo bosque quando ouvi algumas risadas, me escondi entre as árvores e pude ver quem eram, não me surpreendeu ser o bando de drogados da vizinhança, fiquei observando aqueles idiotas e nossa, estavam tão drogados que não sabiam seus próprios nomes, cheguei mais perto deles, eu queria saber como aquilo funcionava, aqueles imbecis não paravam de rir, qualquer coisa dita era motivo de risada, eu disse.
- Vocês são estúpidos. -
Ao acabar de dizer aquilo foi como se eu tivesse dito a piada mais engraçada do mundo, aqueles paspalhos não paravam de rir, eu continuei.
- Não devem saber o que estão fazendo. -
Nesse momento eles estavam rindo do formato das pedras, eu pensei se eles poderiam sentir algo a mais do que essa pequena "felicidade". Sentei do lado daqueles caras, eles se achavam os maiorais, peguei o braço de um deles e ele perguntou.
- O que vai fazer Sr Mãos de Tesoura?-
"Mãos de Tesoura? Ele deve estar me confundindo com Edward, deve ser por causa do cabelo."
Pensei.
- Irei te mostrar algo Ian. - Disse a ele.
- Ahh, só não corte meu cabelo, estou deixando crescer. - Me respondeu rindo logo em seguida. - Claro que não Ian. -Disse a ele que olhava para o chão, em seguida peguei meu canivete e fiz um pequeno corte no seu braço ao que pareceu ele não se importou muito, deve ter se drogado bastante. Ian virou se e disse.
- Edward! Está saindo ketchup olhe! -
E começou a rir histericamente acompanhando o resto dos amigos dele, ao terminar meu pequeno teste, me levantei e sai, deixei aqueles idiotas rindo.
Estava voltando para casa quando vi um mendigo aparentemente bêbado jogado na calçada, olhei para aquela coisa e disse.
- Pessoas como você são repugnantes. -
Cuspi na cara daquele homem e voltei a prestar atenção no meu caminho, voltei a pensar nos drogados e pensei que seria divertido fazer aquilo, experiências, seria ótimo. Ao chegar em casa ouço minha mãe gritar comigo por alguma coisa idiota, aquela imbecil vai ter o que merece, já não basta ser uma imunda e agora quer me ensinar a ser um bom filho? Não será tão fácil assim, querida mãe.
Subi para meu quarto e escrevi minhas novas idéias em meu diário e claro, o nome dos meus novos cobaias, Ian McGreggor, Matthew Ferht e Joshua Mond, o trio que as garotas gostavam de chamar como os Bad Boys de Crimson Village, você deve se perguntar o por quê desse nome, bem, no passado houve muitos assassinatos aqui, crimes hediondos, disseram até que quase um massacre de crianças, daí o nome, Crimson Village, cidade pequena, talvez até esquecida e entediante, estamos acostumados a ter cenas de terror aqui.
"Vem fácil vai fácil. "
É o que dizem aqui.
- Edgar! Jantar. -
Ouço a vadia que se diz minha mãe me chamar, deve ter requentado alguma coisa congelada ja que a única coisa que sabe fazer é se drogar, desci para ver o que era, e logo mais deitar. Você deve estar querendo saber meu nome, bem, eu sou Edgar VallenHeit, talvez o seu desprazer.
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Good Boy
HorrorEdgar é apenas um bom garoto, fazendo coisas que bons garotos fazem, mas de um modo diferente.