Arrumar a cama, tomar banho, escovar os dentes, colocar o uniforme. A mesma rotina desde que comecei o ensino médio, há um ano.
Suspiro fracamente. Se acalme Luke, é seu 1º dia no segundo ano, você não pode chegar suando e nervoso! Penso.
Tapo minha boca com a mão, bocejando. Meu reflexo no espelho enquanto tomo banho é péssimo. Minhas costelas são visíveis quando levanto os braços para passar as mãos nos cabelos e minhas pernas são ossudas e mal tenho pelos. Minha pele é ainda mais branca no rosto, e isso faz com que meus olhos azuis se destaquem, mas isso é uma pouca das coisas boas em mim.
— Luke, desça! O café está pronto! - grita minha mãe do andar de baixo.
Ainda estou sonolento quando me jogo na cadeira ao lado do balcão, na pequena cozinha.
Minha mãe me entrega uma xícara de café quente com leite e aponta para uma caixa de donuts em cima da mesa, indicando que eu deveria pegar um.
— Mãe, preciso mesmo ir para a escola? - pergunto.
— Se você quiser entrar para a faculdade de música, então, sim!
Termino meu café e logo me dirijo ao ponto de ônibus no fim da rua. Minha mochila está leve em minhas costas e meus fones tocam a melodia de uma música rock, bem baixinho. O ponto de ônibus está praticamente vazio, tirando pela presença de uma senhora e um cachorro de rua. Sento no meio-fio puxando meu celular do bolso, a música agora era triste e melancólica.
— Garoto, saia do chão, vai acabar sendo atropelado! - diz a velha senhora e eu apenas obedeço. Estou sem vontade de discutir qualquer coisa - Você está esperando o ônibus da escola? - Assinto minimamente - Eu acho que ele já passou! Talvez se você correr consiga chegar na escola a tempo!
Eu olho assustado para a mulher. Era só o que me faltava! Penso. Jogo o celular e os fones na mochila e começo a correr pelo quarteirão. Passo reto pela minha casa e, infelizmente, vejo que meus pais já saíram para o trabalho. Minha escola é uns cinco quarteirões da minha casa, mas como sou lento, depois de cinco minutos ainda estou no segundo.
Sem fôlego eu paro de correr e começo a andar o mais rápido possível. Avisto a escola e sorrio de canto, eu vou conseguir! Mas é aí que vejo os portões se fechando.
— ESPERE! - grito - Não feche ainda!
Chego a tempo de entrar na escola antes dos portões se fecharem mas, acabo no chão. Quando percebo que consegui eu sorrio, sem mostrar os dentes, um sorriso derrotado. Agora terei de aguentar a aula até o meio-dia.
— O que está fazendo fora da sala?! - Quando olho para o lado o monitor dos corredores está vindo em minha direção. A minha primeira reação é correr em direção ao prédio do segundo ano. As salas estão com as portas fechadas e eu começo a me lembrar do papel que estava na entrada falando sobre as salas e a distribuição dos alunos por cada uma.
Meu nome começa com L então... Estou na sala B, raciocino. A sala B está fechada quando chego e lá dentro está escuro e há apenas a luz do projetor.
Bata na porta.
— Atrasado, Sr...? - uma professora de meia-idade abre a porta e me pergunta.
— Hemmings! - respondo - Desculpe-me o atraso, não se repetirá! - digo de cabeça baixa.
— Sente-se Sr. Hemmings!
Era difícil enxergar o chão no escuro, mas consegui chegar até a única cadeira vazia, ao lado de um garoto que dormia com a cabeça nos braços.
Peguei o caderno de ciências e abri-o, o vídeo sobre a dissecação de um sapo continuava rodando, e eu ouvia vários roncos baixos. É.... Bem-vindo ao segundo ano, Luke!
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Painful Love
FanfictionOs valentões da escola provocam os nerds e excluídos, batem neles. Namoram líderes de torcida. E então, o "Melhor" cara do colégio resolve que está apaixonado por uma garota excluída de tudo. Sem a participação dessas pessoas, essa história não exis...