A carta de Ayra

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Vai ser preciso eu morrer para encontrar minha paz. Por mais que eu te ame isso não basta. Nem sempre o amor é o suficiente. Eu sempre serei uma boneca de porcelana, um manequim, a 'garota' da vitrine... Mas você... Ah... Você sempre será meu tudo. Você sempre será o motivo para o meu coração pulsar. Você é o motivo d'eu ter vida... D'eu existir. Sem você não existe eu, mas sem eu você sempre continuará a existir. Assim como o sol não depende da lua para brilhar, mas a lua precisa dele para que ela brilhe. Assim somos eu e você. Você sempre brilhará, mas eu parei de brilhar, porque seu brilho não reflete mais em mim.
E hoje estou partindo com a dor de saber que você não me ama. Que não existe nós... Nunca existiu.
É como eu arrancar meu próprio coração. Mas desde que você se foi não existe mais vida aqui.
Você era o que me fazia existir. Você era a fonte da minha energia. Você era o meu grande amor. E hoje tudo acabou... Tudo se foi ... Tudo deixa de existir.
E aqui sozinha nessa madrugada, me jogo nesse vidro, quebrando o que sempre nos separou.
E agora aqui estou eu... No chão... Nessa possa de sangue e com os meus cacos espalhados. As lágrimas rolam pelo meu rosto agora rachado. Aqui eu dou meu último suspiro. Aqui eu digo a você o meu último 'eu te amo'.
E agora eu te deixo livre para viver com o seu grande amor, enquanto eu vou em busca da minha paz.

         Se era você o motivo
              d'eu estar viva,
hoje você é o motivo pelo qual
                   eu morro.

  
                           "Últimas palavras
                                     de Ayra..."

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