Cath correu pelo corredor, ninguém deveria saber que estava chorando, ninguém deveria saber sobre tudo o que se passava por dentro dela. Tudo estava embaçado, como seus pensamentos a mil, seu corpo tremia. Por mais que não Cath não falasse com seu ex há tempos, sabia a dor que a esperava, ou, achava que esperava. Ela entrou no banheiro, se trancou em um dos box e ficou ali, quieta, tentando em vão engolir o choro. Ela odiava sentir demais, sempre se fodia por sentir demais. Porém, ela não conseguia, independente do quanto tentasse, ela sempre acabava sentindo demais. Quando se acalmou, tudo estava no maior silencio, os alunos estavam nas salas, ela era a única alma perdida naqueles corredores, ou pelo menos pensava ser. Quando criou coragem para sair do banheiro, teve a surpresa do garoto estar sentado ao lado da porta a esperando.
- oi, então eu vi que você saiu correndo da sala e demorou a voltar, achei que tivesse acontecendo algo. Hum, desculpa me intrometer mas você está bem?
Cath ficou meio confusa, não sabendo muito o que responder, tentando ao máximo desviar o olhar dos olhos dele que a deixava atormentada.
- estou sim, acho melhor voltar para a sala. - disse Cath tentando fugir daquilo que ele a fazia sentir, ela já estava perdida o suficiente em seu problemas pessoais mentais e físicos.
- ah, sinto muito mas não posso deixar você voltar para a sala nesse estado. Vem, deixei sua bolsa com a minha ali na escada, vamos tomar um ar, e quem sabe você não me conta o que te deixa tão atordoada e por que adora fugir da minha presença.
Cath estava intrigada, o que os colegas de classe pensariam sobre isso era o que menos importava, o que ele queria saber sobre ela era o que mais a instigava. Por que tanta curiosidade? Será que ele sabia o efeito que tinha sobre ela? Será que ela tinha o mesmo efeito sobre ele. Ela o seguiu, até o campo da faculdade, perdida em suas milhares de perguntas, ignorando os olhares de todos julgando os dois por estarem indo a um lugar vazio e deserto. No fundo, Cath sabia que ele a queria, porém preferia fingir não sabe. Era mais fácil, menos complicado. Bom o suficiente para evitar mais dor. Ele não podia saber da dor. Era demais. E, por mais que ela sentisse algo extremamente estranho por ele, ela não queria estar ali, não naquele momento.
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Cores sobrepondo sombras..
Teen FictionDois mundos, tão iguais e tão diferentes. A garota que, de tanto se machucar se fechou para o mundo. O garoto que acabara de obter sua liberdade. Unidos pelo acaso, ou destino. Chamem do que quiserem. Bem vindos, ao mundo deles.