Catherine voltou para a sala de aula, ainda se sentindo meio zonza pelo que tinha acabado de acontecer. Por mais que aquilo tudo seja bom de sentir depois de tanto tempo, no fundo, Cath se sentia culpada por se permitir, ou deixar-se levar por tudo aquilo. Tentou manter o foco, voltou para sua carteira e fingiu estar dormindo, mas a única coisa que conseguia pensar era em tudo o que prometeu no passado. Era só uma piscada, Catherine tentou manter a calma e prestar atenção na aula. Pela segunda vez, ele chegou atrasado, entrou como se nada estivesse acontecendo e sentou atrás de Catherine. Cath gelou, mas não demonstrou absolutamente nada. Continuou a olhar a professora e sua explicação.
- Ei, me empresta uma caneta? - disse ele. Cath pensou: que cara tapado, como se esquece a caneta no primeiro dia em que vem para a aula?
- Ok. - disse ela meio envergonhada e passou uma caneta azul.
- Obrigada - disse ele, e junto mais uma piscada.
Catherine sentiu suas bochechas ficarem vermelhas novamente e se perguntou porque esse garoto a deixava tão desnorteada. Finalmente o horário de ir embora, e uma das meninas pediu o número de celular para o grupo da sala que seria criado. Quando Cath chegou em casa, já estava adicionada ao grupo e a conversa rolava solta. Depois de algumas horas de bate papo sem sentido, Cath resolveu dar boa noite e ir dormir, até que chega uma notificação de um número desconhecido.
- Quer dizer que você tem parentes em Xambre?! 😉
Cath se sentiu surpresa e aquele gelo novamente como se a perseguisse em qualquer atitude que ele tomasse em relação a ela.
- Ah meus avós moram aí, mas não vou mais com tanta frequência. - disse Cath
- Hum, sei. - disse ele.
Cath não sabia o que fazer, puxar assunto ou não, deixar como está. Mas alguma coisa, no fundinho, dizia a ela continuar a conversa.
- Você mora em Xambre? - perguntou Cath
Xambre era uma cidade pequena, há 10 minutos de Umuarama, onde Cath morava e onde ficava a faculdade em que faziam.
- Minha mãe mora, mas meu pai mora aí. Mas aí linda, vou capotar agora. Um beijo, se cuida aí. Até amanhã 😘. - disse ele deixando Cath com um sorriso idiota no rosto.
- Ok, boa noite 😘
Cath não quis parecer grossa, mas também não queria dar mole assim no primeiro dia. Já estava parecendo uma idiota com um sorriso idiota no rosto, então decidiu dormir. Por mais que tenha se ocupado a maior parte do tempo, e com a cabeça longe, ao deitar toda aquela dor voltou, e com ela mais uma noite mal dormida. Cath estava esgotada de tudo aquilo, e naquela noite pediu a Deus como em todas as outras para que ela superasse tudo o que tinha passado. Acabou não se dando conta de quando caiu no sono. Aquela foi a primeira noite em que Cath não teve pesadelos, nem sonhos. Não houve nada.
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Cores sobrepondo sombras..
Roman pour AdolescentsDois mundos, tão iguais e tão diferentes. A garota que, de tanto se machucar se fechou para o mundo. O garoto que acabara de obter sua liberdade. Unidos pelo acaso, ou destino. Chamem do que quiserem. Bem vindos, ao mundo deles.