Capítulo II - Ser pra sentir.

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Um profundo penhasco. Chegando perto da beirada – tomando certo cuidado ao firmar os pés no chão – não conseguia avistar o fundo. E ali, Lily finalmente compreendeu a frase de um de seus livros favoritos: "Nós somos infinitos".

Ali, diante da imensidão do mundo, se sentiu tão pequena e insignificante e, simultaneamente, se sentiu parte daquilo tudo. O vento, tão forte, entrava por sob sua blusa e a fazia inflar, ao mesmo tempo que espalhava seus cabelos por seu rosto.

Abriu os braços, e respirou fundo. Bem ali, no que parecia ser o topo do mundo, Lily Evans percebeu que agora ela podia ser a verdadeira Lily Evans. E, também, que é preciso ser para sentir.

***

James olhou assustado para a tela do computador, olhando para o perfil do Facebook de uma pessoa que não conhecia – e não tendo a mínima ideia de como chegara ali. Havia começado a dar uma olhada no perfil de Lily, tentando encontrar alguma indicação do paradeiro da ruiva e o nível de stalker foi tão alto que chegara ali.

Fechou o notebook com força. Não havia encontrado nada, absolutamente nada, na sua busca. O perfil da ruiva se resumia a muitos posts de livros, séries, filmes, músicas e fotos com as amigas. Nenhuma viajem planejada, nenhuma foto de paisagens com legendas "Ainda irei conhecer" – ao menos que Nárnia conte.

Seu telefone tocou o toque familiar de Eight Days a Week dos Beatles, sabendo que era Remus – Deus abençoe o ser que inventou toques diferenciados.

-E aí? – ele atendeu.

-James – era a voz de Dorcas que invadiu o telefone, seguida por uma Marlene gritando "Me deixa falar também" ao fundo – Vou colocar no viva voz, ok?

-OK.

-Oi James – era Marlene agora.

-Prongs. – desta vez era Moony.

-Descobriu algo? – Dorcas estava apreensiva.

-Nada. Não tem nada no Facebook dela, e no Twitter nada além de "Estou morta com essa season finale" ou "Volta logo do hiatus, não aguento mais esperar #FraryForever#".

-Típico de Lily – podia quase sentir Marlene revirando os olhos do outro lado da ligação. – Mas enfim, a única coisa que achamos no quarto da Lily foi um monte de nada.

-Além da irmã super chata dela ter custado a nos deixar entrar.

-Ela estava sozinha em casa com o namorado – a voz de Moony apareceu no fundo.

-Vejo o porquê. – Prongs riu. – Tem mais alguma ideia, garotas?

-No momento quero um copo bem grande de chocolate quente – Dorcas comentou – Porque Lily sumiu desse jeito?

-Quer dizer, nós somos ótimas amigas. Tudo bem que a irmã dela é uma filha da puta...

-Elas são irmãs, você não pode xingar a mãe delas. Sra Evans é super legal conosco – Dorcas lembrou.

-Okay – Marlene bufou – Tudo bem que a irmã dela é uma merda, melhorou Dorc?, mas ela tem a gente e...

-Tenho outra chamada na linha, esperem aí – James disse, trocando a chamada – E aí?

-Pode me agradecer depois, Prongs. – era a voz de Sirius.

-Por...?

-Eu consegui ingressos de graça para a melhor festa do ano.

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