You have a good heart, Castiel

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O Céu é pra onde todas as almas boas estão destinadas a acabar.

Difícil não ouvir isso em toda uma vida. As pessoas estão preocupadas em passarem a imagem de bondade apenas para conseguir um lugar acima das nuvens. Mas, já nos perguntamos como seria lá?

Não há um Céu. Cada alma gera seu próprio paraíso.

Logo, tal paraíso pode ser um conjunto de pequenas salas, áreas particulares onde seus donos revivem memórias que jamais gostariam de esquecer.

Lá também é o lar dos anjos. Almas de luz que vagam por aí, cuidando e até mesmo ainda aprendendo com a criação divina.

O centro do Céu é aquilo que chamamos de O Jardim. E como o resto, cada anjo o vê da sua forma.

O jardim de Castiel era um amplo campo de grama baixa, cercado por árvores e arbustos que variavam entre as cores verde e marrom. Espalhados, encontravam-se pequenos arbustos floridos que coloriam o local.

A eterna tarde de terça-feira.

E foi de lá que ele viu Dean Winchester. Um jovem em meio seus dezessete anos. Loiro, olhos verdes e algumas sardas quase imperceptíveis que manchavam seu rosto. Blusa preta, jeans surrado e uma velha jaqueta de couro. Ele não tinha asas como o jovem anjo, mas sua beleza era gritante.

O de asas negras havia ido falar com seu irmão, Gabriel sobre a nova descoberta abaixo de si, e foi aí que descobriu que ele se intitulava de O homem justo.

Castiel não sabia o que aquilo poderia ser, mas provavelmente significava que ele era realmente muito bonito.

Algum tempo passou, e o apego do anjo pela criatura inferior apenas aumentava. Coisa que não passou despercebida pelo seu pai, que logo o advertiu.

— É restritamente proibido que você tenha qualquer relação com o humano Castiel. — As palavras de Deus, que se auto-intitulou como Chuck, soavam claras e ameaçadoras aos ouvidos do dono das exuberantes asas negras. Ele não poderia estabelecer alguma relação com o humano dos olhos verdes. E nem iria.

Mas ele queria.

E não demorou para que Castiel deixasse a tarde de terça-feira para fazer contato com o mundo abaixo de si.

Ocupou o corpo de um jovem de família religiosa que, pelo visto, estava disposto a fazer qualquer coisa por um anjo do Senhor. James, ou Jimmy, Novak era seu nome, e sua idade rodeava dezesseis.

Seus cabelos negros se rebelavam contra o vento que batia em sua direção, e seus olhos azuis focavam em achar a direção para a rua da casa branca em plena madrugada. Os poucos postes que amarelavam as áreas escuras da rua capacitaram Castiel de achar a casa, não demorando para que se encontrasse no telhado escuro ao lado de uma janela. O vidro limitava o recém moreno em apenas olhar, mas isso era o bastante. Observar o verde escondido por de trás das pálpebras que descansavam tão suavemente sobre um travesseiro branco era, de longe, o melhor paraíso que Castiel poderia sonhar em ter.

Alguns dias se passaram, e com isso Castiel permanecia em terra, observando pelo loiro rebelde. Mas não apenas se restringiu a ele, uma vez que o das orbes azuis não sabia como se aproximar, se aproximando mais da cultura que seu pai deu vida. E foi aí que achou seu segundo amor em um curto período de tempo.

Arte.

O moreno havia se atraído por cores e formas, abstratas ou não, nas telas e mármore. Gostava de como o pincel trabalhava traçando e espalhando vida ao fundo branco encaixado em um cavalete. Gostava de como sentimentos reprimidos eram canalizados em meio a cores e pinceladas. De como a arte expressava emoções jamais libertadas em voz alta.

Angels •Where stories live. Discover now