Hoje trabalho como jornalista numa das maiores revistas de Grisfild. Sou um jornalista respeitado e admirado por muitos. Apenas com vinte e cinco anos. Já escrevo matérias fantásticas. E isso devo a mim mesmo por ter buscado forças não sei aonde.
Hoje eu fui visitar um hospital de câncer aqui perto. Eu estava preparando uma matéria incrível sobre as crianças. Eu me admirava com a força delas, elas eram de mais! Sorriam mesmo quando tinham motivos para chorar.
- Eu sei que todos temos motivos para ficar triste. Mas o nosso motivo para ficar feliz é maior que isso. - Disse uma delas.
Ela tinha razão, o motivo de ficar feliz tinha que ser maior. Mas eu não motivos para sorrir. Então missão fracassada. Enquanto conversava com as crianças, ouvi umas risadas e uma voz um tanto irritante. Me virei para ver quem era.
Era uma garota de mais ou menos vinte e três anos. Cabelos castanhos com as pontas azuis, vestia uma calça jeans rasgada nos joelhos e uma camiseta cinza. É uma moça bonita.
- Quem é ela? - perguntei para as crianças.
- Ela se chama Nashira.
Nashira,nome de estrela. Um nome muito bonito para uma mulher muito bonita. De tanto olha-la ela me encarou de volta e sorriu. E que sorriso lindo.
- Ela é médica daqui? - perguntei ao garoto.
- Não. Ela é voluntária. - Ele sorriu. - Ela nos conta histórias e nos ajuda no dia a dia.
Além de bonita, voluntária de um hospital. Mas não estou dando em cima dela ou algo do tipo. Estou achando apenas legal. Eu não consigo amar outra mulher que não seja Jolie.
Só tinha um problema nessa Nashira,ela não era nada discreta. Eu podia ouvir sua voz estando em uma distância considerável.
Depois de terminar tudo com as crianças resolvi dar um passeio ao redor do hospital. Que sinceramente era lindo, estranho né, dizer que um hospital é lindo? É nele que as pessoas morrem. É nele que elas descobrem que sua estão no fim. Mas o hospital era bem adequado as pessoas com câncer, tinha uma área de lazer para que algumas delas saissem para respirar ar puro, ou apenas observar a beleza da cidade.
Me sentei em um banco em baixo de uma árvore, e só observei a paisagem. Pensei em tantas vezes por que ela fez aquilo comigo. Pensei tantas vezes em largar tudo e ir atrás dela. Mas eu não fiz. E ainda bem que não fiz, se eu fizesse não seria quem sou hoje. Mas não totalmente feliz .
- Olá. - Olhei para pessoa e era a garota de alguns minutos atrás.
A encarei por alguns segundos, na verdade minutos. Enquanto ela me olhava com um sorriso escancarado.
- Oi. - falei por fim.
Ela se sentou ao meu lado. E começou a me olhar - estranhamente - com seus olhos castanhos.
- Sou Nashira. - Ela gargalhou alto demais. - Parece nome japonês, mas é árabe mesmo.
Centralizei meu olhar para o horizonte. E acho que estava na hora de eu me apresentar, mesmo sem querer fazer isso.
- Eu sou...
- Eu sei quem você é... Todos sabem! - Ela falava eufórica. - Você é Alfred. Jhon, Alfred!
- Só Jhon, por favor. - revirei os olhos.
- Tudo bem, Alfred. Quer dizer, Jhon. - Ela gargalhou mais uma vez. - Eu não sou muito boa em fazer o que as pessoas mandam.
Já estava exausto daquele diálogo. Mas não encontrava um jeito de sair, ela não me dava espaço. Falava rápido demais, uma palavra atrapalhando a outra.
- Olhe... Nashira. Eu tenho que ir agora.
- Espere! Eu sou fotógrafa e voluntária do hospital. Posso lhe ajudar... - Falou tão rápido que quase me perdir naquela conversa.
Eu não queria ajuda, mesmo precisando de uma fotógrafa ao meu lado. Até porque o meu fotógrafo havia sido demitido. Então, seria bom ter ela. Mas só de pensar que ela iria falar tanto daquele jeito, já me desanimei.
- Bem, estou mesmo precisando de alguém que tire fotografias das crianças. Então você....
- AH! NÃO ACREDITO. NÃO ESTOU ACREDITANDO. ME BESLICA PARA VER SE EU NÃO ESTOU SONHANDO! - Ela gritava loucamente e pulava. A olhei e estava começando a me arrepender de ter falado qualquer coisa.
Continuei lá parado. Incrédulo com o que eu estava vendo. Ela é louca? De que hospício ela saiu?
Ela pareceu ler minha mente e me olhou um pouco envergonha.- Me perdoe. As vezes... - Ela calou. Esperei ela falar algo e então falou. - Eu não irei ser assim quando estivermos trabalhando.
Assenti com uma sobrancelha arqueada. Ela sorriu sem jeito e me perguntou quando começaríamos. Então respondi que amanhã. Ela se foi saltitante.
[...]
Acordei às seis e quinze da manhã. Me pus de pé e já parti para o banheiro. Tomei um banho demorado para me despertar melhor.
Sai e comecei a procurar uma roupa com uma toalha na agarrada na cintura. Ouvi a cigarra tocar. Quem era a esta hora da manhã?
Desci e abri a porta com certa agressividade. Era ela. Nashira. Só faltou gritar quando eu abri a porta. Ela entrou sem ter sido convidada. E começou a falar coisa com coisa, enquanto eu continuei parado com uma de quem não estava entendendo nada.
- Ainda não está pronto? - Ela falou mais calma. - Alfred! As crianças estão a nossa espera.
A olhei com os olhos arregalados.
- Em primeiro lugar, não me chame de Alfred. E como descobriu onde eu moro? - Cruzei os braços.
- Acho que antes deveria se trocar Alfred.
Me olhei. E realmente eu deveria. Subi as escadas e escolhi uma roupa qualquer. Desci e a encontrei na cozinha.
- O que está fazendo?
Ela sorriu e me mostrou o prato. Bacon com ovos fritos. Jolie sempre fazia para mim, e desde que ela se foi, eu não comia. Não queria nada que me lembrasse dela.
- Não precisava ter se dado o trabalho.
- Bom, Alfred.... Jhon, Jhon. - Gargalhou. - Não foi trabalho algum. E depois temos que ir logo.
Ela é louca. Com toda certeza.
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Como (Não) Se Apaixonar Por Essa Garota?
Short StoryDevo confessar que sou um completo idiota. Mas isso não é culpa minha. Todos já sofreram por amor. E comigo não foi diferente , eu me fechei para o mundo e bloqueei sentimentos. Eu passei noites em claro.Eu chorei litros. Eu me odiei. Até ela apar...