Crônicas Poemas E Um Pouco De Paz

VERMELHO

Ombros cansados
Rosto abatido
Na boca um escarro
Sem gosto, sem brilho
Essa não é ela

Tantas curvas já se foram
Tantos planos tantos prantos
Mas ainda há um resquício de orgulho que é só dela
Ela, bela
Uma rosa
A mais bonita com certeza
Por dentro por fora
Por natureza
Há falhas
Todos têm
Faz parte da humaníce
Mas ela é ela
Não há mágoa, há lembrança, há grife
Nela vejo cores, vejo calma, competência
Não lhe falta paciência lhe sobra amor
Amor que a mesma esconde
Embaixo do seu prévio orgulho
Mas tudo bem
É impossível não amá-la
Ela tem o brilho da rosa
Ela é vermelha
E ama a cor
Não é por mal ou por dinheiro
Ela se doa pra quem for
Sei do que falo
Sei o que vejo
Ela encanta sem querer
50 anos em 5 foi fácil
Ela passou 80 em 80
Afinal ela é ela
Foi difícil
Claro que foi
Nem toda história é só um mar de rosas
Rosas também têm espinhos
Mas ela nunca me disse
Nunca para que eu ouvisse
Acho que guardou ou jogou fora
Não valia a pena
Ela tem orgulho
Mais da gente do que dela
Porque ela é ela
Ela é rosa
Segurando uma flor