Duas visitas (parte 1)

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37° Capítulo

Dois meses depois

Nesses últimos dois meses as minhas companheiras foram as minhas lágrimas que teimavam em cair toda vez que eu escutava o nome dele, ou quando escutava a nossa música, ou quando sentia nossos filhos na minha barriga. Não me entreguei a depressão por causa da minha dupla, meus filhos estão me dão força para continuar a seguir com a minha vida apesar da separação. Ele sumiu da minha vida e do escritório é como se tivesse virado fumaça no ar. O Ricardo foi outro que tragado pelo inferno, não me ligou ou mandou mensagens. Meu pai no dia seguinte da minha separação demitiu a Ruth.

Como é complicado esquecer alguém que se ama tanto. Por várias vezes me peguei olhando as fotos dos nossos momentos de felicidade, mas elas só aumentam o meu sofrimento mais não consigo parar de olhar é como se esses dias de alegrias fossem voltar para a minha vida junto com ele, mas é apenas uma ilusão criada por mim como uma forma se sobreviver aos meus dias de solidão.

Ouço todos os dias que devo reagir, mas como fazer isso se a minha alma foi simplesmente arrancada do meu corpo por quem eu mais amei nessa vida. Eu sigo com a minha vida no automático, onde sou desprovida sentimentos dolorosos mais uma forma de me iludir, por que ele está a todo momento nas minhas lembranças.

Os pensamentos se voltam para a minha gravidez, falto pouco para o nascimento deles, meu coração se enche de alegria toda vez que lembro que logo terei os dois em meus braços. A minha mãe montou e decorou o quarto deles, tudo escolhido com muito carinho mais claro que está diferente do quarto que o Victor fez para os gêmeos. A fada e sogrito vieram algumas vezes na casa dos meus pais e claro condenaram a atitude do filho. A vida do Roberto depende desse transplante de medula e meus filhos deram uma nova esperança para o avô assim que eles nasceram será recolhido o sangue do cordão umbilical onde irá ser feito o teste de compatibilidade espero que ocorra tudo certo para no procedimento do médico. Ouço um leve toque na porta do quarto dos gêmeos, minha avó aparece me tirando dos meus pensamentos.

— Bom dia, Pimentinha. — Ela fala entrando no quarto.

— Bom dia, vovó. — Me virando para olhar ela.

— Como você está se sentindo hoje? — Sempre a mesma pergunta todos os dias.

— Estou bem, apesar dessa barriga estar ficando cada vez maior, e aí tem as minhas noites que mal posso dormir, porque não encontro mais posições favoráveis para um sono tranquilo. — Essa é sempre a minha resposta para essa pergunta.

— Eles não estão lhe dando sossego? — Ela fala colocando a mão na minha barriga.

— Literalmente não. — Ela sorri.

— O que você fará hoje? — Mais que pergunta é essa?

— Como hoje é sábado pensei em ficar em casa descansando, já que a minha semana foi agitada por conta do estágio e também a faculdade, vovó. — O que está se passando na cabeça da minha avó.

— Ficar trancada nesse apartamento nem pensar mocinha, tenho outros planos para você e meus bisnetos. — Aí dá até medo de pensar.

— O que a senhora está pensando? — Ela solta uma gargalhada tão gostosa que acaba me contagiando e acabo acompanhado a sua risada.

— Estou pensando em levar você para tomar um soverte no parque ou se você preferir um cinema, ou ainda um passeio na praia. Essa vovó aqui está ao seu dispor. — Como negar algo a ela.

— OK, a senhora venceu mais quero o pacote completo viu. Eu quero passeio no parque, sorvete, almoço no shopping e para arrematar um filme de ação. — Ela bate continência para mim.

Perdidos em um desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora