"O dia era sempre nublado, uma nuvem constante de exaustão e boas memórias, de saudade. Eu sorria para os meus amigos e os dava conselhos de como fazer a vida melhorar, de que como tudo era questão de ponto de vista, a felicidade estava em nós. Eu sempre repetia isso, mas eu não conseguia seguir meus próprios conselhos. As coisas estavam dificieis e por alguns momentos eu achei que não poderia melhorar, eu estava num limbo, presa. Insistia com perseverança num amor que me enfraquecia, num amor que acabou com minha vitalidade, num amor que destruiu o próprio, o amor que eu mais defendi, até de mim mesma. Mascarei a minha dor e me vesti de felicidade, para todos os lugares que eu fosse estaria vestida desta forma, mas isso me machucou tanto, fingir e segurar uma Barra que já não me pertencia mais, talvez nunca tenha pertencido; eu estava voltando aos velhos hábitos de me machucar mas dessa vez ainda pior, machuquei a alma. Ceguei minha racionalidade e fui guiada pelo o meu emocional, que já abalado me levou para um tipo abismo que eu ainda não conhecia, tão profundo, tão profundo que me vi morta em meus sonhos. Eu não aguentava mais chorar e as vezes as lágrimas que eram minha única companhia me deixavam, e ficava ainda pior, aquela sensação de angústia e falso pudor a fraqueza.
Aquilo era tão nocivo que cheguei a me afastar das pessoas para não envenena-las com minha negatividade. E perguntas como "onde ele está?" " O que está fazendo?" " Será que sente minha falta?" Eram repetidas em minha mente, assim como memórias de um dia feliz. A falta que que ele me fazia era tão grande que eu não sabia mais onde pôr, nunca passava e era quase como uma obsessão, frenética e incontrolável. Eu queria me livrar daquilo, desse sentimento que me fechava para o mundo e abria antigas e novas feridas no meu coração. Mas eu protegia de mim mesmo porque esse amor um dia já havia me feito bem, me feito ser alguém, então o que seria de mim sem ele? Eu queria aquela parte de volta, os sorrisos, os olhares e o toque, queria de volta, eu o queria mais do que qualquer outra coisa. Ele me fazia sentir viva, tentada pelas coisas mais simples mas tão preciosas, ele fazia cada momento bobo virar uma memória divina, as coisas eram bem melhores ao seu lado. Eu não posso explicar como foi devastador sentir-se ignorada pelo primeiro amor, como foi sentir-se usada, e pior ainda, implorar por qualquer dose de atenção por quem não ligou no dia seguinte e por quem nunca lembrava da data do seu aniversário. Sempre lembrei do dele, fazia o texto dois dias antes para não me arrepender e sempre me questionando se não era demais; me preocupava com um presente e com um significado de uma frase que o marcasse. Eu realmente me importei e fiz questão, me empenhei para ser notada e não cometer equívocos mas ele se foi sem dar explicação, sem dizer adeus, ele foi depois de um erro que cometeu mas não percebeu que o maior erro cometido foi ter me deixado..."Hoje foi o dia mais difícil da semana. Acordei cedo para ir a escola, cheguei atrasada e acabei não entrando para aula.
Cheguei em casa e tive uma refeição histórica; muito boa mesmo! O clima em casa está maravilhoso e se fosse possível estourariamos fogos de artifício a cada vez que alguém sorrisse por aqui. Tudo estava bem.
Até que senti falta dele.
Meu coração apertou e meus olhos lacrimejaram, sentimento de impotência... dúvidas e mais dúvida surgiam. Permaneci firme, segurei as lágrimas e fiz um poema para embelecer os problemas.
Eu sabia que ia ser difícil e jurei aguentar até o último segundo. É claro que falar é fácil, engana e traí, mas dessa vez eu estava certa, ja era tempo de recomeçar.
Exclui minhas redes sociais, não queria mais ver nada sobre ele, não queria saber o que ele estava fazendo, ou com quem estava. Queria fechar meus olhos para isso. Por mais que ache isso errado, que eu saiba que tenho que enfrentar os problemas de frente, não estou pronta para isso agora. Não quando se trata dele. Preciso de tempo, distância e uma dose forte de perseverança. Não o quero mais na minha vida, não o posso ter por completo então não o quero em pedaços. Mereço o melhor e eu sei disso, ja estou farta de me contentar com seus restos.Também notei que a distância se fortaleceu. Agora ele não precisa de mim, e em partes fico feliz. Na verdade a única parte disso que é ruim, foi que me tornei dependente daquelas doses do "ter", daquela mínimo controle que eu tinha sobre a situação, sobre ele.
Soube que ele terminou o namoro. Me lembro como hoje quando ele me disse que a primeira pessoa que ele iria procurar era a mim quando ocorresse, mas não foi. Naquele momento eu era especial, eu sei, mas agora ele encontrou alguém para por no meu lugar e sinceramente sei que ela vai lidar bem melhor que eu.
A gorota a qual ele se relaciona agora é minha melhor amiga. Eu sabia que isso iria acontecer pois eu havia percebido na forma como ele a olhava, a tratava, da mesma forma que fazia comigo. Em partes sinto tristeza pois a saudade aperta, mas talvez seja melhor assim. Ela saberá como lidar com isso bem melhor do que eu.
É estranho essa sensação mas talvez seja tudo o que eu preciso para seguir em frente. É um começo. Difícil e tortuoso, mas é o necessário.
Hoje meu padrasto vai viajar. Todos estamos de coração partido, tristes e anciosos por seu retorno. O conhecemos a poucos dias mas o afeto cresceu rápido e já vemos nossa família unida novamente.
Há um tempo atrás minha casa era um ringue de luta. Ninguém vencia, mas todos saiam machucados. Comecei a achar que evitar as brigas, iria diminuir os problemas, mas era como jogar a sujeira para debaixo do tapete. Eu tinha medo de me expressar em casa, de ser ouvida e de ouvir. Ninguém estava exatamente seguro, era como um campo minado.
Com o tempo fui vendo que amenizar, passar a mão por cima da cabeça, desistir por cansaço, era inútil e falho. Uma bola de neve que se formava e passava por cima de mim. Comecei a falar o que pensava, como me sentia, me impor, ouvir, conversar, achar soluções. Funcionou bem assim que percebi que me estressar não era o caminho, pensar racionalmente mantendo a calma até achar um consenso sim. E desde o dia que pus em prática isso, tudo começou a fluir.
A mudança começa dentro de casa. Não existe possibilidade de estar bem com o mundo quando na sua própria casa você não se sente confortável, é ilógico. Quando os outros membros não procuram mudança, nem equilibrio, o primeiro passo você quem dá. Influencie de modo positivo, toque as pessoas com energias motivadoras, seja aquilo que vai fortalecer seus laços, não deixando que o externo abale suas conexões. Isso é o progresso.
Quando meu padrasto chegou, junto com ele senti algo bom. Ele veio com amor, paz e uma mente aberta para novas possibilidades. Ele trouxe algo novo para nós, algo bom e seremos eternamente gratos por isso. Ele faz minha mãe feliz e se doou para o "nosso mundo". Ganhamos um presente divino e um novo desafio a cumprir.
Por mais que ele tenha sido maravilhoso até agora, não posso me enganar, sei que ele tem seus defeitos apesar de não serem expostos agora. Ele é um ser humano, com suas falhas, sua própria caminhada individual e seu fardo à carregar; trabalharemos com a adaptação, com os novos hábitos e com nossos defeitos como uma família, juntos e unidos por um bem incomum, paz no nosso lar.
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Quando nosso...
SachbücherComo mudar tudo na sua vida em busca de equilíbrio emocional e espiritual? Zaryan é uma adolescente que após vários acontecimentos na sua vida, ela decide mudar sua perspectiva de mundo e buscar o equilíbrio.