Capítulo 5

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(Louis P.O.V)

— Falei com seu pai hoje.

Disse minha mãe, enquanto eu a ajudava preparar o almoço.

— Ele disse que te viu no teatro, por uns dez segundos. — disse enquanto eu mexia o molho do macarrão que estava no fogo.

— É, mas mandar um cheque todo mês não faz dele meu pai. — eu disse concentrado no molho, sem olhar para seus olho, que me fitavam.

— Louis, há muitas razões...

— Ele nos deixou! — eu disse a interrompendo e finalmente olhando em seus olhos.

— Você precisa perdoá-lo também.

— Mas mãe... acontece que não dá! Ok? Eu não consigo. — eu disse apontando para mim mesmo.

— Louis, escuta...

Não! — eu disse em um tom de voz alto, a fazendo levar um susto.

Respirei fundo.

— Me desculpe. — eu sussurrei de cabeça baixa — Eu vou chamar as meninas, avisar que o almoço já está pronto.

Eu disse e ela concordou com a cabeça, com um sorriso torto nos lábios.

Falar sobre meu pai, me deixa muito estressado e emotivo. Então, é algo que eu não gosto de nem tocar no assunto, porque nada disso vai mudar e eu sempre irei o odiar.

(Harry P.O.V)

— Harry, oi. — disse alguém me chamando.

— Oi.

Respondi quando me virei e vi que era Stanley, mais conhecido como Stan, um dos amigos de Louis.

— Quero que saiba, que não guardo mágoa de você. — disse ele andando ao meu lado no corredor da escola.

Franzi o cenho.

— Louis e eu, terminamos há um tempo já. — continuou ele.

— Me desculpe, mas eu não sei do que você está falando. — respondi confuso.

— Harry, você ficaria tão lindo, se soubesse pentear seu cabelo e não usasse mais essa corôa de flores.  — disse ele apontando para meus cachos.

Mas o quê há de errado com a minha corôa de flores? Eu a amava muito, e sempre me senti bem com ela na cabeça.

— O que quer dizer com isso? — perguntei baixinho.

— Nada eu só... Venha, almoce comigo hoje. — disse ele já puxando minhas mãos e me guiando até o refeitório.

— Está bem. — disse sorrindo tímido.

Entramos no refeitório, e estava lotado como sempre. Stanley me guiou até uma mesa com alguns de seus amigos nela.

Todos no refeitório me encaravam e riam, mas eu realmente não entendia o por quê. Será que derramei um pouco de achocolatado no suéter?

— Nossa! — disse Stan se virando para mim — Esse é você?

Perguntou ele me entregando um panfleto.

Não.

Meus olhos se enxeram de lágrimas quando vi o que havia no panfleto.

Havia um homem de cueca, só que no lugar do rosto dele era o meu rosto. A mesma foto que usaram para o cartaz do musical que eu apresentei na escola. E ainda no papel, estava escrito "virgem de igreja?" ao lado da montagem que fizeram de mim.

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