Capítulo 2

1.4K 149 166
                                    

Naquela mesma semana, para cumprir meu castigo, precisei ir aos ensaios para o musical de primavera da escola. E eu realmente espero que eu não pegue nenhum papel importante nessa peça inútil.

Graças aos céus Niall me trouxe de carona para a escola, então não precisei usar aquele ônibus escolar idiota, cheio de pessoas idiotas e desnecessárias.

— O musical de primavera, deste ano, é sobre paixões febris e metralhadoras. — dizia Margaret, a professora de teatro e artes da escola — Mas para não ficar algo tão clichê e previsível, este ano decidimos fazer sobre um romance homossexual.  Escrito pelo nosso colega, Eddie Zimmerhoff, e com letra e música escritos por Harry Styles. — continuou ela fazendo Harry sorrir orgulhoso de seu incrível trabalho e colaboração para com o musical, me fazendo revirar os olhos.

Que idiota. Ele e aquela corôa de flores.

— Fala sobre Tommy "Metralhadora" Thornton em Nova Iorque, na Lei Seca.

O quê eu estou fazendo aqui? Junto à essas pessoas tão certinhas e exemplares. Era para eu estar com meus amigos bebendo algumas cervejas na casa de Zayn.

— Bem, vejamos... — Margaret arrumou seus óculos para que pudesse ler melhor os papéis que estavam em suas mãos — Os personagens principais serão ocupados por...

Por favor que não seja eu.

— ... Harry Styles, que será Alex. Um cantor de boate misterioso. Vejamos, quem mais...

Agora mesmo que eu não quero ser um dos principais, me recuso ter que atuar ao lado de Harry Styles.

Por favor que não seja eu.

— ... Lucca será Karl... — Harry logo parabenizou o tal Lucca que estava ao seu lado — E por fim nosso Tommy Thornton será...

Ser celestial que está me olhando aí de cima, juro que não bebo mais uma gota de álcool dentro deste maldito colégio, de novo, se por favor, não permitir me darem essa droga de papel.

Por favor que não seja eu.

— ... Louis Tomlinson. — disse a professora por fim sorrindo para mim — Parabéns Louis, pelo papel.

— Não, não. — eu disse rindo nervosamente — Não penso em atuar nem nada.

— E pensou que faria o que aqui? — questionou Harry para mim.

— Olha só, eu nem queria estar aqui.

— Mas está, então terá que arcar com as consequências de estar aqui, aceitando o papel. — disse o cacheado.

Minha vontade era de me levantar e colocar aquela corôa de flores dentro de sua boca, para calá-lo. Mas para evitar confusão, prefiri revirar meus olhos e aceitar aquele papel ridículo.

O tempo de ensaio dentro daquele inferno parecia que nunca estava perto de chegar ao fim, e quando acabou, Niall decidiu se atrasar um pouco para me buscar. E eu já não estava mais aguentando ficar de baixo daquele sol.

— Você morreria se ao menos tentasse? — perguntou o garoto com flores sobre seus cachos, aparecendo de repente ao meu lado.

— Sim, e sou jovem demais para morrer. — eu disse o olhando rapidamente e voltando meu olhar para a rua na esperança que Niall chegasse logo e me tirasse daquele pesadelo.

— Você não liga para as aulas, nem para a formatura, mas gosta da escola porque você é popular e nunca mais vai ter esse sucesso que tem hoje, novamente. — dizia ele ao meu lado me examinando.

— Isso é totalmente previsível. — respondi com a mesma frase que ele me dissera à alguns dias atrás no ônibus escolar.

— Seu show só funciona com uma platéia. — disse ele por fim enquanto caminhava em direção ao seu carro.

A Walk To RememberOnde histórias criam vida. Descubra agora